Temer envia emissário até Waldir Maranhão para garantir andamento da agenda econômica

Painel

Tem jogo? O governo Temer enviou um emissário até Waldir Maranhão para garantir uma convivência que não empaque a agenda econômica na Câmara. Os novos condôminos do Planalto estão preocupados com a inconstância do deputado. Se não houver acordo ou renúncia, planejam transformá-lo em rainha da Inglaterra: preside, mas não governa. Como o seu partido, o PP, pode expulsá-lo e, assim, tirar-lhe o cargo, alinhar-se pode ser a única alternativa ao chefe interino da Câmara.

Deixa que eu deixo A hipótese mais provável para os aliados de Temer é que o chefe interino da Câmara não renuncie e acabe “tutelado” pelo primeiro-secretário Beto Mansur. A nova oposição deve reagir caso isso aconteça.

Enxuga já Novo ministro do Planejamento, Romero Jucá planeja um corte de 4.000 postos federais — entre funções de confiança e cargos comissionados.

Muda mais O governo Temer cogita mudar o nome do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. Considera a marca muito identificada com o PT.

Agente duplo Além de ministro, Jucá terá de se dedicar ao Senado. Será uma espécie de articulador informal para pavimentar uma governista razoável na Casa.

 

lindinho

Beijo no ombro Na sessão do impeachment, Romero Jucá ironizava o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Prometia resgatá-lo da oposição: “Fique tranquilo, vou criar um programa de recuperação de ativos!”.

Aquele abraço Ao receber a notificação do afastamento de Dilma, Temer quis saber do senador Vicentinho Alves, o portador da notícia, como estava a petista quando fora intimada.

Leva que é sua Para assinar o termo, o peemedebista usou uma caneta de um assessor. Ganhou a peça de presente depois do ato.

Vem pra cá Temer nomeia nesta sexta Nara de Deus como sua chefe de gabinete.

No sapatinho Lula se recusou a entrar no Palácio do Planalto. Desceu do carro no subsolo e viu o discurso de Dilma em uma pequena sala próxima à garagem.

Que chateação Lula também não quis subir no palco montado para Dilma. Capitulou diante da insistência de Jaques Wagner.

Na medida certa O Itamaraty prepara uma nota cautelosa para rebater manifestações de Equador, Cuba e Venezuela insinuando golpe no Brasil. Quer calibrar o texto para não parecer nem omisso nem explosivo.

Sinais Um importante funcionário do governo estava sem a identificação da Presidência da República e foi barrado por um segurança, que resmungou baixinho: “não manda mais aqui”.

Ideia não falta Depois de lançar dez medidas para combater a corrupção, integrantes do Ministério Público discutem apresentar ao Legislativo proposta de reforma política para blindar o sistema de financiamento eleitoral.

Fala sério Servidores da Controladoria-Geral da União entregaram um abaixo-assinado com 1.200 assinaturas ao PMDB reclamando da mudança no nome do órgão.

Que fase Preterido por Temer, Roberto Freire (PPS) foi chamado de golpista por integrantes da CUT num voo.

Troca A agência TV1, que recebe R$ 1,1 milhão por mês para produzir o conteúdo digital do governo, demitiu 11 funcionários nesta quinta (12) apesar de manter o contrato com a gestão Temer.

Visita à Folha Paolo Dal Pino, presidente-executivo da Pirelli América do Sul, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Marco Cortinovis, diretor de relações com a mídia para a América Latina.


TIROTEIO

Os mercados responderam positivamente. A equipe econômica têm convicção de que espaço e tempo são bens escassos.

DE LUIZ CARLOS TRABUCO, presidente do Bradesco, sobre a posse de Michel Temer como presidente temporário e dos novos ministros da Esplanada.


CONTRAPONTO

Você não vai com a minha cara?

Dilma Rousseff aguardava no Palácio do Planalto a chegada de Vicentinho Alves (PR-TO), primeiro-secretário da Mesa Diretora do Senado e portador da notificação de seu afastamento da presidência por até 180 dias.
Reunida com seus principais auxiliares, a petista aparentava tranquilidade. O senador mostrou onde o documento deveria ser assinado e Dilma se preparava para fazê-lo, quando Miguel Rossetto, ex-comandante do Ministério do Trabalho e Previdência, ensaiou puxar aplausos e soltou um “viva a democracia”.
Dilma repreendeu-o no ato:
— Tá maluco? — disse.