Relatório da Aneel mostra que linhas de transmissão são principal gargalo do setor elétrico

Painel

Gargalo elétrico A última radiografia feita pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) nas obras de linhas de transmissão de energia em andamento no Brasil é desanimadora: 62% dos 363 empreendimentos de expansão da rede básica monitorados se encontram atrasados. A principal razão para o estouro no prazo é a demora no licenciamento ambiental, mas há problemas também de projeto, na compra de materiais e de execução das obras. A transmissão virou um gargalo para o setor.

Sem fio Em Belo Monte, por exemplo, o atraso preocupa. Segundo fiscais, considerando o andamento atual, é “bastante provável que haja restrição de geração no período de novembro de 2016 a julho de 2017”. A usina até poderia gerar energia, mas não teria como distribuí-la.

Sinal amarelo Obras de transmissão de energia para as Olimpíadas do Rio também vão mal, indica o relatório, que avaliou as condições dos empreendimentos entre julho e setembro de 2015. Das três linhas de transmissão avaliadas, apenas uma ficará pronta antes dos jogos, que serão realizados em agosto.

Vai longe Uma delas, classificada como “obra importante para a confiabilidade da área Rio durante o evento”, deve ficar pronta somente depois dele, em 30 de outubro.

Não dá A área econômica avisa que não cederá às pressões do PT pelo uso das reservas internacionais para financiar obras e investimentos.

Líder da torcida No Planalto, o ministro Ricardo Berzoini (Governo) é um dos defensores desta e de outras ideias mais heterodoxas.

Representante Berzoini é hoje a principal voz do PT dentro do governo. Prega internamente as bandeiras de seu partido e, como a legenda, defende uma guinada audaciosa na política econômica.

Prato cheio Apesar de atuar na articulação política, área já bastante espinhosa, o ministro tem se posicionado cada vez mais sobre temas da economia.

Dupla dinâmica Ao contrário do vizinho de gabinete, o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) tem sido mais “low profile” nos debates sobre o tamanho do ajuste e das medidas para promover algum suspiro de crescimento econômico.

Descolados Unidos nacionalmente contra o impeachment de Dilma, PDT e PC do B começam a ter ruídos na relação em alguns Estados.

Tapas e tapas Em São Paulo, comunistas e trabalhistas brigam pelo mandato do vereador Netinho de Paula, que trocou o PC do B pelo PDT. No Maranhão, o PDT se queixa de demissões de aliados no governo Flavio Dino.

Ponta do lápis A Associação Nacional dos Delegados da PF vai encomendar a uma fundação ligada à USP um estudo que mostre o desmonte da corporação. A ideia é apresentar um raio-x dos deficits material e financeiro na segunda semana do mês.

Devolva-me Os R$ 133 milhões perdidos pela Polícia Federal no Orçamento deste ano devem ser recompostos. O Ministério da Justiça liberará em breve créditos suplementares. Congressistas também destinarão emendas para projetos da polícia.

Pão e água Sem esses valores, as cerca de 600 operações de inteligência da PF seriam paralisadas entre junho e julho deste ano.

Pé atrás Em e-mail obtido pela PF, o executivo da Odebrecht Roberto Ramos questiona um funcionário da Braskem sobre como obter um celular criptografado capaz de se comunicar com diretores da companhia química.

Dá, sim O funcionário diz que o aparelho demora uma semana para ficar pronto e custa R$ 7.000. “Grande ex-liderado, a eficiência de sempre”, agradece Ramos, que foi chefe do interlocutor na Braskem.

Saliência Dados no celular de outro executivo de empreiteira da Lava Jato viraram piada entre os investigadores. Nos registros de um aplicativo constam visitas frequentes a uma casa de tolerância na capital paulista.


TIROTEIO

Nelson Barbosa vai dar certo. Quem apostar no contrário, vai quebrar muito a cara.

DO MINISTRO EDINHO SILVA (SECOM), referindo-se ao novo ministro da Fazenda, cuja escolha foi amplamente criticada pelo mercado financeiro.


CONTRAPONTO

A idade do Lobão

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Com o presidente da Comissão de Relações Exteriores em viagem, o senador Lasier Martins (PDT-RS) comandou uma das sessões do colegiado. Mas ele ficou em dúvida ao explicar o critério para ser o escolhido.

— Estava entre a minha presença e a do senador Edison Lobão [no comando da sessão], uma disputa de idade. Aí, parece que houve dúvida, senador —, disse Lasier, do alto de seus 73 anos de idade.

— Por todas as razões, menos a idade, vossa excelência tem preferência —, riu Lobão (PMDB-MA), 79.