Executivos dizem sofrer achaque para não serem convocados pela CPI do Carf
Mãos ao alto Executivos e representantes de empresas foram até a CPI do Carf reclamar de terem sido procurados por deputados que exigiam dinheiro para evitar convocações. “A comissão se tornou instrumento de chantagem e achaque”, reconhece um dos integrantes do colegiado. Em encontro fechado, membros da CPI repassaram a um investigador da Zelotes uma lista dos 152 alvos da comissão parlamentar. Desses, ao menos 20 pessoas não têm ligação direta com a operação da PF.
Sinal dos tempos Renan Calheiros se recusou a atender o telefonema de Dilma Rousseff antes de anunciar que iria ignorar o ato de Waldir Maranhão e manter o rito do impeachment.
‘Forçou’ a amizade A decisão de Maranhão jogou Renan para o colo de Michel Temer. Até então, o presidente do Senado emitia sinais dúbios sobre seu apoio ao vice, de quem nunca foi realmente próximo.
Esqueçam o que votei O mesmo Renan, em 2005, acatou requerimento para anular a sessão que havia rejeitado a indicação de Alexandre de Moraes para o Conselho Nacional de Justiça — aprovado na segunda tentativa.
Ficou perigoso A confusão provocada pelo chefe interino da Câmara não estava no radar do Jaburu. Trata-se de uma pequena mostra do campo minado que se tornou a Casa para o vice após a saída de Cunha.
Deu o bolo Maranhão era esperado no domingo por Temer, mas desligou o telefone e não deu as caras.
Escaldado Embora tenha dado tempo para orientação das bancadas na sessão do impeachment, Cunha fez ressalvas: “Não vamos colocar no painel, pois não cabe orientação”, disse antes da votação de 17 de abril.
Miss Colômbia Circulou no governo a piada de que Temer e Dilma recriariam a final do Miss Universo. O vice viraria a candidata colombiana que, após ser anunciada vencedora, teve a coroa retirada.
Dono do cofre O economista Carlos Hamilton Araújo é cotado para a equipe de Henrique Meirelles. Apontado como nome ideal para o Tesouro Nacional, o ex-diretor do BC defende uma política fiscal contracionista.
Fica a dica Temer e sua equipe ressuscitaram a proposta de enxugar o ministério — descumprindo, portanto, os acertos firmados para viabilizar o impeachment — logo depois do afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Basta Depois de vaivéns sobre a composição do novo governo, o PSDB informou ao Jaburu que aplaude a redução de ministérios, mas reafirma posição de não indicar nomes. Ou seja: se quiser um tucano na Esplanada, Temer terá de nomeá-lo em sua cota pessoal.
Mais um Temer fez nova oferta ao PRB. Para tirá-lo do Ministério da Ciência e Tecnologia, ofereceu o Esporte pasta que controlava até abandonar Dilma e que já foi prometida ao PMDB do Rio.
Vai encarar? A bancada do PRB está revoltada: “Esquecem que somos destemidos. Somos 22 mais a Record. E temos palavra”, diz o deputado Marcelo Squassoni (SP).
Errou a mão Peemedebistas apontam dois problemas nas idas e vindas do ministério: a cada mexida, Temer coleciona indisposições com aliados e passa a imagem de imprevisibilidade a um governo que pretendia ter a estabilidade como marca.
Tête-à-tête O vice reuniu-se nesta segunda (9) com Abílio Diniz. Está ouvindo nomes do mercado para definir algumas ações.
Bem resolvido Delcídio do Amaral, que foi ao Senado fazer sua defesa nesta segunda, almoçou tranquilamente no restaurante do hotel de onde foi levado preso pela Polícia Federal seis meses atrás.
TIROTEIO
Há uns do Maranhão com 50 anos de fama. Outros, como o da Câmara, com 50 minutos. Cada Maranhão com seu quinhão.
DE GAUDÊNCIO TORQUATO, consultor político, sobre decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, de anular votação do impeachment.
CONTRAPONTO
Toda forma de amor
Num seminário sobre o novo sistema de avaliação do ensino básico, o ministro Aloizio Mercadante (Educação) anunciou que quebraria o protocolo para chamar ao palco Toni Reis, militantes da causa LGBT, para tirar uma foto. O público imediatamente comemorou.
Quando a sessão de flashes terminou, Mercadante, em tom de brincadeira, comentou ao microfone:
— Ainda bem que ele respeitou o decoro e não me deu um beijo! — disse o petista.
Reis divertiu-se e logo emendou a graça:
— Imagine. Sou um homem da família tradicional. Da família tradicional gay!