Cunha faz aceno a deputados para se livrar de cassação na Câmara

Painel

Interna corporis Eduardo Cunha definiu estratégia de reaproximação com setores da Câmara para se livrar do processo de cassação. Além de flexibilizar medidas impopulares, como a que restringia a presença de assessores em sessões extras, voltou a batalhar por bandeiras de sua campanha. Ao governo, ele propõe acelerar a tramitação da DRU desde que a equipe econômica apoie a emenda à Constituição que transforma em impositivas também as emendas de bancadas, e não só as individuais.

Calculadora Cunha fez suas contas. Diz que há 14 vésperas de fim de semana tem sido bombardeado ou pela Procuradoria-Geral da República ou pelo Supremo. “A bomba de hoje é a 15ª”, reclamou ele a interlocutores.

Cofre fechado Apesar de terem sido avisados pelo Planalto há cerca de 10 dias de que recursos para emendas parlamentares foram liberados aos ministérios, líderes na Câmara se queixam de que a verba ainda não começou a ser empenhada pelas pastas.

Sede ao pote O governo identifica na pressa de Rose de Freitas (PMDB-ES) em votar as contas de Dilma Rousseff uma tentativa da peemedebista de conservar para si um instrumento de pressão, já que seu mandato à frente da Comissão Mista de Orçamento se encerra neste ano.

Hierarquia Caciques peemedebistas se irritaram com o fato de a senadora ter assumido uma interlocução direta com o Planalto, sem passar pela cúpula do partido. Houve bate-boca com parte da bancada em reunião na terça.

Muita calma Setores do governo chegaram a considerar a possibilidade de tentar concluir logo a votação, mas líderes da base atuaram para convencer o Planalto de que não há maioria clara para reverter o parecer do TCU.

Sinal amarelo A sinalização de Cunha de que pode revogar a questão de ordem sobre o “manual do impeachment” para anular o efeito de liminares do Supremo foi vista por ministros como uma tentativa de driblar o tribunal.

Siga o dinheiro Com a expectativa do fim das sanções internacionais ao Irã, uma comitiva brasileira vai ao país nesta sexta. Armando Monteiro (Desenvolvimento) e Eduardo Braga (Minas e Energia) viajam com representantes de setores de máquinas, carnes e veículos.

Só você 1 O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou em conversas reservadas que pretende ter Gabriel Chalita como vice na eleição do ano que vem mesmo que este deixe o PMDB.

Só você 2 “Gostaria de ter Chalita no PMDB, mas entre ele e o PMDB eu fico com o primeiro”, tem afirmado o petista a interlocutores.

Joga para frente Além do PDT, o PR e a Rede já sondaram Chalita. Com a janela partidária, no entanto, a decisão do secretário municipal de Educação de sair ou não do PMDB tende a ficar para o fim do prazo, em março de 2016.

Registrado A interlocutores, Chalita diz que se sentiria “muito desconfortável” de não cumprir sua palavra de apoiar Fernando Haddad.

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De que lado Chamou atenção do Palácio do Planalto o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) ter se manifestado contra o corte de R$ 10 bilhões no Bolsa Família.

Ladeira Dados da Secretária da Fazenda de São Paulo mostram que a receita do Estado chegou a R$ 11,7 bilhões em setembro, uma queda de 7,3% em relação ao mesmo mês de 2014.

Desalento Nas projeções da Fazenda paulista, São Paulo deve fechar 2015 com receita de R$ 190,7 bilhões, R$ 14 bilhões a menos do que a expectativa inicial. Logo no começo no ano, o governo do Estado, no entanto, já contava com uma receita menor em R$ 7 bilhões, por isso decidiu pelo contingenciamento no mesmo valor.


TIROTEIO

A oposição quer ser “amicus curiae” na causa, mas todo mundo sabe que, na verdade, todos ali são amigos de Cunha.

DE PAULO TEIXEIRA (PT-SP), sobre a oposição entrar como “amicus curiae” do recurso de Eduardo Cunha no STF para manter o rito do impeachment.


CONTRAPONTO

Deu branco

Em depoimento à Justiça Federal, nesta quarta, Alberto Youssef detalhou a Sérgio Moro pagamentos de propinas vinculados a contratos de grandes empreendimentos da Petrobras com a Odebrecht. Questionado sobre o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, afirmou:
–Recebi parte da Odebrecht porque, na verdade, o Paulo Roberto Costa destinou parte desses recursos para que fosse resolvido um problema com o governador do Rio na época, o Eduardo Campos.
Ao perceber a confusão, Yousseff interrompeu Moro:
–Eduardo Campos, não. É aquele governador que o vice era o Pezão. Não estou lembrando o nome agora.