Planalto já admite votação final da reforma da Previdência só no segundo semestre de 2017
Choque de realidade O Planalto não só concorda com a previsão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que a reforma da Previdência só será aprovada em 2017 como internamente já trabalha com um calendário bem mais largo de tramitação. O governo Temer reconhece nos bastidores que só deve conseguir promulgar as mudanças nas regras da aposentadoria no segundo semestre do ano que vem. Até a semana passada, ministros diziam que a reforma avançaria muito ainda em 2016.
Dia de São Nunca Empresários não gostaram do abandono da reforma trabalhista. Temem que o projeto do acordado sobre o legislado saia em definitivo da pauta. Lembram que a decisão de Teori Zavascki é sobre um caso específico e nada resolve.
Quero ser pop O presidente da República fará um giro pelo Brasil para inaugurar obras e conceder títulos de reforma agrária.
Lar doce lar O Palácio da Alvorada deve passar por uma reforma antes da chegada de seus novos inquilinos.
Duvido pular De um ministro sobre o risco de o PSDB sair da base: “Saltar do barco em alto-mar é perigoso”.
Aos amigos, tudo Pessoas próximas dizem que Temer dará, sim, um ministério para Moreira Franco chamar de seu, mas tentam convencê-lo a não criar mais uma pasta agora. Acham que pegará mal em tempos de ajuste.
Esfalfado? Entre sexta e sábado, o senador Aécio Neves (PSDB) gravou 218 vídeos para candidatos tucanos ao comando de grandes cidades.
Novo homem Desde que pegou o bastão, Temer tem sido mais contundente: disse ser contra o reajuste de magistrados e vetou o aumento de defensores públicos. Antes, atuava de forma melíflua porque precisava de votos para destronar Dilma Rousseff.
Queimou o filme Nas conversas que teve recentemente com aliados, Marina Silva (Rede) manifestou preocupação com a posição de dois de seus correligionários contra o impeachment, Alessandro Molon (RJ) e Randolfe Rodrigues (AP).
Biruta de aeroporto Segundo Marina, a defesa de Dilma pelos dois congressistas confundiu o eleitorado do partido, engajado na campanha por novas eleições.
Showbiz Uma equipe de cineastas tem acompanhado Fernando Haddad há dois meses em todas as suas atividades na Prefeitura de SP e em agendas de campanha.
Minha vez César Charlone, cineasta uruguaio radicado no Brasil, quer um documentário no estilo “Entreatos”, de João Moreira Salles, sobre os bastidores da campanha de Lula em 2002.
Garoto-propaganda O cineasta quer mostrar Fernando Haddad como um dos principais representantes da nova esquerda brasileira — sua candidatura à reeleição ainda não decolou.
Ao que interessa Para manter força no “cinturão vermelho”, região do ABC paulista, o PT já fala em voto útil. Em São Bernardo do Campo, cidade de Lula, pode compor com Alex Manente (PPS) para evitar uma vitória de Orlando Morando (PSDB).
Para não perder Em Osasco, o PT não vê mais chances na candidatura de Valmir Prascidelli e, na prática, já está com Jorge Lapas, que deixou o partido no começo do ano e migrou para o PDT para disputar a reeleição.
Pega ele! A equipe de Celso Russomanno (PRB) tenta convencê-lo a atacar João Doria (PSDB). O grupo teme o avanço do rival e acha que, nos bastidores, a campanha do tucano alimenta ataques velados. O deputado resiste.
Candidato biônico De um aliado de Russomanno diante das derrapadas do candidato na campanha: “Ele deveria deixar o programa de TV gravado, ir para Paris e só voltar no dia da eleição”.
TIROTEIO
FHC não nomeava Moreira para cargos que mexessem com dinheiro. Agora deram R$ 30 bilhões para ele cuidar. Não pode dar certo.
DE EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ), sobre Moreira Franco, um dos generais do governo Temer, a quem o ex-deputado atribui uma operação para cassá-lo.
CONTRAPONTO
Até tu, Brutus?
Eduardo Cunha estava no plenário da Câmara à espera de seu julgamento. Os poucos deputados que ousavam parar ao seu lado já demonstravam que a votação seria dura de vencer.
Tentando aparentar tranquilidade — mas absolutamente tenso por dentro, segundo quem o acompanhou naquelas fatídicas horas — Cunha avista o correligionário Júlio Lopes (RJ).
— Você entende, não é? — disse ele a Cunha, sinalizando que votaria contra o aliado.
O ex-presidente da Câmara olhou de lado e disse:
— Não entendo, não.