Odebrecht trava disputa com credores estrangeiros, que pedem renegociação de dívida e temem calote

Painel

Efeito dominó A Odebrecht trava, sem alarde, uma batalha com credores internacionais, que temem um calote bilionário de uma subsidiária do grupo. Investidores que deram dinheiro à Odebrecht Óleo e Gás agora pressionam por uma renegociação da dívida. O problema é que, em dezembro, a empresa já não cumpriu o prazo para substituir um contrato de sonda rescindido pela Petrobras, gerando dúvidas sobre sua capacidade de honrar empréstimos que, juntos, somam cerca de US$ 5 bilhões.

Seguimos A Odebrecht não quis comentar os valores em negociação. Diz que “segue em negociações construtivas” com os credores e que ainda mantém contratos com a Petrobras. A estatal não respondeu.

Aviso A agência de risco Fitch colocou uma das controladas da Odebrecht Oléo e Gás entre as dez empresas mais problemáticas da América Latina e aponta risco de calote. Afirmou, também, que a Petrobras deve renegociar mais contratos de sondas.

Vamos cooperar A pauta mínima que será levada por Aécio Neves (PSDB-MG) aos líderes do Senado terá três pontos principais: regras para fundos de pensão, governança de estatais e fim da obrigatoriedade de participação da Petrobras no pré-sal.

Mas nem tanto O PSDB defende o indiciamento de Carolina Oliveira, mulher do governador de Minas, Fernando Pimentel, por tráfico de influência. Pretende apresentar um adendo ao relatório da CPI do BNDES.

Fogo amigo Dilma voltou a ser criticada na reunião do conselho do PT com Lula nesta segunda. Dirigentes avaliaram que a recuperação da sigla passa pela melhora do governo e a presidente há tempos não traz boas notícias.

APODE1602PAINEL (2)

Peixe pequeno Roberto Marques, o “Bob”, ex-braço direito de José Dirceu e que chegou a ser preso pela Operação Lava Jato, anda se lamuriando. “No meio de um bando de jogador de golfe, sou um mero zagueiro de várzea aposentado”, diz ele.

Só com marketing Conselheiros dizem que Lula recomendou ao governo uma estratégia para tocar o debate sobre a reforma da Previdência: “Tem de ser tudo muito explicadinho, com boa comunicação”, disse um interlocutor que esteve com ele.

Como faz? De um condômino da Esplanada sobre a difícil tarefa de avançar com o ajuste fiscal: “Parte do governo quer discutir reformas estruturais de mentirinha”. Trata-se de uma referência ao Ministério do Trabalho e Previdência, que resiste a tocar a proposta da reforma previdenciária.

Vai ter marcha As frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reúnem dezenas de movimentos sociais, marcaram para 31 de março uma marcha a Brasília. Protestarão contra a reforma da Previdência, o ajuste fiscal e pedirão a saída de Eduardo Cunha. Planejam manifestações também em outras capitais.

Reforço A CNI ajudará o governo a mapear investidores estrangeiros interessados em projetos no país. A ideia é que os técnicos das federações da indústria, que já negociam com empresários de fora, trabalhem em conjunto com secretarias regionais de comércio exterior.

Acordem Os empresários brasileiros ficaram loucos ao descobrir que, até hoje, o Brasil não colocou em vigor o acordo tributário firmado em 2004 com a Rússia. O setor privado também não se conforma com o fato de o governo federal ainda não ter um acordo similar com os EUA.

O esquerdista Em contraponto à comparação de João Doria com Donald Trump, aliados de Andrea Matarazzo tentam colar a imagem do vereador à de Bernie Sanders, pré-candidato democrata à Casa Branca de viés progressista. Lançaram as hashtags #SouBernieSanders, #SouAndreaMatarazzo.


TIROTEIO

Na Paraíba, tem um ditado que sigo sempre: a gente só corre se for para cima. Lá na minha terra, não costumamos dar ré.

DE HUGO MOTTA (PMDB-PB), deputado federal, sobre os rumores de que desistiria de disputar o posto de líder da bancada de seu partido na Câmara.


CONTRAPONTO

Lost in translation

Após vencer as eleições de 2010, Dilma Rousseff concedeu uma entrevista exclusiva a um jornal americano para falar de seus planos para o primeiro mandato.
Acostumada a explanações pormenorizadas sobre tudo, Dilma falava do Minha Casa, Minha Vida com tantos detalhes que a intérprete brasileira acabou se perdendo.
Percebendo a cara de dúvida da jornalista estrangeira, a presidente da República não se conteve. Cortou a intérprete no meio e traduziu, ela própria, o nome de seu programa habitacional:
— É o my house my life! — soltou a petista, sem notar que misturava os dois idiomas.