Ministros da ala de Temer selam pacto sobre permanência no governo Dilma

Painel

Todos por um Na presença do vice Michel Temer, os ministros peemedebistas Helder Barbalho (Pesca), Eliseu Padilha (Aviação Civil) e Henrique Alves (Turismo) selaram um pacto de abandonar os postos caso a reforma de Dilma Rousseff não mantenha os três na Esplanada. A saída da trinca significaria o rompimento com os aliados mais próximos do vice, que preside o PMDB, às vésperas do congresso do partido, marcado para novembro, que pode decidir pelo rompimento com o governo.

Promissória 1 Lideranças dos partidos de oposição estiveram com Eduardo Cunha (PMDB-RJ) nesta semana para cobrar do presidente da Câmara os recentes acenos feitos ao governo.

Promissória 2 “Lembramos que, quando ele foi citado na Lava Jato, fomos nós que o apoiamos. Agora queremos saber de que lado ele está”, disse um oposicionista.

Tô fora Cunha, segundo quem esteve no encontro, garantiu que embora já tenha tido oportunidades, não fez nem fará nenhum acordo com Dilma. Teria reiterado que o partido não deveria ter ministérios –embora os indicados para postos-chave sejam de seu grupo político.

Fichas A oposição aposta na incapacidade da presidente de conseguir agradar todas as alas do PMDB na reforma ministerial para que o partido embarque, de vez, no processo de impeachment.

Sem fundo Em meio ao impasse, um peemedebista ironiza, dizendo que Dilma errou ao oferecer dois ministérios para a bancada da sigla na Câmara: “Ela esqueceu que também teria de garantir cinco pastas para o Renan e outras seis para o Michel”.

Começou mal Nas discussões sobre a reforma, o PMDB já fez chegar ao governo que o desempenho do ministro Ricardo Berzoini (Comunicações) na articulação política não está agradando.

Multifocal Além de Benjamin Zymler, o governo consultou Walton Alencar quanto à possibilidade de recurso ao próprio TCU caso os ministros indiquem a rejeição das contas de Dilma em 2014.

Porta em porta Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral) conversou com os ministros na quinta. O objetivo é protelar o envio do parecer do TCU ao Congresso e jogar água na fervura do impeachment.

Telhado Integrantes da cúpula do Ministério da Educação consideraram sintomático que, depois do ataque de correntes do PT a Renato Janine Ribeiro, o ministro tenha deixado de viajar com Dilma para Nova York, como previsto inicialmente.

Diga ‘xis’ José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, posou na última quinta-feira para fotos com placa dos defensores da aprovação da PEC 443, item da pauta-bomba que custaria R$ 2,5 bilhões ao ano.

Caixa-forte 1 O governo paulista vai aderir a um programa de negociação fiscal coordenado pela Corregedoria do CNJ para tentar receber R$ 300 bilhões em dívidas de impostos estaduais.

Caixa-forte 2 Só a Prefeitura do Rio de Janeiro conseguiu arrecadar quase R$ 2 bilhões em dez dias negociando as dívidas dos cariocas. O governador Geraldo Alckmin terá um encontro com a ministra Nancy Andrighi, do CNJ, no início de outubro.

Didático Ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza tem proferido palestras para alunos do ensino médio em São Paulo sobre o esquema de desvio de recursos na Petrobras investigado pela Operação Lava Jato.

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Das Arábias Pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, Andrea Matarazzo realiza na segunda-feira, quando se completam 1001 dias do mandato, o evento “As Mil e uma Noites de Fernando Haddad”. “Temos um prefeito que não se cansa de criar fábulas”, diz o convite.


TIROTEIO

FHC chama hoje de demônios aqueles que até ontem tentava seduzir para o impeachment contra a presidente legitimamente eleita.

DO DEPUTADO PAULO TEIXEIRA (PT-SP), sobre o ex-presidente ter dito à Folha que Dilma fez um “pacto com o demônio” para tentar salvar seu governo.


CONTRAPONTO

Na boca do povo

O deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) deixava o cafezinho da Câmara quando foi provocado por um colega.
–Viu o discurso do papa no Congresso dos Estados Unidos? –perguntou Rogério Rosso (PSD-DF).
–Não vi, do que falou? –devolveu o socialista.
Diante da resposta de que Francisco havia abordado a “humildade” como tema central de sua fala e afirmado que “um bom político é aquele que, tendo em mente os interesses de todos, aproveita o momento com um espírito de abertura e pragmatismo”, o piauiense emendou:
–Seria bom tirar uma cópia e mandar entregar lá no gabinete do Mercadante!