Sem doações empresariais, congressistas já tiraram R$ 5 milhões do próprio bolso para campanhas
Quem quer dinheiro? Cerca de cem deputados e senadores já investiram ao menos R$ 5,2 milhões do próprio bolso em candidaturas de suas bases, incluindo as próprias. Prefeitos e vereadores tendem a ser os principais cabos eleitorais em 2018, quando os parlamentares tentam a reeleição — daí a importância de ajudá-los. O mais generoso foi João Gualberto (PSDB-BA), que aplicou R$ 440 mil em 28 candidatos. O que mais se autofinanciou foi Rodrigo Pacheco, nome do PMDB em BH, com R$ 2,2 milhões.
Só pra você Em meio à polêmica sobre a destinação do Fundo Partidário do PMDB, o presidente da sigla, Romero Jucá, deu R$ 15 mil do próprio bolso para a campanha de Marta Suplicy em São Paulo.
Vamos repartir A empresária Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza, doou, até agora, R$ 95 mil para a disputa na capital paulista. Foram R$ 50 mil para João Doria (PSDB), R$ 20 mil para Fernando Haddad (PT) e R$ 15 mil para Marta.
O escolhido A empresária destinou ainda R$ 10 mil para a campanha de Eduardo Suplicy, que disputa com outros 1.314 candidatos uma vaga na Câmara municipal.
Planos futuros Pensando na possibilidade de ir ao segundo turno, Marta Suplicy reforçou sua equipe de marketing com Eric Carrazzoni, que atuou na comunicação de Eduardo Campos.
Junto e misturado O ex-presidente Lula reforçará o quanto puder sua agenda de compromissos eleitorais pelo país. Quer usar os comícios para pedir votos para correligionários e, de quebra, fazer sua defesa contra a denúncia do Ministério Público.
Made in Brazil Executivos da Odebrecht foram nesta semana aos Estados Unidos para cuidar das tratativas da empresa com o Departamento de Justiça americano. As primeiras reuniões entre os advogados e os procuradores de lá devem acontecer nos próximos dias.
Eu te batizo Nas conversas com editoras, Eduardo Cunha mostra a sinopse de seu livro sobre os bastidores da deposição de Dilma Rousseff com o seguinte nome na capa: “Impeachment”.
Mas é segredo O texto de apresentação, porém, ainda não tem rastro do conteúdo picante que o ex-presidente da Câmara promete revelar.
Explique-se O PT vai à Justiça contra um ato de Mendonça Filho (Educação) que criou escritórios do ministério em Recife e São Paulo, “locais onde os dirigentes da pasta fazem política eleitoral”. Os alvos são o ministro e a secretária-executiva, Maria Helena Guimarães.
Modus operandi O pedido deve ser o primeiro de uma série de contestações à gestão Temer. Nas palavras de um petista, a ordem é “colocar a AGU para trabalhar”.
Alto-mar Com a possibilidade de Dilma presidir a Fundação Perseu Abramo, petistas maldosos passaram a chamar o órgão partidário de “afundação”. “Certeza que ela ‘afunda’ o instituto também”, ironiza um deles.
Não sobe em árvore Do deputado federal Bruno Covas (PSDB), vice na chapa de João Doria em São Paulo, sobre a anistia ao caixa dois: “Já vi as emendas jabutis algumas vezes na Câmara, mas é a primeira vez que vejo um projeto cágado”.
Assim não dá O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, está reclamando do BNDES. Ao lado do Banco do Brasil, a instituição deveria ter liberado R$ 3 bilhões do FAT para empréstimos destinados a micro e pequenas empresas.
Para tudo Afif diz que o BB vem cumprindo todas as suas metas de liberação de crédito, de R$ 2 bilhões. Já o BNDES “ainda não saiu do lugar”. “Por isso, pedimos a transferência do dinheiro destinado ao BNDES para que o BB possa liberá-lo.”
TIROTEIO
Esse cadáver do caixa dois está sepultado, concretado e com sal em cima, que é para não nascer nada mais dali.
DE ONYX LORENZONI (DEM-RS), relator da comissão que analisa as propostas do Ministério Público contra a corrupção, sobre a anistia a doações eleitorais ilícitas.
CONTRAPONTO
Vamos ao que interessa
Em campanha pela reeleição em Guaianases, no extremo leste de São Paulo, o prefeito Fernando Haddad foi abordado por uma moradora do bairro:
— Por que o PT tem três candidatos na eleição? — perguntou, em referência ao próprio prefeito e às ex-petistas Marta Suplicy, hoje no PMDB, e Luiza Erundina, no PSOL.
O prefeito explicou que o partido só pode lançar um único candidato e soltou:
— Em que número a senhora vai votar?
— Treze — respondeu a eleitora.
— Então está bom — disse Haddad, com um largo sorriso, encerrando a conversa.