Cunha ameaça acolher outros nove pedidos de impeachment caso Dilma sobreviva à votação

Painel

Campo minado Se Dilma Rousseff sobreviver ao pedido de impeachment em tramitação na Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ameaça acolher, a partir do dia seguinte à votação em plenário, os nove requerimentos pela deposição da petista que ainda aguardam decisão em sua mesa. Aliados dizem que o presidente da Casa pode usar a determinação recente do Supremo, que o obrigaria a instalar comissões especiais, para reverter os 48 arquivamentos já ordenados anteriormente.

Bom entendedor O parecer da Procuradoria-Geral da República defendendo a anulação da posse de Lula é um forte indicativo de que Rodrigo Janot pedirá autorização do Supremo para investigar Dilma Rousseff.

Sinal O parecer diz que a nomeação e a posse do ex-presidente foram praticadas com a intenção de tumultuar o andamento da Lava Jato. Os investigadores indicam ser inevitável apurar se o ato presidencial teve esse fim.

É guerra O PT entrou na primeira leva de seis partidos que já indicaram seus nomes para compor a comissão de impeachment de Michel Temer. As outras 23 siglas, no entanto, ainda não apresentaram seus integrantes.

Simples assim Helder Barbalho (PMDB), o ministro dos Portos, disparou telefonemas a PRB, PR e PP: se Marcelo Squassoni, Milton Monti e Rizardo Izar não abandonarem o impeachment, seus indicados na pasta serão degolados o quanto antes.

Ritmo de festa Cunha tem aberto sua casa para comemorar aniversários na quinta à noite — e estimular o quorum na sessão de sexta. Na semana passada, assopraram velinhas para Maurício Quintela (PR-AL). Ontem, para Lucas Vergilio (SDD-GO).

Nem vem O ministro Jaques Wagner rebate os críticos: “Não há compra de votos. Emendas fazem parte do orçamento impositivo. Tentam constranger a liberdade de opinião e de voto dos que veem no impeachment uma causa perdida e artificial”.

Cirúrgico Julio César (PSD-PI), um dos indecisos da comissão que avalia o pedido contra Dilma, foi ao Planalto com o ministro Gilberto Kassab na quarta. Há no governo quem ainda acredite em reverter — o mais provável é amenizar — a esperada derrota no colegiado.

Na tela A TV Globo transmitirá ao vivo a votação do pedido de impeachment de Dilma no plenário. A programação será interrompida seja qual for o dia da sessão, definiu a emissora nesta quinta (7).

Padrão A empresa diz que repetirá, assim, a decisão tomada em 1992, quando transmitiu em rede nacional a votação do pedido de impeachment do então presidente Fernando Collor.

Chegando a hora O ministro Gilmar Mendes (STF) mandou novos ofícios à PF há cerca de vinte dias. Quer a apuração de nova lista de prestadores de serviço da campanha de Dilma, alvo de um inquérito.

Segue o jogo Dos 18 inquéritos da Operação Zelotes, seis foram concluídos e outros três devem sê-lo em breve. Eles se referem à parte da apuração ligada ao Carf. As investigações sobre o filho do Lula, portanto, continuam.

Não dá mesmo? O governo segue pressionando a diretoria da Petrobras para que a estatal reduza o preço da gasolina e do diesel.

apode0804painel

 

Perdeu Eduardo Suplicy (PT) diz que planejava entregar à presidente Dilma a doação de R$ 176.267,67, correspondente a 12 meses de salário como secretário de Direitos Humanos de SP.

Faturou O petista queria que o dinheiro fosse destinado ao programa de renda básica, de sua autoria. Como não consegue ser recebido pela presidente, deu o cheque para o prefeito Fernando Haddad.


TIROTEIO

A bancada não aceitará intromissão em suas atribuições, vinda de quem quer que seja, independentemente de cargo ou posição.

DE LEONARDO PICCIANI (RJ), líder do PMDB na Câmara, sobre a intenção de sua sigla de expulsar deputados que votarem contra o impeachment de Dilma.


CONTRAPONTO

Pela ordem e pela faixa

O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) cruzou com Renan Calheiros (PMDB-AL) em Brasília e aproveitou para pedir ao presidente do Senado que dê mais atenção a seus pedidos feitos em plenário. O parlamentar reclamou que o peemedebista não responde às suas “questões de ordem” contra o governo.
Depois de ouvir o apelo, Renan comentou:
— Ferraço, tem uma faixa em frente à minha casa que diz: “Renan, saia do muro”.
E completou:
— Se eu aceitar as questões de ordem, essa faixa perderá o sentido!