Lula inicia articulação para tentar evitar debandada de parlamentares do PT

Painel

Juntando os cacos Diante da possibilidade de uma debandada de congressistas, Lula reunirá as bancadas do PT nesta sexta e na segunda para tentar frear o movimento. Dirigentes relatam receio do ex-presidente de que, se não agir agora como um “ímã” em busca de unidade, as disputas pelos rumos da sigla possam acabar “esfarelando” a legenda. Petistas próximos de Lula avaliam que a discussão pública sobre a sucessão fragiliza ainda mais o partido e sugerem um debate reservado sobre a renovação.

À deriva “Neste momento de fragilidade, se o partido ficar parado, a tendência é que haja dispersão”, sustenta um deputado da sigla.

Nós e eles Petistas dizem que o partido está dividido em dois grupos: os que estão preocupados com sua capacidade eleitoral e os que acreditam na refundação do PT a partir do resgate de suas bandeiras históricas.

Alto e avante Após eleger os prefeitos que comandarão a maior fatia da população, o PSDB prevê conquistar uma bancada de 80 deputados federais em 2018, contra 54 eleitos no último pleito. Já o PT estima que pode perder metade de seus 59 deputados.

Fica tranquilo A inclusão de parentes de políticos na nova lei de repatriação não é a única “porta da esperança” do texto. O projeto também deve estender a quem já aderiu à primeira chamada do programa os benefícios extras que forem incluídos na próxima fase.

Meio cheio A Câmara, no entanto, não está 100% satisfeita com a retomada das conversas. Aliados de Rodrigo Maia dizem que ele se dedicou muito para que o projeto andasse, mas o Planalto não se empenhou o suficiente.

Quem vai? Agora, caciques na Casa só querem fazer o texto avançar com um compromisso mais claro do governo de que dará respaldo.

Nem vem A carta em que Rogério Rosso (PSD-DF) quase lança sua candidatura à presidência da Câmara não foi bem recebida por parte do próprio centrão. “Ele já teve a vez dele e não conseguiu. Não terá nosso apoio de novo”, diz um dos líderes do grupo.

Calma lá A ala do “deixa disso” diz, no entanto, que o líder do PSD só teve a intenção de chamar pela unidade da Câmara, sem colocar o carro na frente dos bois.

Conta gotas Depois de aceitar a denúncia contra Henrique Alves sob suspeita de recebimento de propina, a Justiça Federal no DF pediu ao Ministério Público que se manifeste sobre a possibilidade de o ex-ministro ter cometido também crime eleitoral.

Bola de neve Isso porque a conta na Suíça onde os recursos foram pagos não aparecia na declaração de bens quando ele foi candidato. A omissão pode lhe render multa e até três anos de prisão.

Água na fervura Alguns ministros do STF consideraram excessivamente rigorosa a medida de retirar do cargo o presidente da Câmara ou do Senado caso se torne réu. A aposta é que o tema demorará a voltar ao plenário da corte.

Na mão Caciques do Congresso levantaram outro porém: a tese torna os titulares desses cargos “reféns” do procurador-geral da República.

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Papai Noel Um dos líderes da defesa de Eduardo Cunha na Câmara, Carlos Marun (PMDB-MS) programou uma “visita natalina” ao ex-deputado na prisão. Pretende ir até Curitiba em dezembro.

Caneta Embora o PSDB paulista articule um tucano para a sucessão de Geraldo Alckmin no Estado, dirigentes do PSB lembram que, com a possível candidatura do governador em 2018, Márcio França dará as cartas no Bandeirantes por nove meses.

Nota só O ativismo de França em favor de Alckmin é alvo de críticas de tucanos que defendem Aécio Neves candidato à sucessão de Temer.


TIROTEIO

Vindo de um analista seria um equívoco, mas, vindo de quem já trabalha com ele, beira a irresponsabilidade expô-lo dessa forma.

DO SENADOR AÉCIO NEVES (MG), presidente do PSDB, sobre o tucano Xico Graziano defender, em artigo na Folha, a volta de Fernando Henrique em 2018.


CONTRAPONTO

Teoria da criatividade

Na reta final das campanhas municipais, Chico Alencar (PSOL-RJ) trabalhava pelo correligionário Marcelo Freixo, no Rio, quando foi abordado por uma jovem que queria saber seu voto na PEC 241, do teto de gastos.

O deputado fluminense explicou que a proposta já havia sido aprovada pela Câmara em dois turnos, mas que ainda seria votada no Senado. Alheia aos trâmites no Congresso, a garota vaticinou:

— Lá eles estão sentindo a pressão. Tanto é que, para disfarçar, até mudaram o número dela. Agora virou 55! — disse, sem se dar conta de que as propostas mudam de número quando passam de uma Casa para outra.