Lula e Waldir Maranhão se juntam para ajudar a minar poder de Cunha

Painel

Todos contra ele Em conversa nesta sexta-feira, Waldir Maranhão e o ex-presidente Lula se uniram contra Eduardo Cunha. Ambos compartilharam o entendimento de que o principal objetivo na sucessão da Câmara deve ser evitar que alguém ligado ao peemedebista ou apoiado por ele assuma a cadeira. Parte da antiga base de Dilma Rousseff já reconhece que é melhor trabalhar por um candidato da base aliada de Temer, mas de fora do “centrão”, a ver eleito um afilhado político de Cunha.

Long time ago Não foi só a delação de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa. Há pelo menos um ano, a JBS entrou no radar da PF. Faltava alguma evidência para incluir a empresa nas investigações.

Entrou na rede A JBS é a primeira das “campeãs nacionais” a cair na teia da Lava Jato. Na era Lula, a companhia seguiu um ritmo agressivo de expansão com ajuda de financiamentos públicos.

Então quem foi? Investigadores da Lava Jato não gostaram nada de a JBS ter emitido, de pronto, uma nota como se nada tivesse a ver com a operação. Lembram: Eldorado e JBS têm o mesmo dono.

Predadores A ação, em si, pegou apenas intermediários do dito esquema. O “topo da cadeia alimentar” — autoridades e figurões com trânsito em Brasília — ficou de fora por ora, diz um procurador.

Recordar é viver Rodrigo Maia (DEM-RJ) pediu, em 2013, informações ao governo Dilma em que dizia “soar estranho” um aporte do FI-FGTS na Brado Logística. O financiamento acabou apontado nesta sexta como suposta fonte de propina para Cunha.

Pelos ares A Operação Sépsis dissolveu o pouco de apoio que Eduardo Cunha vinha reunindo no governo e junto a antigos aliados para tentar preservar seu mandato.

Rindo pelas costas Nas mensagens de Léo Pinheiro interceptadas pela Lava Jato, o empreiteiro da OAS conversa com o sócio César Mata Pires sobre o discurso de Aécio Neves (PSDB) no Senado após derrota na eleição de 2014.

Cruel “A ‘grande chegada’ de Aécio não teve o glamour que ele esperava”, dispara Pinheiro. Ao que Mata Pires responde: “Não tinha representatividade política. Apenas duas dúzias de vagabundos [estavam lá], visivelmente pagos para a finalidade”.

De olho A possibilidade de que a CCJ devolva a cassação de Eduardo Cunha à estaca zero não é bem vista por ministros do Supremo. A medida pode ser considerada como sinal de que, mesmo afastado das funções da Casa, ele continua a ditar as regras.

Ih, fora Da lista de 20 mil obras inacabadas no país que Renan Calheiros pretende fechar com Michel Temer, serão deixados de lado os grandes empreendimentos — mais difíceis de tocar por falta de verba e de tempo.

Menos um pepino Enrolada até o pescoço na Lava Jato, a Odebrecht está prestes a resolver ao menos um de seus problemas: o acordo com bancos para rolar a dívida de R$ 10 bilhões da Agroindustrial. Na noite de sexta, acertavam os últimos detalhes.

Pago quando puder A dívida será paga em treze anos. Pelos próximos cinco anos, a empresa não precisará pagar parcelas do financiamento — apenas juros. Entre os credores, estão BNDES e o BB.

apode0207painellVem pra rua De integrante da campanha do prefeito Fernando Haddad (PT) sobre a notícia de que João Doria (PSDB) decidiu apoiar o fechamento da Paulista após visitá-la: “Temos certeza de que ele voltará atrás também da retirada das faixas de ônibus quando finalmente entrar em um”.

Visita à Folha O deputado Waldir Maranhão (PP-MA), presidente interino da Câmara dos Deputados, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado dos assessores Márcio Junqueira e Francisco Câmpera.


TIROTEIO

A Friboi foi a maior financiadora de muitos dos atuais congressistas. Com essa operação, parece que a vaca vai pro brejo de vez!

DO DEPUTADO CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), sobre a Operação Sépsis, que investiga supostos repasses da J&F, controladora da JBS, em suposto esquema.


CONTRAPONTO

Te cuida, Michel 

Paulinho da Força, presidente da Força Sindical e do Solidariedade, levou Major Olímpio, deputado de seu partido e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, para um encontro com Michel Temer.
Ao cumprimentar a dupla, o peemedebista logo brincou — algo raro para o perfil austero do presidente:
— Espero que você não vá gritar ‘vergonha’ na minha posse — referindo-se ao protesto feito por Olímpio, que gritou “vergonha” durante a posse de Lula como ministro da Casa Civil de Dilma.
O deputado, ex-PM, respondeu, sem esboçar sorriso:
— O senhor tem 90 dias de carência.