Ex-servidor da Receita diz que lobista preso na Zelotes relatou pedido de propina de senadores

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O que ele diz O ex-servidor da Receita João Gruginski relatou à PF uma reunião na qual o lobista Alexandre Paes dos Santos, preso na Operação Zelotes, fala “abertamente” de propina. Estavam no encontro os investigados Eivany da Silva e José Ricardo Silva. Segundo Gruginski, Paes dos Santos acusou Gim Argello, então senador, e os congressistas Renan Calheiros e Romero Jucá de pedirem R$ 45 milhões “para viabilizar” uma emenda. Os três políticos negam o suposto pedido de propina.

Eu ouvi No segundo depoimento — ambos foram dados em dezembro –, Gruginski disse que APS, como Paes dos Santos é conhecido, comentara que “os parceiros de SP teriam afirmado que a MP 471/2009 [que receberia a emenda inicialmente] teria custado R$ 6 milhões para a campanha”.

No idea O ex-assessor parlamentar não soube dizer para qual campanha seria.

Coisa de maluco Renan Calheiros negou participação e disse que “jamais delegou, autorizou ou consentiu para que seu nome fosse usado por terceiros”. Jucá disse que nunca se reuniu com APS e que a acusação é “conversa de maluco”. Argello afirmou que a “história é fantasiosa e não merece nenhuma credibilidade”.

Tem desconto? Em guerra contra a zika, o governo negocia acordo com a indústria de repelentes. Para adquirir 400 mil produtos para grávidas do Bolsa Família, quer a redução do preço do produto vendido a mulheres em gestação.

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Dica A ministra Kátia Abreu (Agricultura) sofre há meses com dores na coluna. Já fez de tudo, sem sucesso. A última parada foi no acupunturista de Dilma. “Fui no japonês dela levar umas agulhadas”.

Rendeu O Cade arrecadou, em 2015, R$ 524 milhões de empresas que foram condenadas a pagar multa ou fizeram acordo com o órgão antitruste. O valor é recorde — mais de três vezes o registrado em 2014. Foram fechados 15 acordos de leniência no ano passado.

Cadê o meu O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, foi cobrar do Ministério da Fazenda o compromisso assumido por Joaquim Levy, ex-titular da pasta, de prorrogar a desoneração de remessas ao exterior feitas pelas agências de viagens em pacotes internacionais.

Ih, esqueci Levy deixou o cargo sem incluir a demanda na previsão orçamentária. O governo aceita estender o benefício, mas agora só poderá concedê-lo se aumentar outro tributo. “Saia justa desnecessária”, diz um integrante da Esplanada sobre o esquecimento de Levy.

Solução à vista Sem poder contar com as urnas eletrônicas do TRE, o PSDB paulistano quer testar uma tecnologia da Microsoft nas prévias do partido. Como a empresa ofereceu o software de graça, o diretório consulta advogados para saber se a ajuda se enquadraria em doação empresarial, o que agora é vedado.

Dentro! Antes contrário à realização de debate entre os pré-candidatos tucanos à Prefeitura de SP, Andrea Matarazzo decidiu apoiar o evento. Ricardo Tripoli e João Doria topam o confronto. O diretório decidirá sobre a proposta nesta sexta (29).

Sem selfie Tucanos relataram que o clima pesou em reunião na noite de terça (26) com os pré-candidatos. Ao final do encontro, Matarazzo se recusou a tirar uma foto Doria. O vereador diz que não teve briga, mas não viu propósito no gesto. “Foto para quê? Perguntei isso e não tirei. Ponto”, afirma.

Visita à Folha Rubens Ometto Silveira Mello, presidente do conselho de administração da Cosan, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Alexandre Loures e Fabio Schivartche, sócios-diretores da Loures Comunicação.


TIROTEIO

Não existe nada isso. Não há a mais remota possibilidade, não há a mais remota chance, disso acontecer.

DO SENADOR JOSÉ SERRA (PSDB-SP), sobre as recentes especulações de que poderia disputar as prévias do partido para concorrer à Prefeitura de SP.


CONTRAPONTO

Alô, Moro, é só uma caneta

O presidente de uma estatal enviou a um importante funcionário do Palácio do Planalto, com quem tem boas relações, um conjunto de canetas esferográficas que o servidor havia gostado quando visitara a companhia.
Dias depois, recebeu uma mensagem do colega, pedindo que ele telefonasse assim que possível. Preocupado, o executivo ligou logo em seguida e ouviu:
— Obrigado pelas canetas!
— Mas por que não agradeceu por mensagem? — riu.
— Olha, do jeito que as coisas andam, se escrevo “obrigado pelas cinco canetas”, vão achar que é algum código entre nós e que recebi R$ 5 milhões! — disse o palaciano.