Presos de complexo onde estão estrelas da Lava Jato relatam ‘muito temor’ com rebeliões
Salve-se quem puder Presos que estão no Complexo Médico Penal de Pinhais — centro que abriga estrelas da Lava Jato, como José Dirceu, Eduardo Cunha e João Vaccari Neto — relatam “muito temor” com a onda de rebeliões em presídios pelo país. A ala onde vive parte dos políticos, lobistas e empresários é contígua a uma em que ficam criminosos comuns, condenados por atos como homicídio ou estupro, por exemplo. Os detentos também têm informação de que há, sim, membros de facções no complexo.
Rumo ao norte Advogados que atuam na Lava Jato já tratam o Rio como a “nova Curitiba” da operação. A aposta se dá pela ação da força-tarefa do Estado e pelo padrão de decisões recentes do juiz Marcelo Bretas, responsável, por exemplo, pela prisão de Sérgio Cabral (PMDB).
De malas prontas Há, inclusive, escritórios de advocacia com sede em Curitiba — especializados em delações premiadas, por sinal — que já começam a procurar imóveis para abrir filiais também no Rio de Janeiro.
Veja só Quem acompanha os incipientes sinais de que Eduardo Cunha pode se encaminhar para a delação premiada tem uma convicção: ela não será feita apenas com o Ministério Público, como a da Odebrecht, mas envolverá também a Polícia Federal.
In loco Em 2013, Joaquim Barbosa esteve no presídio de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, palco de motim que já matou mais de 26 presos. À frente do STF e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o ministro acompanhou uma vistoria carcerária no Estado.
Nada mudou O relatório do CNJ sobre a ação diz que Barbosa, durante a passagem pela penitenciária, “pôde confirmar o lamentável estado de abandono e precariedade”. O documento destaca também “as mortes violentas” ocorridas na unidade.
Selvageria “Há os presos que comandam e imperam o terror. Quem matar o outro com mais requintes de crueldade ganha prestígio entre os demais e se torna líder”, escreve o órgão no relatório publicado após a inspeção.
Guerra e paz Palco de uma guerra entre presidiários, o Brasil é, no entanto, um dos cinco países que estão na lista de locais para a negociação de paz entre a Colômbia e a guerrilha do ELN (Exército de Libertação Nacional).
Corre por fora O nome de Flávia Piovesan, secretária de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, surgiu nas rodas de conversas de advogados paulistas para a sucessão de Teori Zavascki no STF.
Quem é ela Conselheiros de Michel Temer dizem que o peemedebista gosta de seu trabalho e que ela é muito amiga da presidente do Supremo, Cármen Lúcia.
Tchê! Teori Zavascki não se dava bem com os outros ministros apenas no plenário do Supremo. Vez ou outra, fazia ele mesmo um churrasco para os colegas de tribunal.
Atrás da orelha Chegou ao gabinete de Temer no Planalto o desconforto com a manutenção de nomes do governo anterior nas estruturas do Banco do Brasil, presidido por Paulo Caffarelli.
Recordar é viver O próprio executivo, que foi número dois de Guido Mantega na gestão de Dilma Rousseff, já havia sido alvo de ataque especulativo semelhante antes de assumir a chefia do banco.
Para valer Apesar da “lua de mel” entre Temer e o presidente da instituição — que participaram juntos de duas cerimônias durante a semana –, o cenário, desta vez, leva inquietação ao Planalto.
Olha eu aqui Depois de se vestir de gari, o prefeito João Doria vai andar de cadeira de rodas pelas calçadas de São Paulo. Neste domingo (22), acompanhado de seu vice, Bruno Covas, o tucano vai testar rampas de acesso usadas por cadeirantes na Vila Maria, zona norte da cidade.
TIROTEIO
Espero que o próximo ministro do Supremo não se preocupe com o protagonismo pessoal, mas sim com fazer justiça.
DO ADVOGADO ANTONIO CLÁUDIO MARIZ DE OLIVEIRA, sobre a sucessão no STF depois da morte de Teori Zavascki, relator da Lava Jato, em acidente aéreo.
CONTRAPONTO
Nem vem que não tem
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), foi convidado para um almoço em sua homenagem com empresários e políticos em um clube tradicional da elite mineira. Na véspera, encontrou alguns dos convidados.
— Prefeito, já deixei os meus R$ 100 lá — disse um deles.
Kalil reagiu espantado:
— Como assim R$ 100?
Explicaram, então, que para assegurar o convite tiveram de desembolsar R$ 100.
— Não vou! Não estou à venda!
Depois de Kalil descobrir que teria de custear sua própria homenagem, o almoço virou assunto proibido.