Cunha pretende ter livro pronto no feriado da Proclamação da República
Amigo oculto Eduardo Cunha passou a madrugada trabalhando em seu primeiro livro. Escreveu roteiro, sinopse e ordem dos capítulos. O livro que contará todos os bastidores do impeachment constrangerá, em 300 páginas, antigos e novos adversários. Cunha é disputado por três editoras. Esteve com uma nesta terça (13) e se reunirá com outras duas na quinta (15). Obstinado, quer a obra nas prateleiras de Natal — o material irá para a gráfica em 15 de novembro, Proclamação da República.
Vaga na ABL Cunha não encerrará a carreira de escritor com o impeachment. Fará um segundo livro “mais picante”, promete a amigos, e fala em redigir um terceiro sobre o dia de sua cassação.
Portas fechadas Na terça, ele se recusou a receber antigos aliados que votaram por sua cassação. Disse a alguns: “Quem votou contra mim não precisa me procurar”.
Teoria e prática Um interlocutor comum de Cunha e Michel Temer questionou se o ex-deputado queria transmitir alguma mensagem ao presidente. Ouviu que a hora dos recados já havia passado.
Apego O ex-ministro Mauro Lopes, que foi com Cunha até a porta do carro depois da votação, lamentava: “O que dá mais dó é que ele montou o apartamento funcional novo com tanto capricho…”.
Muita calma Os próximos capítulos de Cunha na Lava Jato serão um teste de paciência. Como parte das apurações vai para Curitiba e parte fica em Brasília, terá de conviver com “dois senhores”. Um general da investigação também não aposta em novo pedido de prisão por ora.
Sem teto A oposição vai nesta quarta ao STF contra a PEC que limita gastos. “É um absurdo que Temer tente, por 20 anos, reduzir gastos de saúde e educação”, diz Jandira Feghali (PC do B-RJ).
Turnê Com a greve de servidores do Itamaraty, funcionários que trabalham em Nova York ameaçam fazer protestos contra Temer durante sua visita à cidade.
Fale por mim O grupo de conselheiros de Temer sugeriu a contratação de um porta-voz nos moldes do embaixador Sérgio Amaral no governo Fernando Henrique. Mas essa mudança sozinha não vai sanar o problema de comunicação do Planalto.
Bom dia a cavalo A avaliação entre ministros de Temer é que o governo está falando muito. E muito mal.
Loja de cristais Petistas estão inseguros com a possível ida de Dilma Rousseff para a Fundação Perseu Abramo — ela foi convidada a presidi-la. Temem que o estilo durão se choque com o “soft power” dos intelectuais de lá.
Minha esquerda A campanha de reeleição de Fernando Haddad (PT) vai pegar carona na cassação para tentar colar em Marta Suplicy o carimbo de que ela é do “PMDB do Eduardo Cunha”.
Bico fechado A redução da vantagem de Celso Russomanno (PRB) no Datafolha fez a coordenação de sua campanha pedir que ele evite polêmicas até a votação.
Verão passado No discurso oficial, a campanha afirma que a vantagem de Russomanno caiu pelo pouco tempo de televisão. Mas a real razão, admite o PRB no bastidor, foi a opinião do deputado sobre o Uber.
Visitas à Folha Helder Barbalho (PMDB), ministro da Integração Nacional, visitou a Folha nesta terça-feira (13), onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Fernando Thompson, assessor de comunicação.
Paulo Chapchap, presidente do Hospital Sírio-Libanês, visitou a Folha nesta terça (13). Estava acompanhado de Fernando Andreatta Torelly, diretor-executivo do hospital, Patrícia Suzigan, superintendente de marketing e comunição, e Itacir Figueiredo, diretor da WN&P Comunicação.
TIROTEIO
Eu não sou candidato inventado por marqueteiro nem candidato reinventado por marqueteiro. Eu sou o que sou.
DE CELSO RUSSOMANNO (PRB), candidato à Prefeitura de SP, alfinetando, respectivamente, os rivais João Doria (PSDB) e Marta Suplicy (PMDB).
CONTRAPONTO
Entre amigos
Domingo. Véspera da cassação de Eduardo Cunha. O ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) chega à residência oficial de Rodrigo Maia (DEM-RJ) dando um alô geral aos convidados do presidente da Câmara. O deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), conhecido pela gaiatice, resolveu provocá-lo:
— Geddel está parecendo o Mercadante, não cumprimenta ninguém — alfinetou Fortes, usando o nome do ex-auxiliar de Dilma como sinônimo de arrogância.
Geddel entrou na brincadeira:
— Para ou não nomeio teu cara para o Banco do Brasil — devolveu o ministro, rindo.