Jovair aposta no baixo clero para enfrentar Maia na disputa pelo comando da Câmara
Restos a pagar Com a avaliação de que Jovair Arantes (PTB-GO) não conseguirá conquistar votos por meio da cúpula dos partidos, aliados querem que ele abandone o discurso de que não é preterido por Michel Temer e tente colar em Rodrigo Maia (DEM-RJ) o rótulo de “candidato oficial” do Planalto. A estratégia parte de duas convicções: o governo atendeu bem caciques, mas não todo o baixo clero. Também mira a insatisfação de deputados com a posição da Casa na crise com o Ministério Público.
Quem ri por último O Palácio dos Bandeirantes virou rota de peregrinação dos candidatos. Jovair tem conversa marcada com Geraldo Alckmin na sexta-feira (13). Maia, na segunda (16). Rogério Rosso (PSD-DF) tenta audiência até o fim da semana.
Desmonte Com a queda do secretário de Juventude de Temer — que pediu “uma chacina por semana” –, são três os postos vagos na cúpula da Secretaria de Governo: além dele e do próprio ministro, a pasta também está sem chefe de Assuntos Federativos.
Tente outra vez Temer sinalizou a aliados que pretende manter nas mãos da Juventude do PMDB a indicação para a vaga — mesmo que o comando do ministério seja entregue aos tucanos.
Fui por aí Apesar dos protestos no Sul, palacianos dizem que o aumento na frequência das viagens de Temer pelo país em 2017 é fato consumado. O peemedebista vê necessidade de imprimir a própria marca em ações, principalmente na área social.
Nem aí Temer não tem sido consultado sobre as articulações para a liderança do PMDB no Senado. Nem espera ser. Acha que Renan Calheiros, que pode assumir a vaga, tenta manter uma “distância saudável” do Planalto.
De perto Presidente da Comissão de Segurança da Câmara, Alexandre Baldy (PTN-GO) sai em defesa de Alexandre de Moraes (Justiça) na questão dos presídios. “O tema foi mostrado pelo ministro logo após o impeachment e tratamos dele com a pasta várias vezes”, diz.
Que crise Og Fernandes, ministro do STJ, deu a postar nas redes sociais declarações de uma falsa entrevista de Marcola, do PCC. Alertado de que se tratava de uma crônica de Arnaldo Jabor, assumiu o erro e brincou: “As intenções foram psicografadas por ele”.
Passo a passo No dia 20, quando reúne seu Diretório Nacional, o PT colocará em pauta sua atuação no Congresso para tentar derrubar as reformas do governo Temer.
Move montanha Tarso Genro, voz crítica da sigla, diz que “não se pode esquecer” que as reformas formam sua “base social”: “Criam no entorno do Estado um conjunto de interesses que gera simpatia na sociedade e compromissos políticos dos agentes públicos com novos grupos”.
Canteiro de obra Uma das parcerias que saíram do papel na reunião conjunta do secretariado de Geraldo Alckmin e João Doria foi a construção de 1.488 unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida na zona leste de SP.
Ajudinha No fim do ano, numa articulação com o ministro Bruno Araújo (Cidades), auxiliares de Doria conseguiram empurrar para 2017 os R$ 113 milhões do governo federal destinados ao projeto. Também serão injetados R$ 35 milhões do Estado e R$ 54 milhões da prefeitura.
CDF Além de longa, a reunião entre as equipes de Alckmin e Doria foi séria. Após a criação da multa para os retardatários, auxiliares do prefeito ficaram tímidos. “Estavam com medo de levar bronca na frente do governador”, contou um participante.
Vida real No dia 2 de janeiro, ao sentar na cadeira de prefeito, Doria deu de cara com o primeiro ofício enviado por um vereador da base. Ota (PSB) cobrava a reabertura do antigo Hospital da Vila Carrão, fechado há 15 anos.
TIROTEIO
Não é briga por cargos. Temos a segunda maior bancada da Câmara e queremos a proporcionalidade respeitada na Mesa.
DE CARLOS ZARATTINI, líder do PT na Câmara, sobre o regimento determinar a representação proporcional de siglas e blocos nos postos de comando da Casa.
CONTRAPONTO
A pão (de queijo) e água
Durante a primeira reunião conjunta entre os secretários de Geraldo Alckmin e João Doria, na manhã desta segunda (9), no Palácio dos Bandeirantes, alguns auxiliares do prefeito trocavam mensagens no WhatsApp reivindicando o pão de queijo que já se tornou tradicional nos encontros matinais na sede da Prefeitura de São Paulo.
Doria pediu o microfone e abriu o debate interno:
— No governo do Estado, a austeridade é ainda mais estrita do que na prefeitura, mas no próximo encontro eu mesmo vou providenciar o pão de queijo!
E emendou, tirando onda:
— O prefeito vai providenciar, não a prefeitura!