Novo chefe da Casa Civil, Wagner diz que não há ‘milagres’ para a crise
Tô fora Novo chefe da Casa Civil, o ministro Jaques Wagner avisa: “Não serei candidato a nada em 2018”. Escalado para ajudar a solucionar a atual crise, o ministro afirma que “milagres” não acontecem, e só “muita conversa” é capaz de resolver a instabilidade política. Sua primeira missão à frente da pasta será apagar a imagem de uma Casa Civil fechada ao diálogo e aos partidos aliados do governo. “As minhas palavras de ordem são agregar, colaborar e unir a equipe.”
Poucos poderes O mais novo braço-direito de Dilma Rousseff afirma, ainda, não querer a Casa Civil com o status de “superministério”. Renega, portanto, a condição de primeiro-ministro, papel imaginário ocupado pelo antecessor Aloizio Mercadante.
Você ontem Sentados lado a lado na cerimônia de posse, nesta segunda-feira, Wagner e Mercadante, a propósito, pouco conversaram.
Tática… A oposição e parte do PMDB vão patrocinar novos pedidos de deposição da presidente da República fundamentados em supostos desvios de conduta ocorridos em 2015.
… nova A estratégia é evitar que o processo de impeachment seja barrado na Justiça caso prevaleça o entendimento de que irregularidades cometidas nos primeiros quatro anos não contaminam o mandato seguinte.
Genérico Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) avaliou em conversas reservadas que as atuais denúncias analisadas por ele se concentram em fatos ocorridos entre 2011 e 2014. Alguns pedidos falam genericamente em “práticas continuadas” neste ano.
Pedal Um dos argumentos será o de que as pedaladas fiscais seguiram ocorrendo até o primeiro semestre deste ano.
Água mole O ministro Joaquim Levy (Fazenda) voltou a ser alvo de líderes da base na reunião com a articulação política do Planalto. Deputados se queixam de que ele “não escuta” e é “inflexível”.
Pesque e pague A Fazenda pretende transformar o Seguro-Defeso, espécie de auxílio-desemprego pago ao pescador profissional, em um pagamento mensal nos moldes do Bolsa Família. Dessa forma, o gasto deixaria de ser obrigatório e poderia ser contingenciado pelo governo.
Wally 1 O novo ministro da Saúde, Marcelo Castro, está com os seus registros de médico –no Piauí e no Rio de Janeiro– cancelados no Conselho Federal de Medicina (CFM), conforme o site da entidade.
Wally 2 Doutor em psiquiatria pela UFRJ, ele também não consta da lista de especialistas da Associação Brasileira de Psiquiatria. Procurada, sua assessoria de imprensa informou que o novo ministro não atua como médico desde 1982.
Porteira fechada A ala oposicionista do PMDB na Câmara –Eduardo Cunha entre eles– acredita que a mão petista dificultará a autonomia do ministro para ocupar livremente os cargos da pasta nos Estados, o que pode acabar indispondo a bancada com o novo ministro.
Desagravo Depois da demissão de Arthur Chioro pelo telefone, o PT de São Paulo fará um almoço em homenagem ao ex-ministro da Saúde nesta quinta. Apesar da saída traumática do governo federal, ele estuda disputar a prefeitura de São Bernardo.
Granero As secretárias do Planalto telefonavam freneticamente nesta segunda ao departamento de apoio da Presidência à procura de caixas de papelão para fazer a mudança dos chefes atingidos pela reforma ministerial.
Não tem Diante da demanda, o funcionário do almoxarifado não escondeu o aborrecimento:”Estamos tentando, senhora. Todos estão pedindo. Está difícil conseguir caixa para todo mundo”.
TIROTEIO
Quando o magistrado atende aos interesses do governo, ele cala e aplaude. Quando contraria o PT, intimida e é autoritário.
DE MENDONÇA FILHO, líder do DEM na Câmara dos Deputados, sobre a tentativa do Planalto de destituir o relator das contas de Dilma no TCU.
CONTRAPONTO
Negócio da China
Na assinatura de acordo da Sabesp com a Prefeitura de Santos, semana passada, no Bandeirantes, Geraldo Alckmin (PSDB) pediu a palavra após ouvir os termos do pacto, explicados pelo prefeito santista, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB). O município será acionista da estatal.
–Vou chamar o Paulo pra me ajudar sempre que for fechar algum acordo com credor aqui no governo.
Um dos presentes quis saber o motivo.
–Vejam: ele conseguiu o perdão da dívida, vai receber R$ 130 milhões para obras e ganhar três imóveis bem localizados. Como se não bastasse, ainda vai participar do faturamento da empresa por 30 anos. Assim é bom, né?