Planalto trabalhará para aprovar parte das medidas defendidas pelo Ministério Público

Painel

Junte-se a eles Com parte do governo ferida pela Lava Jato, Michel Temer definiu uma estratégia para sair da defensiva. O Planalto vai assumir como agenda de governo parte das dez medidas de combate à corrupção apresentadas pelo Ministério Público Federal ao Congresso. Deve manifestar apoio e trabalhar pela aprovação de pelo menos cinco delas, como a criminalização do enriquecimento ilícito de agentes públicos e a ampliação da pena para corrupção envolvendo valores elevados.

Não me engana O governo trabalha na elaboração de um cadastro on-line com a lista de todos os beneficiários de seguro-desemprego.

Tampa O objetivo é fechar o ralo de dinheiro público e evitar os “desempregados profissionais” — aqueles que têm trabalho, mas pedem para que a carteira não seja assinada para manter o auxílio.

Castigo! Com o cadastro, a empresa que contratar funcionários nessas condições será punida. Um projeto elaborado por Romero Jucá deve ser enviado ao Congresso.

Visitinha A tropa de choque de Eduardo Cunha pedirá a ele que renuncie à presidência assim que acabar a votação no Conselho de Ética. Carlos Marun irá à residência oficial fazer o apelo.

Aval Se aceitar a segunda denúncia contra Cunha, o STF dará mais força a quem defende sua cassação, pois será o primeiro “reconhecimento” da Justiça sobre as contas na Suíça, também objeto da representação na Câmara.

Tolinhos Antes do afastamento, um ministro perguntou a Dilma como se sentia com tanta pressão: “Eles acham que estou sofrendo”.

Por mim Parece intriga da oposição, mas são os próprios amigos da petista que dizem: ela luta mais pela biografia que pelo mandato.

 

leal

Bateu, levou Hugo Leal fez um tratamento capilar que deu errado e precisou raspar a cabeça. Um colega fez troça: “Foi preso?”. O deputado rebateu: “Em Curitiba. E me lembrei de você na delação!”.

Mais Em conversas reservadas, Temer disse que tende a optar por um prazo maior, de cerca de sete anos, para a vigência do teto do gasto público com base na inflação. O ministro Henrique Meirelles (Fazenda) também quer um tempo superior a cinco anos.

Nem me viu O governo não usa figura de linguagem quando diz que encontrou comissionados da gestão anterior escondidos no Planalto: um deles não aparecia no gabinete para não ter chance de ser demitido. “Trabalhava” em uma sala na garagem do Planalto.

Vai vir Alguns dos maiores advogados tributários do país garantem que é questão de tempo para que os bilhões da repatriação entrem nos cofres públicos. Há centenas de clientes decididos a aderir. Mas eles preferem esperar para ver se a lei muda.

Confuso Um dos pontos nebulosos na legislação atual — e motivo de intensa queixa — é sobre a base de cálculo. A Receita entende que é preciso pagar tributo sobre o saldo da conta e o que foi gasto no exterior sem declaração ao Fisco. Para advogados, não está claro em qual prazo.

Bolso vazio? Mesmo se dizendo sem dinheiro para quitar a dívida com o marqueteiro Luiz Gonzalez, o PSDB paulista transferiu, em 2015, R$ 4,1 milhões ao diretório nacional. A sigla diz que houve “devolução de recursos”, mas não esclarece por que não pagou o débito.

Vai que precisa O tucano João Doria consultou advogados sobre o limite legal para financiar do próprio bolso gastos de sua campanha.

Ideia fixa Decidido a afastar João Rezende da Anatel, o presidente nacional da OAB, Cláudio Lamachia, diz que estuda provocar o TCU contra o chefe da agência reguladora. Para ele, Rezende atua em prol das teles.


TIROTEIO

Enquanto alguns têm denúncia aguardando há três anos, o ‘PGR’ continua mais do que nunca sendo o procurador-geral da Rousseff.

DE EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ), presidente afastado da Câmara, sobre a terceira denúncia feita por Janot contra ele e alfinetando Renan Calheiros.


CONTRAPONTO

Língua presa

A chegada de João Santana na carceragem de Curitiba despertou a curiosidade de delegados.
— Por que Dilma se comunica tão mal? — indagou um.
Santana, então, começou uma digressão sobre como a presidente da República, hoje afastada, era uma mulher de rara inteligência. E deu a seguinte explicação:
— Isso é um problema de neurolinguística — respondeu aos federais.
Como um delegado fez cara de interrogação, o marqueteiro se apressou para desfazer a dúvida:
— É que ela raciocina tão rápido que a fala não acompanha o pensamento…