PSDB e PMDB já falam em aliança para 2018
Eu vos declaro… Sem alarde, PSDB e PMDB começam a falar em uma aliança para 2018. Conduzidas pelo tucano Aécio Neves e pelo peemedebista Moreira Franco, as conversas ainda são preliminares, mas revelam a intenção de criar um “novo núcleo de estabilidade política” no país, unindo forças para uma possível chapa presidencial em dois anos. “É natural que qualquer namoro dê em casamento”, diz Franco, antes de recomendar cautela: “Não se começa namoro falando em casar. Tem de noivar antes”.
Alteridade Outro auxiliar próximo de Michel Temer vê na oposição ao projeto de poder petista a justificativa para a união. “PSDB e PMDB têm lugar juntos no futuro”, diz.
Tira no palitinho Nas reuniões em que tratam do assunto, os dois partidos tomam o cuidado de não falar em nomes de uma eventual chapa. Além do PMDB, o PSDB tem três possíveis postulantes — José Serra, Geraldo Alckmin e o próprio Aécio.
São Valentino O encontro entre Michel Temer e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso serviu ao propósito da aliança. Mas sem avançar o sinal. Sem 2016 e 2017, disse FHC, segundo relatos, não tem 2018. Ou seja: é preciso que o namoro dê certo.
Na saúde e na doença O Planalto refuta a tese de retaliar quem votou contra a PEC do teto de gastos. Mas informa que o governo tem um programa de reformas, e a base aliada, que se beneficia de cargos, tem de votar nessa agenda como contrapartida.
Só na inércia Um erro frequente nos tempos de Dilma Rousseff era justamente não reagir a traições de aliados no Congresso Nacional.
Segunda chance Com o recado dado, auxiliares de Temer sugerem aguardar o segundo turno da PEC no plenário. Inconfidentes arrependidos podem ser perdoados.
Férias frustradas De passagem comprada para o Chile, o primeiro-secretário Beto Mansur (PRB-SP) ficou de sobreaviso. Com Rodrigo Maia no Planalto, deve ser chamado a assumir a Câmara para a votação da repatriação.
Escafedeu-se Relator do projeto, Alexandre Baldy (PTN) deu um perdido na Receita durante as tratativas para alterar o texto — os sumiços eram vistos como tática para não se comprometer com o órgão, contrário a mudanças.
Carta marcada Exonerado em 5 de outubro, o ex-secretário de Esportes da Prefeitura de São Paulo José de Lorenzo Messina afirma ter sido demitido — não pedido demissão — por motivos políticos após o primeiro turno.
Eufemismo Messina sustenta que foi informado pelo antecessor, o vereador Celso Jatene (PR), que seria demitido por não ter “ajudado o suficiente na campanha de Haddad” e também por sua “falta de empenho” na reeleição do próprio Jatene à Câmara.
É assim A Prefeitura e Jatene negam que a exoneração tenha motivação política. O vereador diz que, na avaliação de Fernando Haddad, Messina “não conseguiu avançar nas políticas públicas da pasta” e que o cargo está sujeito à transitoriedade.
Passa amanhã Rivais do governador do Amazonas, José Melo (Pros), pressionam para que sua cassação seja julgada agora pelo TSE. O tribunal, porém, tem centenas de processos prioritários para cuidar — 1.554 recursos do primeiro turno e 1.276 ações de registro de candidaturas.
#AgoraÉQueSãoElas Ao assumir o STF, a ministra Cármen Lúcia decidiu nomear, pela primeira vez, uma mulher para comandar a Secretaria de Segurança do Supremo — a delegada Regina Alencar. Fez o mesmo no CNJ, colocando no cargo a delegada Tatiane da Costa Almeida.
Faz meu gênero No Superior Tribunal de Justiça, a ministra Laurita Vaz também nomeou uma mulher para a segurança: Penélope Gama.
TIROTEIO
Tempos bicudos esses em que São Paulo elege um preposto do messianismo de mercado e o Rio tem um fundamentalista da fé no 2º turno.
DE CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), sobre a eleição do empresário João Doria (PSDB) na capital paulista e a liderança do bispo Marcelo Crivella (PRB) na disputa no Rio.
CONTRAPONTO
O bedel e a saudade
Durante os trabalhos da comissão que analisava a PEC do teto de gastos na Câmara, Patrus Ananias (PT-MG) pôs-se a criticar a proposta. A Casa estava cheia — era o primeiro dia de sessão depois do primeiro turno.
Incomodado com as conversas paralelas, o deputado Danilo Forte (PSB-CE), presidente da comissão, resolveu intervir com uma ironia:
— Fazia tempo que o deputado Gilberto Nascimento (PSC-SP) não via o colega Mauro Pereira (PMDB-RS). Eles estão num diálogo muito fraterno, mas tenho de pedir que respeitem o deputado que está falando — disse Forte, para o alívio do petista, que pôde retomar sua fala.