Ministério Público identifica fraudes na eleição para a Câmara Municipal de São Paulo
Venha a nós O Ministério Público detectou fraudes na eleição para a Câmara de São Paulo e vai entrar em breve com uma ação na Justiça Eleitoral para impugnar mandatos de vereadores eleitos. A Promotoria identificou que ao menos 35% das mulheres candidatas foram usadas como “laranjas” pelos partidos e coligações — lançadas apenas para cumprir a cota feminina determinada pela legislação. Com registros em mãos, elas não conseguiram tocar suas campanhas por falta de recursos.
Bolso vazio Em depoimento à Promotoria, as candidatas relataram que, sem recursos próprios, doações e dinheiro do fundo partidário, ficaram sem condições mínimas de disputar a Câmara.
Teste das urnas A maioria das mulheres ouvidas havia se filiado a seus partidos pouco antes da eleição municipal e concorria pela primeira vez a um cargo público.
De caso pensado “Novatas na política, elas só poderiam disputar se tivessem apoio de seus partidos, mas eles não se dispuseram a oferecer ajuda mínima. Ou seja, os dirigentes já sabiam que eram candidaturas sem qualquer viabilidade”, diz o promotor José Carlos Bonilha.
De grão em grão Com R$ 8 milhões de dívidas de campanha, o prefeito Fernando Haddad (PT) organiza jantares para arrecadar dinheiro. No último, realizado na semana passada, conseguiu levantar cerca de R$ 250 mil.
Sem Ravenna Ainda longe de quitar o débito eleitoral, o petista brinca que terminará com 160 kg de tantos jantares que terá de fazer.
Na esportiva Presidente da Câmara, Rodrigo Maia reagiu com bom humor à divulgação de seu número de celular nas redes sociais e até respondeu a mensagens de texto contra a anistia ao caixa dois.
Caixa postal cheia “Fui incluído até em grupo de açougue no WhatsApp”, afirmou ele — Maia não pretende trocar de celular, mas vai adquirir número adicional para conseguir falar ao telefone.
Trovoadas Barões do sistema financeiro estão cabreiros com a formação de uma “tempestade perfeita”: caso Geddel, crescente clima anticorrupção, anistia ao caixa dois, Estados quebrando, repatriação de parentes de políticos e delação da Odebrecht.
Está fervendo “Periga o leite derramar”, diz um emissário de um banco privado.
A regra é clara A despeito da braveza de aliados de Temer, o STF já decidiu — em caso de repercussão geral — que é legal a gravação realizada por um dos interlocutores de uma conversa, mesmo sem conhecimento do outro.
Lá atrás A decisão da corte foi tomada em 2009. Cezar Peluso era o relator à época.
Faz teu nome Para proteger os beneficiários do Cartão Reforma, o deputado Danilo Cabral (PSB-PE) apresentou emenda ao texto limitando os juros dos empréstimos a 5,5% ao ano.
Perdidão O deputado só não atentou para um fator: o programa para reforma de imóveis prevê transferências de recursos “a fundo perdido”. Ou seja, não há empréstimos — muito menos a taxa de juros a ser aplicada.
Vida de gado O Planalto deve sancionar sem vetos o projeto que reconhece a vaquejada como manifestação cultural — apesar de o Iphan, instituto hoje no epicentro da crise política, ter sido contra.
Se passa boi… A ideia é, em um futuro próximo, regulamentar a modalidade, excetuando apenas os pontos já vedados pelo Supremo.
Modelo de gestão De chegada na Cultura, Roberto Freire inovou: fez primeiro uma reunião com os funcionários da pasta, excluindo os secretários das áreas. Só deve reuni-los na semana que vem, quando seu número dois estiver na área.
TIROTEIO
A primeira ação de Doria para a cidade é uma cópia do passado. Ele nem se preocupou em rever os erros do projeto.
DO VEREADOR PAULO FIORILO (PT), sobre o prefeito eleito começar o projeto de zeladoria Cidade Linda pelo centro, reeditando o Belezura de Marta Suplicy.
CONTRAPONTO
Regras de ouro
Prefeitos eleitos e reeleitos pelo PSDB se revezavam no microfone na parte inicial do encontro promovido pelo partido na última sexta-feira (25), na Câmara dos Deputados. Quando as falas já se aproximavam do fim, Arthur Virgílio Neto chegou ao local.
Mesmo “retardatário”, o prefeito reeleito de Manaus insistiu com o senador mineiro Aécio Neves, presidente nacional da sigla, para discursar.
Diplomático, Aécio abriu a palavra ao diplomata de carreira, mas antes advertiu, pedagógico:
— Fale em pé para ser ouvido, fale claro para ser entendido e fale curto para ser aplaudido!