Oposição fará “blitz” no Ministério Público para manter Temer no centro da crise política
Carne de pescoço Encabeçada pelo PT, a oposição prepara um combo de ações para evitar que a demissão de Geddel Vieira Lima esfrie a crise no Planalto. Nesta segunda, um grupo de parlamentares vai à PGR pedir que Rodrigo Janot investigue Michel Temer por três crimes comuns, a partir do que admitiu ter dito a Marcelo Calero relacionado ao prédio na Bahia: prevaricação, concussão (exigir vantagem indevida em razão do cargo) e advocacia administrativa (usar o cargo para patrocinar interesse privado).
Quero saber O grupo também fará requerimento de informação aos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Grace Mendonça (AGU) e Roberto Freire (Cultura) sobre os contatos entre as pastas relativos ao empreendimento.
Deu ruim Parte do Ministério Público considerou a entrevista de Temer um desastre. A avaliação é que o presidente admitiu ter cometido advocacia administrativa.
Letras garrafais Essa percepção indica o risco de o peemedebista se tornar, ao lado do ex-ministro Geddel Vieira Lima, alvo de um pedido de investigação ao Supremo.
Propagandea-la-ei O governo fecha nesta semana campanha para tentar reduzir as resistências à reforma da Previdência. As peças publicitárias serão rodadas assim que a medida estiver pronta.
Alma do negócio Sob slogan “reformar agora para garantir o amanhã”, o Planalto fará ofensiva também nas redes sociais. Temer e ministros concederão entrevistas para defender a proposta.
O que é teu tá guardado O Plano de caciques do Congresso é votar as dez medidas anticorrupção mais ou menos do jeito que estão e aprovar o crime de responsabilidade para juízes e procuradores na lei do abuso de autoridade que tramita no Senado.
Cabra marcado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) virou alvo dos pares. Deputados articulam sua destituição da relatoria do projeto por achar que ele jogou para a plateia, alimentando a ira da opinião pública contra a Casa.
Walking Dead “Depois que as medidas passarem, ele vai ficar feito zumbi aqui”, diz um colega de Lorenzoni.
Fica a dica O baixo clero não vai engolir facilmente a decisão do governo de abandonar a anistia ao caixa dois.
É o fim Parada no STF há anos, a ação que pode colocar fim ao devedor contumaz vai ser julgada na quarta (30). A expectativa é que o Supremo declare constitucional o poder da Receita de fechar empresas sob regime especial de tributação que acumulam débitos fiscais milionários.
Nem vem Os setores mais afetados pela ação dos empresários são os de combustíveis, cigarros e bebidas.
Tio Patinhas Juntas, essas empresas devem mais de R$ 50 bilhões em tributos aos cofres públicos. Se o governo conseguir recuperar pelo menos parte desses recursos, terá um respiro nas contas.
Dor de cabeça Mal foi instalado e o Conselhão já dá problemas ao Planalto. A Casa Civil recebeu e-mail de uma das representantes dos sindicalistas com queixas sobre o método de escolha do comitê gestor do órgão — espécie de direção do colegiado.
Guarda pra mim Dos 96 integrantes, apenas seis vêm do meio sindical. “Isso nos deixa com muito poucas chances de integrar o comitê gestor”, escreveu Ruth Monteiro, pedindo que a chefia do Conselhão reserve uma das vagas aos trabalhadores.
Volta ao passado Presidente da UGT e integrante do Conselhão, Ricardo Patah faltou ao primeiro encontro do grupo, na semana passada. Motivo: pegou caxumba.
Ctrl + Z Dirigentes tucanos pressionam João Doria a rever a decisão de bancar Milton Leite (DEM) para a presidência da Câmara paulistana.
TIROTEIO
Se os caras mais enrolados dizem que não querem e que vão vetar, então vou colocar minha bancada para votar contra a anistia.
DO DEPUTADO PAULINHO DA FORÇA (SD-SP), retirando apoio ao projeto de anistia ao caixa dois após Temer e os presidentes do Congresso ficarem contra.
CONTRAPONTO
Tal pai, tal filho
Na sede do PSDB de São Paulo, os tucanos ainda festejavam o resultado da eleição municipal e a surpreendente vitória de João Doria à Prefeitura de São Paulo quando Tomás, 11, filho do vice Bruno Covas, foi abordado por um repórter de rádio.
— O que achou do resultado? — indagou o jornalista.
Tomás nem precisou parar para pensar. Foi logo comparando o placar majoritário das urnas ao limite de velocidade fixado pelo petista:
— Hoje o Haddad está multando o Doria porque ele passou de 50 — disse o menino, para deleite do pai, conhecido no tucanato pelo jeitão zombeteiro.