Fazenda tem medidas pontuais para reativar PIB e refuta ideia de que lançará novo pacote econômico
Santo sem milagre A ânsia do Planalto em anunciar a gestação de um novo pacote de resgate da economia pode causar problemas. Em reuniões internas, o ministro Nelson Barbosa (Fazenda) diz não haver medidas mágicas de salvação. Segundo interlocutores, a maior parte das iniciativas em curso já estava programada, como o reajuste do Bolsa Família, as concessões públicas e linhas de crédito para reanimar o PIB. O temor é que expectativas excessivas ampliem o descrédito da equipe econômica.
De galochas Barbosa tem repetido, inclusive, que se tornou um chato e deve permanecer assim para dar previsibilidade às iniciativas do ministério. “I’m boring”, brinca, segundo interlocutores, prometendo “menos anúncio e mais ação”.
Sem ambição Ao chamado “Conselhão”, fórum que reúne empresários e líderes da sociedade civil, o ministro pretende apresentar a estratégia do governo, não um plano de recuperação do crescimento.
Pensando no bis A oposição faz as contas e hoje acredita que Dilma teria votos suficientes para se livrar do impeachment, mas por um placar apertadíssimo. Diante disso, desenha uma nova ofensiva de desgaste permanente da petista.
Torcida Eduardo Cunha tem dito que, com uma votação pouco acima dos 171 votos necessários, o governo “acaba”: continuará sem capital para aprovar medidas que o tirem do sufoco, o que manterá a crise de pé.
Tenho estoque O peemedebista lembra que ainda há três pedidos de impeachment, com argumentos diferentes do atual, que podem ser deflagrados a qualquer momento.
Lá e cá Observadores peemedebistas não descartam que o deputado Leonardo Quintão, caso perceba que não vai conseguir ser o candidato de Minas para a liderança da bancada do PMDB, migre para a canoa do xará Picciani (RJ), hoje atual líder e seu rival interno.
Ratatá Jaques Wagner (Casa Civil) diz que consultará a Justiça sobre as normas de distribuição do tempo de TV na campanha eleitoral. Para ele, o tempo de um partido sem candidato não deve pertencer à coligação, mas ser dividido entre todos os candidatos.
Tirou da frente O prefeito Fernando Haddad (PT) envia nesta quarta-feira (6) para a Câmara Municipal o projeto de lei que estabelece eleições diretas para a escolha de subprefeitos da cidade.
Subprefeito amigo “Vai mudar a qualidade do atendimento à população. É aquela ideia de ter os olhos do dono, sabe, de colocar a barriga no balcão”, defende o petista.
Adiós, vacaciones Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, antecipou a volta das férias para acompanhar a crise na Venezuela e orientar a redação da nota na qual o governo brasileiro pede respeito ao resultado das eleições naquele país.
Te manca Caso o presidente Nicolás Maduro não entenda o recado, Dilma Rousseff pretende enviar um emissário ao país. A ideia é que seja uma conversa “franca e definitiva, mas discreta”, segundo interlocutores.
Rumo à neve Dilma Rousseff não irá a Davos, mas enviará seis ministros em seu lugar. Irão Nelson Barbosa (Fazenda), Armando Monteiro (Mdic), Kátia Abreu (Agricultura), Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Mauro Vieira (Itamaraty) e Eduardo Braga (Energia).
Ficou doce doce O secretário de Saneamento e Recursos Hídricos de SP, Benedito Braga, saiu do gabinete de Geraldo Alckmin nesta terça-feira (5) com um sorriso no rosto e uma caixa de bombons nas mãos. O governador lhe prometera o mimo caso o Cantareira saísse do volume morto até o fim de 2015.
TIROTEIO
O governo de SP deveria trocar por água o combustível usado nas viagens da primeira-dama. Talvez o Cantareira tivesse um respiro.
DE EMIDIO DE SOUZA, presidente do PT em SP, sobre Lu Alckmin ter usado mais vezes aeronaves oficiais do que todos os secretários do governador juntos.
CONTRAPONTO
Alguém acode
Durante debate na CPI de Crimes Cibernéticos, em novembro passado, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) reclamava que a presidente Dilma Rousseff vetara um projeto seu autorizando o porte de arma a agentes penitenciários para enviar depois ao Congresso proposta igual.
— Tenho projetos que cedi, como posso ceder ao Delegado Éder Mauro (PSD-PA), se ele concordar. Porque o projeto com o meu nome não anda. Eu sofro bullying — lamentou. Para então seguir:
— Mas não quero interferência de ninguém via lei naquilo que porventura esteja sofrendo, e estou sofrendo. Fico até sem dormir.