Comissões do Futuro e da Transparência foram as que menos se reuniram no Senado em 2016

Painel

Máquina do tempo Das 13 comissões permanentes do Senado, nenhuma reuniu-se tão pouco em 2016 quanto a “Senado do Futuro”. Desde fevereiro, foram apenas nove reuniões, uma sessão conjunta e quatro audiências. Seis dos encontros não duraram sequer 15 minutos. Os requerimentos analisados não passaram de dez. Comissões regulares da Casa reuniram-se de 40 a 50 vezes em sessões deliberativas. Em penúltimo lugar em frequência, outro simbolismo: a Comissão de Transparência.

Papel passado Segundo o regimento, a comissão — que tem status semelhante à de Constituição e Justiça ou à de Assuntos Econômicos — é responsável por “promover discussões sobre grandes temas e o futuro do país”.

Acabou o dinheiro Com uma crise no financiamento das universidades federais, o MEC quer patrocinar um projeto de lei na Câmara para a criação de um fundo especial, que aceita doações de pessoas físicas e jurídicas, para custear as instituições.

Vem pra cá Apresentada pela deputada Bruna Furlan (PSDB-SP) em 2012, a proposta agrada a cúpula do ministério e estava parada no Congresso. Em novembro deste ano, o texto ganhou novo relator na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara.

Mais uma Michel Temer agora tem dito que quer colocar para andar no começo de 2017 uma proposta de reforma tributária. Vai pedir estudos à equipe econômica e consultar a comissão que debate o assunto na Câmara antes de formalizar um texto.

Real politik A candidatura de André Figueiredo (PDT-CE) à sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi lançada com o discurso de aglutinar a oposição. Mas caciques do PT dizem que o objetivo do partido na eleição de fevereiro é conseguir uma vaga na Mesa.

Tecla SAP Ou seja, para o PT seria melhor compor com o favorito para assegurar o espaço. O risco de virar às costas à candidatura do PDT, no entanto, é acabar indo contra um de seus últimos parceiros na oposição à gestão do presidente Michel Temer.

Algo a perder Parte do próprio PDT teme outro efeito colateral de o partido insistir em uma candidatura de oposição a Maia: perder o controle da Secretaria de Relações Internacionais , de livre indicação do presidente da Casa.

Só no gogó A reunião da Câmara de Comércio Exterior que ocorreria neste mês ficou para janeiro. Ao assumir, Temer levou a presidência da Camex para o Planalto, prometendo dar mais prestígio ao órgão. Até agora, houve só uma reunião ministerial.

Fora todo mundo A Central de Movimentos Populares, parte da Frente Brasil Popular, organizará “Brigadas Populares” na periferia paulistana no início do ano. Quer usar carros de som e panfletagem para mobilizações contra Temer e João Doria.

Vitrola arranhada Para o movimento, a vitória do tucano sobre Fernando Haddad (PT) nas eleições de outubro foi a “municipalização do golpe” contra a ex-presidente Dilma Rousseff.

E tenho dito Após os vereadores de São Paulo aprovarem o aumento de seus salários, Adilson Amadeu (PTB) enviou mensagem ao grupo de WhatsApp da Câmara: “Quem não votou a favor é demagogo, sim. Devolva o salário. Aí vai mostrar sua cara”.

Nervoso, eu? A mensagem do petebista ainda seguiu em tom de ameaça aos colegas : “Amigo que marcou entrevista com o SBT na Câmara é bom desmarcar! Vou continuar vereador! É bom não encher o meu saco!!!”.

doriapipoca

 

Gente como a gente Curtindo os últimos dias antes da posse, Doria aproveitou a noite de Natal, no domingo, para pegar um cinema com a mulher, Bia Doria. Comprou pipoca grande antes da sessão. E saiu de lá dirigindo sua Porsche Panamera.


TIROTEIO

Uma proposta de reforma que praticamente suprime o direito a horas extras beneficia só os andares mais altos da sociedade.

DE GERMANO DE SIQUEIRA, presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho, sobre a proposta de Temer de flexibilização da jornada.


CONTRAPONTO

Em cima do muro

Deputados tucanos participavam de uma pequena confraternização patrocinada pela liderança do partido na Câmara após a eleição para o posto de líder da bancada em 2017, na qual Ricardo Tripoli sagrara-se vencedor.
Colegas de outros Estados estavam surpresos pelo resultado. O deputado de São Paulo levara a disputa logo no primeiro turno. Curiosos para saber como havia conseguido amealhar os votos, cercavam o futuro líder e o enchiam de perguntas. Um deles quis saber:
— Tripoli, mas afinal, você é do time do Geraldo Alckmin ou do Aécio Neves? — indagou.
— Sou… Geraldo Neves! — respondeu Tripoli.