Aliados de Jovair veem vantagem de Maia e apostam fichas em decisão do Supremo

Todas as fichas Nas contas mais recentes, aliados de Jovair Arantes (PTB-GO) admitem que, hoje, Rodrigo Maia (DEM-RJ) leva vantagem na disputa pela presidência da Câmara — o que torna a decisão do Supremo sobre a possibilidade de reeleição a principal aposta do grupo. A pressão sobre a corte, no entanto, pode sair pela culatra. Mesmo com o pedido para que Maia se manifeste, o sinal captado por aliados do atual presidente da Casa é o de que não deve haver um impedimento prévio.

Logo quem A esquerda se coça com a possibilidade de o PT apoiar Jovair, relator do processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara. “É caso cristalino da síndrome de Estocolmo”, brinca um dirigente partidário.

Aceno Independentemente da posição final do partido, deputados do PC do B que apoiam Maia querem que ele se comprometa a conseguir a retirada da urgência da reforma trabalhista — a exemplo do que pediram as centrais.

Bandeira branca Reconduzido à presidência do PSDB em dezembro, Aécio Neves fará na quinta-feira (19) sua primeira visita desde então ao governador Geraldo Alckmin, seu principal rival na disputa interna para concorrer ao Planalto em 2018.

Deixa assim O grupo ligado ao senador não quer fazer de 2017 um ano de embates.

Meio campo Antes da reintegração de posse em São Paulo que acabou com a prisão de Guilherme Boulos, do MTST, líderes de movimentos por moradia procuraram a gestão João Doria para tentar uma “intermediação”.

Recado “Fomos atrás das secretarias de Habitação e Assistência Social e não tivemos nenhum retorno. É sinal de que todas reintegrações terão respaldo da prefeitura e isso nos preocupa muito”, diz Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares.

Faltaram os russos Ainda ronda o Planalto a desconfiança de que a Assembleia Legislativa do Rio não aprovará tão fácil assim todo o pacote de austeridade apresentado pelo Planalto em troca da renegociação da dívida.

Hein? Causou espécie no Planalto o senador Helio José (PMDB-DF) ter gravado vídeo para se promover com a medida provisória da regularização fundiária. Sua participação não foi muito grande.

Foco O Planalto reconhece que há risco na ação das Forças Armadas nos presídios, mas prefere pagar para ver. O governo, sustenta um ministro, é de “ordem e progresso”. “Se não resolver isso, nada mais anda”, diz.

Te conheço? Para o governo, uma das vantagens de os militares fazerem as revistas é a distância entre eles e os presos. Com agentes próximos, diz, a chance de conluio com os detentos é maior.

Outros carnavais Secretário de Segurança Pública do governo FHC, José Vicente da Silva Filho diz que a ideia é uma “temeridade”. “As Forças não são preparadas para esse tipo de operação. A crise prisional pode virar política.”

Mão dupla Na frente internacional, o governo vai abrir postos avançados em países na rota do tráfico, como Cabo Verde, para aprimorar a atividade de inteligência.

Camarada No dia 31,o comando de Defesa, Justiça, Itamaraty e GSI (Segurança Institucional) farão reunião com autoridades colombianas sobre o tráfico internacional.

Origens O governo identificou que uma das causas do conflito entre PCC e Família do Norte é a disputa pelo controle da rota dos centros produtores no Peru e na Colômbia aos mercados consumidores na África e na Europa.

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Muy amigo Quem acompanha o dia a dia do presídio em Bangu, diz que, se fosse Sérgio Cabral, tentaria voltar o quanto antes para o Paraná. “Fica melhor até no currículo”, brinca um entendido.


TIROTEIO

Não ter política pública sempre foi a política prisional. As facções não representam o crime organizado, mas o Estado desorganizado.

DO DEPUTADO ESTADUAL MARCELO FREIXO (PSOL-RJ), sobre a crise no sistema carcerário, com mais de 130 presos mortos nas duas primeiras semanas do ano.


CONTRAPONTO

Escrito nas estrelas

Na decisão em que extinguiu a pena de José Dirceu no mensalão, em outubro do ano passado, meses antes da crise carcerária, o ministro do STF Luís Roberto Barroso usou parte de sua argumentação para criticar o sistema prisional, apontando a polícia como um dos pilares do problema.

— A polícia é frequentemente mal remunerada, mal treinada e mal equipada. Sem condições de atuação baseada em técnica e inteligência, não é incomum que seja violenta.

Em seguida, emendou:

— E faltam metáforas e adjetivos para qualificar as condições das prisões em geral: masmorras medievais, casas de horrores, depósitos de gente.