Novo script do Congresso para impeachment alarma governo Dilma
Dois é demais O Palácio do Planalto e líderes petistas no Congresso reagiram com preocupação à manobra gestada no PMDB com setores da oposição de jogar para o ano que vem a mudança na meta fiscal de 2015, o que abriria nova frente na batalha pelo impeachment de Dilma Rousseff. Até porque o governo ainda não reúne capital político suficiente para suportar a análise de dois casos tão decisivos na Comissão Mista de Orçamento: a alteração da meta e as pedaladas fiscais condenadas pelo TCU.
Sede ao pote Por essa razão, ninguém entendeu a decisão da presidente de antecipar sua defesa ao Congresso contra a acusação das pedaladas, algo que poderia ser feito até março do ano que vem.
Não gostei Os líderes governistas Delcídio Amaral, José Pimentel e Humberto Costa, todos do PT, reprovaram a estratégia. Sequer compareceram à cerimônia de entrega da defesa.
Muita calma O adiamento da análise das contas de Dilma interessa a Renan Calheiros. Ao conduzir o processo por mais tempo, o presidente do Senado também amplia sua margem de pressão sobre o Palácio do Planalto.
Bandeira branca Antes declarado inimigo, Augusto Nardes passou a ser protegido pelo Planalto. Com o intuito de reduzir a crise política, o Executivo orientou sua tropa no Congresso a barrar a convocação e a quebra de sigilo de Juliano Nardes, filho do ministro do TCU que relatou as pedaladas.
Vai tu mesmo Mesmo considerando frágeis alguns argumentos de Cunha, a tropa de choque do peemedebista respirou aliviada com os primeiros sinais de como será sua defesa. Esperavam um fio ao qual se agarrar para conseguir sustentar apoio ao presidente da Câmara.
Sonho meu Dilma Rousseff decidiu intensificar a cruzada do governo pela aprovação da CPMF. Tocará cada vez mais no tema. Acredita que, “jogando mais luz” sobre a medida, obterá ajuda do setor privado para aprová-la no Congresso.
Crise longa Em encontro fechado com empresários em Maceió, nesta quinta, a presidente incluiu 2017 no apelo para viabilizar o imposto. “Nós não vamos sair da crise sem a CPMF. É fundamental para 2016 e 2017, não para o governo, mas para o país”.
Me dê motivos Celso Jatene, secretário de Esportes da gestão Haddad, está deixando o PTB para se filiar ao PR. Ele disse que está saindo do partido porque, depois de três anos de fidelidade ao prefeito, quer estar ao lado do petista na campanha pela reeleição.
Razões A entrada de Jatene no PR tem servido de argumento por parte do ministro Antônio Carlos Rodrigues (Transportes) para tentar convencer Gabriel Chalita a também migrar para a legenda. A promessa é colocá-lo, de vez, como vice na chapa de Haddad.
Tarde em Itapuã Depois de participar de um encontro do PSDB em Salvador, nesta sexta, o senador Aécio Neves (MG) acompanhará o prefeito ACM Neto (DEM) em uma visita a Itapuã –bairro de Dorival Caymmi. Enquanto roda o país, o tucano se aproxima da maioria dos diretórios regionais da sigla, crucial para vencer eventuais prévias contra Geraldo Alckmin em 2018.
Pula-pula O PPS foi à Justiça Eleitoral pedir o mandato do vereador Ari Friedenbach, de malas prontas para o PHS. Em 2013, um ano depois de ser eleito para a Câmara municipal, o vereador migrou para o recém-criado Pros.
Visita à Folha Walter Schalka, diretor-presidente da Suzano Papel e Celulose, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Alexandre Alfredo, diretor de comunicação da empresa, e Waldomiro Carvas Junior, presidente da GWA Comunicação Integrada.
TIROTEIO
Haddad quer fazer lojinhas de R$ 1,99 para vender artesanato na cracolândia. Espero que não traga a Dilma para administrá-las.
DO VEREADOR ANDREA MATARAZZO (PSDB), sobre a prefeitura criar loja para vender produtos feitos por usuários de crack vinculados ao Braços Abertos.
CONTRAPONTO
Mama África
No fim de dezembro de 2014, o governador Geraldo Alckmin telefonou para Floriano Pesaro, recém-eleito deputado federal, para convidá-lo a assumir a Secretaria da Assistência Social.
Do outro lado da linha, Pesaro aceitou a oferta, mas disse ao governador que não poderia comparecer à cerimônia de posse, marcada para 1º de janeiro, porque estava em viagem à Namíbia, na África. Depois de acertar outra data para o futuro secretário assumir a função, Alckmin desligou o telefone e logo disse a assessores:
–Acertei! Escolhi um secretário da área social que passa férias na África!