Postos cobiçados da Saúde têm contratos investigados pela CGU

Painel

Joais no cofre São três as “joias da Coroa” que fazem o Ministério da Saúde ser cobiçado por políticos do PMDB do Rio: a estrutura de seis hospitais e três institutos no Estado, o DataSUS e a verba de publicidade da pasta, cuja licitação vai à praça ainda este ano. Justamente graças à ingerência política e a denúncias de desvios recorrentes nessas áreas, os controles foram reforçados: a CGU (Controladoria Geral da União) e o Ministério Público Federal atuam diretamente nesses contratos mais “sensíveis”.

Cifras Juntos, os hospitais e institutos federais no Rio têm orçamento de R$ 3,5 bilhões ao ano. São visados para indicações políticas e foram foco de investigações como a de desvio de medicamentos no Inca (Instituto Nacional do Câncer) em 2011.

No berço Uma força-tarefa da Polícia Federal, Ministério Público e CGU realiza hoje o controle prévio dos contratos desses equipamentos.

Cinto Só neste ano, a Controladoria já determinou a redução de R$ 70 milhões em contratos da Saúde.

Banco de dados O DataSUS, órgão responsável pela informatização da pasta, tem dotação anual de R$ 500 milhões. Empresas de informática passaram a atuar fortemente no financiamento de campanha nos últimos anos.

Spot A pasta vai contratar quatro agências para dividir um bolo de R$ 175 milhões em propaganda em 2016, ano eleitoral. Agências de publicidade têm sido investigadas sob acusação de triangulação de verbas públicas para pagar campanhas eleitorais.

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Alô, ministro? Em meio às negociações, Manoel Júnior –um dos indicados pelo PMDB para a Saúde– já recebeu telefonemas de secretários estaduais da área para falar de ações da pasta.

Fila Peemedebistas veem na movimentação do líder Leonardo Picciani (RJ) para defender dois ministérios para a bancada uma tentativa de se cacifar à sucessão do correligionário Eduardo Cunha na presidência da Câmara.

Sem acordo O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), disse à direção da Frente Nacional de Prefeitos que, caso haja algum movimento para que as prefeituras negociem com o governo a aprovação da CPMF, ele comandará articulação contrária.

E a palavra? “O meu argumento é um só: o governo não é confiável. Todos os acordos feitos no primeiro semestre não foram cumpridos. Por que cumpririam agora?”, disse ACM Neto à coluna.

A decisão A frente, que é presidida por Márcio Lacerda (PSB), prefeito de Belo Horizonte, se reúne dia 8 em Brasília para discutir o tema e tomar uma posição “suprapartidária e consensual”.

Ao ataque João Pedro Stédile disse ao ministro Patrus Ananias que, caso a presidente decida acabar com o Ministério do Desenvolvimento Agrário na reforma, “o MST vai lidar com Dilma como lidou com FHC”.

Desagravo Depois de Stédile ter sido hostilizado por manifestantes ao desembarcar no aeroporto de Fortaleza, na terça-feira, um grupo de artistas, intelectuais e dirigentes partidários está organizando um ato de apoio ao líder do MST em São Paulo.

Aí não No Planalto, acredita-se que Valdir Simão possa deixar o governo caso a Controladoria-Geral da União perca o status de ministério na reforma administrativa.

Fica… O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez acordo com líderes na Casa para só pautar a proposta de emenda à Constituição que permite contribuição de empresas a campanhas depois de 2 de outubro.

… para depois A ideia é que as eleições municipais sejam regidas pelas novas regras, sem doações empresariais, e sirvam como teste para a disputa nacional de 2018.


TIROTEIO

A justiça social do PT é: enquanto milhões ficam mais pobres, petistas ficam mais ricos. É a triste realidade do país da Lava Jato.

DE VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP), sobre estudo da Fecomercio que mostra que 1,2 milhão de famílias brasileiras ficaram mais pobres nos últimos 12 meses.


CONTRAPONTO

Ato falho

Depois de deixar correndo o gabinete de Ricardo Berzoini (Comunicações) em direção à Câmara para responder a um ataque da oposição –pouco depois da leitura da questão de ordem sobre o impeachment no plenário– o vice-líder do governo, Silvio Costa (PSC-PE) elencou aos jornalistas alguns nomes “ponderados” da oposição:
–Ainda bem que temos José Serra, Geraldo Alckmin, Tasso Jereissati, Aloizio Mercadante…
Quando encerrou a entrevista, diante de risos dos repórteres, voltou-se, já longe dos microfones:
–É claro que eu quis falar Aloysio Nunes, né? Vocês, por favor, cortem o Mercadante na edição!