Dilma escala Jaques Wagner para buscar diálogo com a oposição

Painel

Dilminha paz e amor Dilma Rousseff escalou Jaques Wagner (Casa Civil) para procurar líderes da oposição diante das dificuldades de aprovar no Congresso as medidas de resgate da economia. O ministro pretende iniciar os contatos em nome da presidente a partir da semana que vem. A lista com os oposicionistas que serão acionados para o diálogo ainda está sendo feita. Na avaliação do Planalto, não há como retomar o crescimento sem a ajuda e a boa vontade da oposição.

Vem na minha A presidente já sinalizou a aliados que quer voltar a se reunir com os governadores em fevereiro. Também busca o apoio deles para aprovar a pauta econômica no Legislativo.

Mesma praça Governistas mostram desânimo com o retorno aos trabalhos no Congresso. Apesar dos novos ares trazidos por Nelson Barbosa, os dois primeiros temas na pauta ainda são ecos de 2015: o impeachment e o ajuste fiscal, com a desvinculação das receitas e a CPMF.

Sobrevida Dirigentes petistas trataram como “sinal muito importante” a decisão do Copom de não subir a taxa básica de juros. Avaliam que isso deu um balão de oxigênio à presidente para que a militância possa defendê-la no período das próximas manifestações contra a petista.

No atacado Presidente da Câmara, Eduardo Cunha tem ironizado o ministério oferecido pelo governo ao PMDB mineiro para influenciar a disputa pela liderança da bancada. “Será que vão oferecer um para a Paraíba, também?”, questionou em reunião após Hugo Motta (PB) se lançar candidato.

Zona neutra Para aliados de Motta, seu principal trunfo é o potencial para roubar votos do atual líder, Leonardo Picciani (RJ), que não migrariam para o terceiro candidato, Leonardo Quintão (MG). As tropas dos dois se desentenderam na guerra pela liderança no final de 2015.

Déjà-vu O pior cenário para o Planalto é interceder em favor de Picciani e ver sua candidatura fazer água.

Giro O Sebrae quer usar seu fundo garantidor para liberar empréstimos para micro e pequenas empresas, uma das propostas estudadas por Barbosa para reanimar a economia. Nas suas estimativas, o fundo permitirá até R$ 4,8 bilhões de crédito.

Protocolo Os ministros do TCU querem propor um rito de análise do acordo de leniência da Engevix, solicitado à CGU, que evite o vazamento de informações. Entendem que, se os termos se tornarem públicos, o acordo pode ir para o espaço. E não querem ser culpados por isso.

Falta dele Os integrantes da corte não querem dar vida fácil ao governo no julgamento sobre a responsabilidade pelas manobras que levaram à rejeição das contas de Dilma em 2015. Este é o ano das pedaladas, diz, entusiasmado, um ministro.

Vai ter briga Pré-candidatos tucanos à Prefeitura de SP descartam novo adiamento das prévias, ideia aventada por uma ala do partido. Para mudar a data, terá de haver uma intervenção no diretório, diz um dos postulantes.

Só no gogó não O presidente municipal, Mario Covas Neto, também acha difícil. Seriam necessários uma justificativa muito forte e o aval de todos os candidatos, diz. As prévias estão marcadas para 28 de fevereiro.

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Hein? Parlamentares estão intrigados com o novo projeto de Luiza Erundina (PSB-SP), o Raiz – Movimento Cidadanista, lançado nesta sexta (22). A ideia é transformá-lo em partido. “Cidadanista? Existe essa palavra?”, questiona um político, meio incrédulo, meio confuso.

Salve a mocidade O PRB fará no dia 30 de janeiro seu primeiro congresso de jovens da sigla. A ideia é atrair futuros candidatos a vereador e a prefeito de até 35 anos.


TIROTEIO

Hipocrisia culpar o ministro da Saúde. Uma epidemia exige ação coordenada. A Casa Civil foi cobrada a atuar desde novembro de 2015.

DE OSMAR TERRA (PMDB-RS), presidente da Frente Parlamentar da Saúde, sobre Dilma pedir à Casa Civil que lidere ações de combate ao surto de dengue.


CONTRAPONTO

Qué te parece?

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso terminava uma palestra para investidores organizada pelo banco Credit Suisse quando um dos presentes na plateia pediu para que ele voltasse em 2018 como candidato.

Sorrindo, FHC respondeu que não poderia.

No dia seguinte, o advogado Felipe Calderón, que presidiu o México de 2006 a 2012, falava no mesmo evento. Um investidor decidiu repetir o apelo por um bis e pediu para que ele voltasse à presidência.

— Do México? — replicou um dos presentes.

— Não, do Brasil mesmo! — respondeu o investidor, para riso geral da plateia.