Com popularidade em baixa, governo lança novo braço do Pronatec para estudantes do ensino médio
Bom velhinho Pressionado a produzir agendas positivas para tentar se afastar das cordas na virada do ano, o governo anuncia nesta semana um braço do Pronatec voltado a alunos da rede pública do ensino médio. A ideia, por ora, é chamá-lo de Mediotec. Em parceria com os Estados, o programa selecionará estudantes para cursos técnicos no período contrário ao do curso regular. O Ministério da Educação baterá o martelo sobre o número de bolsas e o valor investido nos próximos dias.
Passou direto Para a pasta, a medida antecipa também o novo ensino médio, em tramitação no Congresso, ao estimular que os estudantes sigam carreiras técnicas antes de deixar a escola.
A gente se entende Sobre uma eventual delação de Eduardo Cunha, integrantes da força-tarefa de Curitiba não parecem tão refratários à ideia quanto procuradores que atuam em Brasília.
Pule de dez O Planalto não tem dúvidas de que Herman Benjamin votará no TSE pela cassação da chapa Dilma-Temer. Por isso, tenta empurrar o julgamento para maio, quando Michel Temer terá o poder de indicar dois novos membros do tribunal.
Sou fiel Admar Gonzaga e Tarcisio Vieira Carvalho Neto seguem como os nomes mais fortes para as vagas da corte hoje ocupadas por Luciana Lóssio e Henrique Neves.
Tem, mas acabou Um figurão da área econômica diz que o momento é de implementar a agenda microeconômica anunciada na semana passada. Portanto, “pode tirar o cavalinho da chuva” quem espera por novas medidas de estímulo em breve.
Pagar para ver “Da parte da Fazenda, nada mais acontece antes de março ou abril”, diz a autoridade. Até lá, o ministério voltará a pensar em mais ações para a melhoria do ambiente econômico.
Nem amarrado O Planalto considera “inegociáveis” três pontos da reforma da Previdência: os 49 anos de contribuição; a instituição do regime único e as regras mais rígidas de pensão por morte.
Não é mais aquele Decepcionado com a disputa pela liderança do PSDB na Câmara, o deputado Marcus Pestana (MG) admitiu para dois colegas da Câmara que pode deixar a sigla — ele recebeu convites do PPS e do PSB.
Ábaco viciado Paulistas fazem cálculo bastante otimista da baixa que uma desfiliação do governador Geraldo Alckmin provocaria no PSDB.
Sigam-me os bons Entre as cidades maiores, estima-se que deixariam a sigla com ele os prefeitos de Santos, Praia Grande, Cubatão, Jundiaí, São José dos Campos, Taubaté, Ribeirão Preto, Santo André e São Caetano.
Coração de mãe Vinte e um dos 22 deputados estaduais e dez dos 14 federais do partido em SP também seguiriam Alckmin, que há tempos tem convite para migrar para o PSB — sigla do vice-governador Márcio França (SP).
Meio a meio Tucanos e palacianos concordam em um ponto: o PSDB se equilibra para manter o governo forte o suficiente para aprovar medidas impopulares, como a Previdência, mas fraco o suficiente para que Michel Temer não fique tentado a fazer um sucessor em 2018.
Gordura saturada Na lista vermelha dos ministros de Michel Temer que podem ser trocados na próxima reforma na equipe, Ricardo Barros, titular da Saúde, decidiu agradar sua bancada: convidou os deputados do PP para degustar um porco no rolete na semana passada.
O tempo voa João Campos (PRB-GO) celebra em breve o aniversário do descumprimento de uma promessa. Em 2015, disse que apresentaria parecer sobre um projeto para acabar com a revista vexatória em presídios para votá-lo antes do Natal do ano passado. Até agora nada.
TIROTEIO
É burrice estimular o conflito interno no PSDB. Não pode ter isso de São Paulo contra Minas. Vamos discutir 2018 só em 2018.
DO DEPUTADO DANIEL COELHO (PE), da ala jovem do partido, sobre a disputa interna gerada pela prorrogação do mandato de Aécio Neves à frente da sigla.
CONTRAPONTO
Perdeu o timing
Em depoimento ao juiz Sergio Moro na semana passada, Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia, confirmou que houve um acordo para que o empresário Walter Torre recebesse R$ 18 milhões e abandonasse a licitação do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes).
Moro, então, perguntou se o valor repassado a Torre não teria afetado o ganho esperado da obra.
— Porque R$ 18 milhões é um valor significativo — observou o juiz.
O empresário, com uma risada constrangedora, respondeu:
— Olha, afetou bastante. Esse valor foi absolutamente exagerado, mas isso só se verificou depois, né…