Integrantes da equipe econômica admitem fixar prazo para teto nos gastos públicos
Teto de zinco Integrantes da equipe econômica admitem, nos bastidores, que podem definir um prazo para a existência do teto nos gastos públicos. No formato anunciado, a medida pode não passar no Congresso por ser considerada muito rígida. O ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) diz que o Planalto está disposto a debater a proposta, que visa controlar a dívida pública. “Não pode haver prato pronto”, diz. A ideia de flexibilizar o teto ainda não está oficialmente no radar da Fazenda.
Amargo demais Um economista da Esplanada, com voz nas decisões do governo, usa o seguinte exemplo para ilustrar a dureza da medida: “Não é razoável o Orçamento de 2030 ser igual ao de 2016 mais a inflação do período”.
Voz de fora A McKinsey está trabalhando para a Casa Civil. A consultoria atualiza, a pedido do Planalto, um estudo de “apoio à reestruturação organizacional” da pasta, que passou a atuar mais com gestão do que com política.
De boa A empresa chegou ao governo pelas mãos do Movimento Brasil Competitivo, encabeçado por Jorge Gerdau. A consultoria já fez reuniões no Palácio nesta semana e, segundo o governo, não está cobrando pelos serviços.
Filme queimado O Planalto se assustou com a reação negativa da imprensa internacional à aparição do ministro da Transparência nas gravações de Sérgio Machado.
Agora vai Após sondar Torquato Jardim, com quem Temer se reuniu nesta terça, o governo passou a comparar seu currículo com o de outros cotados. “Não podemos errar de novo”, diz um palaciano.
Na mesa Também foi sugerido Arnaldo Hossepian, conselheiro do CNJ. O nome de Eliana Calmon, ex-corregedora do órgão, acabou descartado por ser vista como “linha dura”. O governo quer alguém capaz de fazer a ponte com as empresas.
Não é possível As companhias que tentam acordo de leniência estão entre a angústia e a descrença. Tem empresa que lidará com o sexto ministro da pasta. “É inacreditável”, diz um executivo.
Cabreiros Senadores não estão confiantes de que Dilma aceitará propor novas eleições caso volte ao Planalto. Avaliam que, se for para a petista continuar até 2018, melhor Temer ficar onde está.
Na linha A PF pediu à Justiça para alongar o prazo da quebra do sigilo telefônico do lobista Fernando Baiano. Quer apurar o vínculo entre ele e o senador Valdir Raupp, ex-presidente do PMDB.
Socorro Peemedebistas se alarmaram com um questionamento à Lei Eleitoral apresentado por Rodrigo Janot em maio. No meio do texto, ele trata como fato consumado a queda de um vice caso haja “cassação de diploma ou perda de mandato” de um presidente da República.
Precavido Um rival de Eduardo Cunha diz que a consulta sobre seu caso no Conselho de Ética à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) é o primeiro sinal público de que o peemedebista teme ser derrotado no plenário.
Nem sinal A Fundação Pio XII, que mantém hospitais do Câncer em SP, espera desde 2013 o repasse de R$ 8 milhões da União. Servidores temem o fechamento de unidades. O Ministério da Saúde diz que aprovou o pleito, mas não há dinheiro.
É bom que se saiba O PSDB paulista decidiu lembrar aos seus filiados que eles devem apoiar os candidatos… do PSDB. Em resolução, de 16 de maio, diz que eles têm o dever de votar em tucanos e estão proibidos de dar qualquer tipo de apoio a candidatos rivais.
Foco nos plumados O texto está sendo chamado jocosamente de “resolução Matarazzo”, em referência ao vereador Andrea Matarazzo, que trocou a sigla para concorrer à Prefeitura pelo PSD.
TIROTEIO
Cassação é pena de morte para um político. Se fizesse uma análise desapaixonada, o relator teria de propor algo mais brando.
DO DEPUTADO CARLOS MARUN (PMDB-MS), capitão da tropa de Eduardo Cunha no Conselho de Ética, sobre relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO).
CONTRAPONTO
Ó vida, ó azar
Em um almoço em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) começou a listar as obras conduzidas pelo Estado para aumentar a oferta de água. No início de 2015, a crise hídrica atingira em cheio à administração do tucano diante da prolongada estiagem e do risco de adoção de um drástico racionamento em diversas cidades.
— Quando cheguei aqui hoje me disseram que São Pedro está nos ajudando com as chuvas — disse.
Em seguida, emendou:
— Engraçado… Quando falta água, a culpa é do governador. Mas, quando tem água, dizem que São Pedro é quem está ajudando!