Planalto acorda ministros com mensagem no WhatsApp sobre postura em eleição

Renata Agostini

Os ministros do governo Temer acordaram neste sábado (30) com uma mensagem estranha no celular. Todos receberam orientações expressas do Planalto, no grupo deles no WhatsApp, sobre como se comportar nas eleições deste ano.

O guia, de cinco pontos, foi enviado ao grupo de ministros por Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil e principal operador político do presidente interino. “Companheiros Ministros!”, começava a mensagem enviada às 8h30. “Assunto: Participação em Atos Partidários.”

Na mensagem, repleta de maiúsculas e redigida em termos solenes, Padilha disse ao grupo que escrevia em nome de Temer. Passou, então, a detalhar as regras estabelecidas pelo presidente interino.

Padilha ressaltou que a principal preocupação de Temer é não permitir disputas regionais que criem “dissidências” na base partidária do governo no Congresso.

Para evitar isso, o ministro sugere a criação de “acordos de procedimentos”, pelos quais cada diretório estadual dos partidos ficaria responsável por aprovar a participação dos ministros nas eleições.

As bancadas das legendas teriam que ratificar esses documentos. Cópias dos “acordos” seriam remetidas ao Planalto.

Por outro lado, Padilha afirmou que os colegas “devem participar nos atos internos de seu respectivo partido, para ser motivo de alavancamento do fortalecimento partidário”.

O chefe da Casa Civil usou o exemplo das convenções eleitorais. Mas frisou: “O governo não pode tomar partido nas disputas entre os partidos que formam sua base congressual”.