Dirigentes do PSD falam em desintegrar o centrão e aderir de vez à agenda do governo

Painel

É o fim do nosso amor A dispersão do centrão na disputa pela presidência da Câmara — aliada ao seu sentimento governista — tem potencial para sacramentar o fim do grupo, que já não é o mesmo desde a saída de Eduardo Cunha. Em paralelo às decisões de siglas como o PR de apoiar a reeleição do rival Rodrigo Maia, dirigentes do PSD falam em desintegrar o centrão de vez. Nessa lógica, não faz sentido ter o ministro da Fazenda e manter o grupo como instrumento de pressão sobre o governo, resume um cacique.

Roda mundo Aliados tentam convencer Michel Temer a fazer uma visita às obras da transposição do rio São Francisco no fim do mês. Testes na semana passada indicam que o trecho em Floresta (PE) pode já estar em operação durante a visita.

Dois em um A pressão é para que o presidente fature com a obra e estanque críticas de que o combate à seca é preocupação secundária de integrantes de seu governo.

Olha ele O receio do PMDB com uma candidatura avulsa à vice-presidência da Câmara tem nome: Osmar Serraglio. Os outros dois principais candidatos, Lúcio Vieira Lima e José Priante têm dito que só serão candidatos com anuência da bancada.

Só na gasolina Um deputado de esquerda que vai apoiar a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) independentemente da decisão de seu partido explica assim o motivo: “Ele não é um candidato total flex. Tem ideias diferentes das nossas, mas pelo menos a gente sabe como anda”.

Questão de fé Se os presídios seguem dando dor de cabeça, o Planalto se agarra à melhora nos indicadores econômicos do início do ano. “Voltamos ao momento em que há grande confiança na retomada”, disse à coluna Eliseu Padilha (Casa Civil).

Muita calma A recuperação da popularidade, segue o ministro, virá como consequência disso. “O presidente não está preocupado com a popularidade, mas com o governo dar certo. Isso acontecendo, a popularidade vem naturalmente”, afirmou.

S.O.S. A saúde de Pedro Corrêa, preso pela Lava Jato na Polícia Federal, tem preocupado colegas de cela e agentes. Na semana passada, ele precisou ir ao hospital fazer exames, e, ao que tudo indica, terá de se submeter a uma cirurgia na coluna.

Além-mar Em busca de pautas positivas para alavancar sua imagem nacionalmente com vistas a 2018, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciará que, em meio à crise econômica, São Paulo fechou 2016 com superavit de R$ 1,5 bilhão.

Sigam-me Em contraposição a Estados quebrados, o tucano investirá no discurso de que adotou uma “política fiscal austera” e que a saúde financeira de SP permitiu que, no início de 2017, fosse feita a antecipação do 13º salário para 70.218 servidores.

Pente-fino A Justiça de SP usa o recesso para tentar “limpar” processos por meio do Sistema de Automação da Justiça. De dezembro a janeiro deste ano, foram avaliadas 1.377 prisões em flagrante. Em 38% dos casos, concedeu-se liberdade.

Acervo Quem ocupar o lugar de Teori Zavascki herdará o segundo gabinete com mais trabalho acumulado no STF. Com 7.574 casos pendentes, ele estava atrás só de Marco Aurélio Mello (8.058 casos).

Agilidade Ricardo Lewandowski é quem tem menos processos (3.288). Cármen Lúcia possui 247 casos, mas pela presidência do STF passam 8.816. No primeiro dia após o recesso, dos dez casos a serem analisados em plenário, oito são de Teori.

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Intercâmbio Teori Zavascki gostava muito das pastas coloridas que um colega de plenário usava para organizar os processos que relatava. Ganharia alguns exemplares iguais de presente assim que voltasse de sua viagem.


TIROTEIO

Antes da reforma no sistema prisional, é preciso reformar a ideia de que os direitos humanos não devem chegar aos presídios.

DO DEPUTADO ESTADUAL CARLOS BEZERRA JR. (PSDB-SP), que atua contra políticas de encarceramento em massa, sobre a crise nos presídios do país.


CONTRAPONTO

Feriado internacional

Em novembro passado, o ministro Marcos Pereira (Indústria) recebeu o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados, Heitor Klein. O executivo queria ajuda para facilitar a entrada de produtos brasileiros na Argentina, a tempo de aproveitar as vendas do comércio no fim de ano. Decidido a conseguir a liberação, Klein foi recebido por autoridades argentinas dias após o encontro.
Tempos depois, os dois se reencontraram. O ministro quis então saber como o pleito fora encaminhado.
— Ministro, três coisas estão no calendário do Brasil: Carnaval, Dia de Nossa Senhora Aparecida e problemas com a Argentina.