Ministério da Educação fará consulta pública sobre Enem e discute aplicação do teste em um único dia

Painel

Múltipla escolha O Ministério da Educação dá os primeiros passos para alterar o formato do Enem. A pasta vai lançar, já em janeiro, uma consulta pública sobre o modelo do exame. Uma das propostas que serão colocadas em debate é a de que o teste volte a ser aplicado em um único dia, e não mais no sábado e no domingo. Também será discutida a criação de uma prova específica para interessados no certificado de conclusão do ensino médio, que hoje podem usar o Enem para obter o documento.

Roda mundo Com a ação, o MEC tenta também evitar as críticas de falta de diálogo de que foi alvo ao apresentar a reforma do ensino médio como medida provisória.

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Bairrismo A pasta também deve anunciar uma parceria da TV Escola com a cineasta Tizuka Yamasaki para a produção de um filme sobre a revolução pernambucana. O Estado é onde nasceu o ministro Mendonça Filho.

Cadê o bedel? A AGU foi chamada para arbitrar uma disputa entre o Mdic (Ministério da Indústria) e o Itamaraty. Precisava decidir se o Decom (Departamento de Defesa Comercial), do Mdic, deveria ter a palavra final nas recomendações antidumping.

Estica e puxa A área jurídica do ministério entendia que os membros da Camex só poderiam recusar um parecer do Decom em casos de “interesse público”. A do Itamaraty — que hoje chefia a Camex — entendia que os ministros estavam livres para decidir. A AGU concordou com o Mdic.

Vem mais por aí A Andrade Gutierrez negocia novos acordos com o Cade. A empreiteira entregou cartéis em Belo Monte, estádios da Copa e obras em favelas no Rio. Mas ainda precisa acertar sua situação em esquemas nos quais foi delatada.

Várias frentes Enquanto luta para ficar com um naco da Oi, o empresário Nelson Tanure pode acabar aumentando sua influência em outra operadora. Entrará na reta final a arbitragem que instaurou contra a Tim. Se vencer, ampliará a sua fatia.

Turma do fundão Enquanto parte da Câmara luta pela harmonia com o Ministério Público, deputados começam a falar em coletar assinaturas para criar uma CPI dos Supersalários logo na volta do recesso. O movimento na Casa ainda é difuso.

Geral, mas restrito O foco seriam procuradores e juízes, mas integrantes do Executivo e do Legislativo entrariam no escopo para evitar a ideia de perseguição. Líderes tratam o tema com cautela. Dizem que a CPI equivaleria a uma declaração de guerra.

Olho por olho A decisão da Justiça em São Paulo de suspender o reajuste do salário dos vereadores da capital — concedido por eles próprios — incendiou parte da bancada paulista em Brasília.

Morreu de velho Por via das dúvidas, a equipe econômica de Temer já negocia com Rodrigo Maia (DEM-RJ) a tramitação do novo projeto das dívidas — que só começa a andar em fevereiro, depois, portanto, da eleição do novo presidente da Câmara.

Bola de cristal Nas últimas conversas que teve com deputados, Michel Temer demonstrou uma preocupação principal: não deixar a base aliada na Câmara desandar depois da eleição. Quer reduzir os percalços nas votações de suas medidas econômicas.

Inimigo íntimo Petistas no Senado relatam receio de que, mesmo que a sigla indique José Pimentel (CE) como candidato à Primeira-Secretaria, o primeiro-vice, Jorge Viana (AC), seja convencido por peemedebistas a apresentar candidatura avulsa.

Lucros e dividendos O empréstimo das bombas de água para o combate à seca no Nordeste rendeu frutos a Geraldo Alckmin. O tucano, que tenta ampliar presença fora de São Paulo, foi convidado para entrevistas em rádios locais depois da ação.


TIROTEIO

Nem o espírito natalino impediu o barulhaço no pronunciamento de Temer. Há casos em que nem Jesus salva.

DE GUILHERME BOULOS, do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), sobre a reação ao pronunciamento de Michel Temer na TV na véspera do Natal.


CONTRAPONTO

Acompanha o relator

Um dos defensores da medida provisória do governo que reforma o ensino médio, o deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) tentava rebater os críticos:

— Eles estão propondo a obrigatoriedade de sociologia e filosofia em função de doutrinação!

— Max Weber, Platão e Aristóteles são de esquerda agora? Essas declarações comprovam a necessidade das matérias para que não sejamos tacanhos, tecnocratas, redutores — disse Chico Alencar (PSOL-RJ).

Esperidião Amin (PP-SC) brincou com o tucano:

— O sociólogo Fernando Henrique Cardoso concorda com o PSOL!