Rombo nas contas de 2017 será superior a R$ 100 bilhões, dizem integrantes da área econômica
Para o alto e avante O déficit primário de 2017 que o governo enviará ao Congresso em breve ficará acima de R$ 100 bilhões, mas não reeditará o rombo fiscal deste ano, de R$ 170 bilhões, sinaliza a equipe econômica. Um de seus integrantes diz que, a cada reestimativa de receita feita pelo governo, a arrecadação cai R$ 10 bilhões. Apesar do número negativo, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) tem se animado com a melhora de alguns indicadores econômicos, em especial o índice de confiança.
Por um triz Ex-tesoureiro, João Vaccari está mesmo disposto a entregar o que sabe sobre o PT e seus dirigentes. Nos últimos dias, elevou o nível de reclamação contra generais de seu partido. Queixa-se de abandono profundo.
Ameaça Familiares do petista são os que mais pressionam para que faça uma delação. Segundo relatos, Vaccari tem mandado recados do cárcere: se seus companheiros não tomarem conta dele, diz, não pensará mais duas vezes.
Olho neles Integrantes do governo afirmam que o Planalto recebeu informações de serviços de inteligência sobre encontros recorrentes entre o ex-presidente Lula e Guilherme Boulos, do MTST, além da relação das reuniões com manifestações contra Temer.
Aqui não O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) diz que nenhum dos dois é monitorado e que desconhece a existência dos relatos. Em tempo: não é preciso serviço de inteligência para saber que os aliados Lula e Boulos se falam constantemente.
Criando teia Agora que o processo contra o ex-presidente foi para Curitiba, a defesa do petista pedirá a liberação de seu acervo — sem acesso até para limpeza. São 200 metros cúbicos de presentes mofando no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Ninguém me vê Tem gente graúda no Planalto muito incomodada com a “síndrome do homem invisível”, mal que enfermou caciques do PMDB e de outros partidos que, mesmo com a Lava Jato na cola, pressionaram para entrar no ministério.
Mas a Lava Jato vê Para auxiliares do presidente interino, foi Eduardo Cunha quem forçou para fazer ministro Henrique Alves, último “homem invisível” do pedaço a aparecer — e cair. Ele, porém, sempre foi visto como da cota pessoal de Temer.
Novo tom O ministro Torquato Jardim (Transparência) garantiu ao promotor Roberto Livianu, do Instituto Não Aceito Corrupção, que, se depender dele, o Ministério Público terá papel central nos acordos de leniência. Sob Dilma, os dois lados divergiam.
Proparoxítona O deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) tomava um café na Câmara quando um homem o avista e grita: “Heráclito!”. Ao ver a cena, Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) intervém: “Não é Heráclito. É e-ró-ti-co!”.
Kill the messenger Sobre os ataques do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e de outros integrantes do partido ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, um chefão da Lava Jato saiu-se com esta: “Por favor, não matem o mensageiro”.
Made in Brazil A Confederação Nacional da Indústria deve receber nesta segunda-feira (20) os ministros José Serra (Relações Exteriores) e Marcos Pereira (Indústria) para apresentar suas propostas para o comércio exterior.
Nossa agenda Investimentos na Argentina, “dadas as mudanças na política no país”, e acordos com União Europeia e México estão entre as prioridades que serão submetidas pela entidade.
Vertebrado Dores fortes e intermitentes na coluna cervical têm forçado o chanceler brasileiro a encolher sua agenda de compromissos no Itamaraty. Neste domingo (19), Serra deu entrada no hospital Sírio Libanês para realizar exames.
TIROTEIO
Iremos contra essas manifestações de que a Lava Jato já fez o suficiente. Queremos que a operação continue até esclarecer tudo.
DA EMPRESÁRIA ROSANGELA LYRA, que fará, nesta quinta (23), na Avenida Faria Lima (SP), ato com distribuição de adesivos de apoio à Lava Jato.
CONTRAPONTO
Cem anos de perdão Chefe da força-tarefa da Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol estava em Oxford fazendo uma palestra quando decidiu perguntar à plateia sobre quem cunhou expressão “rouba mas faz”.
A maioria fez ecoar o nome de Paulo Maluf.
— Isso mesmo, Adhemar de Barros — redarguiu Dallagnol.
Diante do constrangimento dos que falaram o nome de Maluf em vão, o procurador afirmou:
— Esse aí que vocês falaram até isso roubou. E eu, que estou numa palestra sobre corrupção, roubei essa piada de outra pessoa — arrematou.