Planalto avalia que ganha fôlego na Câmara, mas traições não diminuem

Painel

Estamos de olho Na avaliação de interlocutores de Dilma Rousseff, o resultado da votação que aprovou a lei da repatriação na Câmara, com 230 deputados a favor, fez o governo “mudar de patamar” nas pautas difíceis. “Saímos de 130 para 230, mas ainda é pouco por tudo que fizemos na reforma”, diz um assessor da presidente. O que mais irritou o Planalto foram com as “traições” de partidos da base aliada, principalmente do PP e PSD, este último com mais votos contrários do que favoráveis ao governo.

Na parede Assessores de Dilma já foram orientados a cobrar as direções tanto do PP como do PSD para que seus deputados “entreguem mais” da próxima vez.

Digitais O Planalto também notou que, entre os 11 deputados do PMDB que votaram contra o governo, estavam parlamentares ligados ao ministro Eliseu Padilha e o ao vice-presidente Michel Temer, como Baleia Rossi, que preside o partido em São Paulo.

Ninguém me tira… Embora deputados governistas tenham feito uma manobra para esvaziar a sessão da CPI do BNDES que aprovou, semana passada, a convocação de José Carlos Bumlai, amigo de Lula, o deputado Goulart (PSD-SP), integrante da base, resistiu à pressão e ficou para votar a favor.

… daqui “Se não aprovássemos a convocação de Bumlai, a comissão estaria morta”, disse o deputado.

A calhar Com a viagem de Dilma para o encontro do G20 na Turquia, a reunião da coordenação política desta segunda será no gabinete de Temer. Segundo assessores do Planalto, “foi providencial” para que o governo possa acompanhar de perto os preparativos do congresso do PMDB, na terça-feira.

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Cão que ladra Assessores palacianos dizem que os integrantes do PMDB que desejam o afastamento do governo e do PT receberam o apelido de “Ala do Barulho”: incentiva a gritaria, mas não tem força suficiente para puxar um rompimento já.

Olha eu… Em sua fala no congresso do PMDB, a senadora Marta Suplicy, pré-candidata à prefeitura paulistana, defenderá o”engajamento de São Paulo para a solução dos problemas nacionais”.

… aqui Marta retomará o slogan de sua filiação ao PMDB, “São Paulo pelo Brasil”, para reforçar o papel da ala paulista na definição das reformas por uma nova política econômica no país.

Quem dá mais O ministro Augusto Nardes, do TCU, divulgará relatório, esta semana, sobre os gastos na Previdência. Dirá que o maior problema está no fato de o Brasil ter importante parcela da população aposentada por tempo de contribuição.

Lá e cá Nardes comparou o sistema previdenciário brasileiro com o de quatro países da União Europeia: lá predomina a aposentadoria por idade, enquanto aqui as por tempo de contribuição, somadas às pensões por morte, representam a principal despesa da Previdência.

Em pauta As bancadas feminina e afrodescendente na Câmara pedirão que Eduardo Cunha coloque em votação o projeto que acaba com os autos de resistência –homicídios em decorrência de ação policial e que estão livres de investigação.

Pressão Jandira Feghali (PC do B-RJ) articula movimento na Câmara contra Claudio Lessa, diretor-executivo da Comunicação Social da Casa. Depois de fazer enquete em seu blog sobre Dilma, ele escreveu no Twitter que as mulheres do governo formam um “plantel feminino dos infernos”.

Pede pra sair A deputada quer que Lessa se retrate e, caso isso não ocorra, deixe o cargo. Nesta segunda, ela se reúne com Eleonora Menicucci (Secretaria das Mulheres) e a ministra Nilma Gomes (Cidadania) para pedir apoio.


TIROTEIO

Não sei quantos deputados do PMDB querem construir uma ponte para o futuro, mas sei que ao menos 22 querem implodir a presente.

DE SILVIO COSTA (PSC-PE), sobre o documento que o PMDB apresentará em seu congresso, com críticas aos rumos do governo e à sua aliança com o PT.


CONTRAPONTO

Expectativa x realidade

Horas depois do encontro com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no início do mês, Paolo Gentiloni, ministro das Relações Exteriores da Itália, foi recebido em um jantar no Terraço Itália que reuniu cerca de 30 empresários brasileiros.
O ex-ministro Luiz Fernando Furlan usou sua fala para afirmar que o “tempo de crise é também um momento de oportunidades para o país”.
Logo depois, o economista Andrea Calabi, ex-secretário da Fazenda de São Paulo, foi ao microfone:
–A crise que o Brasil atravessa é grave, profunda e será longuíssima –disse, provocando um imenso silêncio.