Temer já definiu primeira grande viagem após impeachment: irá para China vender carne e aviões
Oriente, volver Apesar das ressalvas públicas de que aguarda a decisão soberana do Senado, Michel Temer já escolheu a China como destino de sua primeira grande viagem após o impeachment de Dilma Rousseff. Ele planeja desembarcar em Pequim em setembro com duas missões: viabilizar a venda de 170 aeronaves da Embraer e ampliar a cota de exportação de carne brasileira para o país. A viagem reforça o que já está nas entrelinhas do novo governo: parceiros de fora do Mercosul terão voz e vez.
Piso Ao fim da reunião da equipe econômica nesta segunda (4), ministros avaliaram que um deficit abaixo de R$ 150 bilhões em 2017 seria muito difícil. Michel Temer pede que a Fazenda tente fechar um número inferior ao deste ano, de R$ 170,5 bilhões.
Fala que te escuto Em avaliações internas, o presidente interino voltou a mencionar a necessidade de procurar a oposição para dialogar, mas repetiu que ainda não é o momento. Vai esperar o desfecho do impeachment.
Juntos somos mais A avaliação é que o Planalto precisa de uma interlocução mínima com organizações sociais lideradas pelo PT para conseguir votar pautas delicadas no Congresso Nacional.
Nome aos bois Quem conhece Temer diz que, nesse caso, a “oposição” que ele menciona tem nome e sobrenome: Luiz Inácio Lula da Silva.
De mala, sem cuia Marcela e Michelzinho, mulher e filho de Temer, vieram de vez para Brasília, mas trouxeram poucas coisas consigo. Aguardam a mudança do Jaburu para o Alvorada para levar a mudança definitiva.
Não tá rolando Recuou no Senado o número de petistas entusiastas da proposta do plebiscito. Motivo: não há adesão suficiente à tese.
Preto no branco Os que ainda veem chance na convocação de novas eleições se encontram com Dilma Rousseff novamente no Alvorada nesta terça-feira (5). Querem apresentar à petista, pela primeira vez, uma proposta formal de consulta popular.
Nunca é comigo O PT manterá distância regulamentar de Paulo Ferreira, ex-tesoureiro do partido preso na Custo Brasil e também alvo da Operação Abismo, desta segunda (4). “Ele agiu em voo solo”, sustenta um dirigente.
Em nome do pai Paulinho da Força, presidente do Solidariedade e articulador do impeachment, emplacou o próprio filho, Alexandre, na chefia do Incra em SP. Ele foi deputado estadual e já atuou “informalmente” na Secretaria de Emprego de Alckmin por meio de uma fundação.
Banho-maria Temer disse ao governador do Ceará, o petista Camilo Santana, que precisa consultar o TCU antes de autorizar a liberação de recursos emergenciais para combater a seca no Nordeste.
Rolando Lero O interino deve jogar a responsabilidade para o TCU sempre que precisar de mais tempo para abrir o disputado cofre da União.
Vagas Petistas liderados por Arlindo Chinaglia começam a flertar com a candidatura de Giacobo (PR) a presidente da Câmara. A articulação abriria um posto para o PT na Mesa Diretora. Lula, porém, prefere um nome distante da influência de Cunha.
Feijão ostentação Do secretário da Força Sindical, Sérgio Luiz Leite, ao ouvir de Ronaldo Nogueira (Trabalho) que o almoço em seu gabinete seria arroz, feijão e carne: “Nesses tempos difíceis, melhor suspender o feijão!”.
É tudo nosso A defesa de Paulo Bernardo explica que, apesar de não ter entrado com habeas corpus, a reclamação endereçada ao STF contemplava o pedido de revogação da prisão do ex-ministro.
Lá atrás O procedimento interno que deflagrou uma investigação da gestão do diplomata Milton Rondó — que emitiu alerta sobre golpe no Brasil — teve início sob Dilma.
Visita à Folha David Uip, secretário da Saúde do Estado de São Paulo, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Vanderlei França, assessor de comunicação.
TIROTEIO
Com a prisão do ex-tesoureiro Paulo Ferreira, o PT já pode pedir música no programa ‘Fantástico’.
DO DEPUTADO BRUNO COVAS (PSDB-SP), em referência ao quadro do programa da Globo, no qual o jogador que faz três gols no mesmo jogo pede uma música.
CONTRAPONTO
Assim não dá, assim não pode
Senadores aproveitaram o jantar com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, na semana passada, para mostrar que não estavam satisfeitos com o apoio do governo interino ao reajuste do Judiciário.
Enquanto aguardavam os comes e bebes, os congressistas falavam da necessidade de se implementar o prometido ajuste fiscal e reclamavam que um aumento salarial agora prejudicaria o esforço de cortar gastos.
Habilidoso, Meirelles vinha saindo pela tangente. Até que Tasso Jeiressati (PSDB-CE) destampou a panela:
— Ministro, catorze projetos para aumento dos servidores não dá! Estamos sofrendo bullying!