Auxiliares de Temer confirmam versão de que Calero procurou ministros para relatar pressão
Falou e disse Auxiliares diretos de Michel Temer confirmam, em caráter reservado, a versão de que Marcelo Calero procurou colegas de Esplanada antes de pedir demissão da Cultura e contou estar sendo pressionado por Geddel Vieira Lima (Governo) a interferir na aprovação do empreendimento em Salvador. Nas ocasiões em que buscou ajuda, o então ministro parecia “angustiado”, segundo os relatos. Teria ouvido conselhos para que levasse a história diretamente ao presidente.
Pororoca Caciques de partidos aliados estão preocupados. Temem que a crise Calero se some à delação da Odebrecht e imponha ao presidente a árdua tarefa de ser obrigado a buscar estabilidade política no lugar de ir atrás da estabilidade econômica.
Às armas O líder do PT na Câmara, Afonso Florence, e o colega Paulo Teixeira pedirão à PF a cópia do depoimento. Além de nova convocação do ex-ministro e de Geddel para prestar esclarecimentos, eles pretendem ir à Comissão de Ética.
Cartilha A sigla já aponta o trecho da lei do impeachment que Temer teria violado: o que diz ser crime de responsabilidade “servir-se das autoridades sob sua subordinação imediata para praticar abuso do poder, ou tolerar que essas autoridades o pratiquem sem repressão sua”.
Anfitrião Dirigente nacional do PSDB, Aécio Neves levará nesta sexta (25) ao encontro de Temer governadores e prefeitos eleitos do partido.
Força da natureza O objetivo é mostrar as credenciais. “Vamos apresentar a sigla em carne e osso ao presidente da República e lembrar a eles o nosso tamanho”, diz um tucano.
Em pizza Após a fracassada sessão que tentou aprovar a anistia ao caixa dois nesta quinta (24), aliados de Rodrigo Maia (DEM-RJ) começaram a temer pelo desgaste do atual presidente da Casa e os impactos que isso pode trazer para sua reeleição.
Veneno Dizem que, ao lado da tentativa da repatriação no passado, é a segunda articulação errática conduzida por ele que acabou em água.
Deficit A convocação às pressas para a sessão de ontem deu prejuízos aos cofres públicos: um deputado que teve de alterar a passagem gastou, sozinho, R$ 5.000.
Novo round A divulgação da nota em que o juiz Sergio Moro diz que a aprovação da anistia ao caixa dois impacta a integridade da democracia provocou imediata reação no meio jurídico.
Letra da lei Advogados da Lava Jato devem reagir e defender sanção a Moro, sob o argumento de que o juiz cometeu uma infração disciplinar ao se manifestar sobre a operação fora dos autos.
Atrás da orelha Auditores do TCU (Tribunal de Contas da União) estão inquietos porque o nome de Daniel Maia está cotado para a secretaria que cuidará das concessões do governo federal.
Passo a passo Durante a gestão de Aroldo Cedraz na presidência do TCU, Maia, que é concunhado de seu filho, Tiago Cedraz, comandou a secretaria do setor elétrico.
A pão e água Embora tenha marcado sua posse no Theatro Municipal, João Doria já avisou aos convidados que não servirá qualquer quitute. A cerimônia, segundo determinação do tucano, será “curta e cronometrada”.
Visita à Folha José Luís Carneiro, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, visitou a Folha nesta quinta (24). Estava acompanhado de Jorge Dias Cabral, embaixador de Portugal no Brasil, Paulo Lourenço, cônsul-geral em São Paulo, Hugo Gravanita, cônsul-geral adjunto, Ricardo Victoria, chefe de gabinete do secretário, João Pignatelli, conselheiro de imprensa e cultura da embaixada, e David Seromenho, assessor de imprensa.
TIROTEIO
Tentar votar uma emenda de quem não se emenda a toque de caixa — dois — extrapola todas as medidas possíveis.
DO DEPUTADO CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), sobre a tentativa frustrada da Câmara de tentar aprovar uma anistia a crimes correlatos ao caixa dois.
CONTRAPONTO
Para deixar claro
Durante a reunião do centrão para definir a estrutura das prévias para a presidência da Câmara, um dos postulantes, o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), soltou:
— Lembramos que cada candidato vai poder fazer campanha pelos votos de colegas de outras bancadas.
Jovair Arantes (PTB-GO), que também concorre, concordou. Disse que não tinha como um candidato ser eleito sem apoio de outras bancadas. Foi quando Paulinho da Força (SD-SP) brincou:
— Só não vale comprar voto!
Um silêncio invadiu a sala e por lá ficou. Até que Jovair chamou todos para o almoço.