Votação de vetos de Dilma será usada como termômetro para impeachment
Hora da verdade Os responsáveis no movimento pró-impeachment por contabilizar o número de deputados a favor da saída de Dilma Rousseff pretendem usar a lista da votação dos vetos presidenciais para medir o real poder de força das articulações da oposição e do governo. A ideia de líderes do grupo é cotejar o mapa de votação com os apoios declarados ao grupo e focar a ação nos que deram o nome como favoráveis ao impeachment, mas cederam às pressões do governo na votação do veto.
Telemarketing Dilma ligou pessoalmente para líderes na Câmara e para Eduardo Cunha (PMDB-RJ) avisando que o Planalto havia mudado a estratégia sobre a votação do veto e pretendia trabalhar pela manutenção ainda na sessão da noite.
Blefe? A aposta do Planalto foi comparada por integrantes da oposição a um “all in” –movimento do pôquer em que o jogador aposta todas das suas fichas de uma vez. “Se perder, sai do jogo”, decretou um deputado.
Faz-tudo Depois da reviravolta na estratégia do Planalto, Kátia Abreu reuniu no Ministério da Agricultura deputados e senadores de vários partidos para articular a manutenção dos vetos.
Excel O lobby dos servidores do Judiciário montou um “carômetro” para abordar os deputados para pedir a derrubada do veto ao aumento nos salários. Os que prometiam ajuda ganhavam um selinho “amigo do Judiciário” na planilha.
Dois ou um A bancada do PMDB na Câmara quer levar pelo menos dois nomes para cada um dos ministérios a que vai indicar os titulares. Para o Ministério da Saúde, decidiu apresentar Manoel Jr. (PB) e Marcelo Castro (PI).
Quem vai? Ao chegar à reunião da bancada que decidiria as indicações do PMDB para a Esplanada, Lúcio Vieira Lima (BA) disparou em voz alta: “Ministro!”. Três deputados viraram para olhar, Manoel Jr. entre eles.
Ombro amigo Arthur Chioro (Saúde), cuja permanência no cargo está em risco, esteve nesta segunda-feira com Lula. Queixou-se das especulações sobre sua saída.
Tô fora Interlocutores dizem que o ministro considerou a possibilidade de entregar o cargo, mas foi demovido pelo ex-presidente.
Pero no mucho No encontro organizado por Geraldo Alckmin com os governadores tucanos nesta terça-feira, no Palácio dos Bandeirantes, para discutir a crise econômica e política, não houve consenso sobre o apoio à proposta de recriação da CPMF.
Ontem e hoje Marconi Perillo (PSDB-GO) disse que não havia como não dizer que para o Estado seria ótimo receber parte da arrecadação, mas que ele não poderia assumir o papel de pressionar o Congresso. Lembrou que, quando era senador, foi um dos que mais trabalharam para derrubar o imposto.
Adiós Os três governadores do PSB fizeram coro, em reunião nesta terça-feira, ao apelo das bancadas na Câmara e no Senado à direção do partido que para que a sigla, hoje independente, passe formalmente à oposição.
Cara a tapa “O partido tem que ter coragem e se posicionar. Do jeito que está não dá para ficar”, disse o governador Rodrigo Rollemberg, do Distrito Federal.
Classe econômica Com o governo do DF quebrado, Rollemberg viajou acompanhado só por um ajudante de ordens para São Paulo, onde participou de seminário do Movimento Brasil Competitivo, de Jorge Gerdau.
Visita à Folha Fernando Capez (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Patricia Pioltini, diretora do departamento de Comunicação, e Delmindia Costa, assessora de imprensa.
TIROTEIO
Se existe algo suficientemente grave para o impeachment, o melhor seria que Cunha aceitasse o pedido, e não lavasse as mãos.
DE JULIO DELGADO (PSB-MG), sobre a estratégia segundo a qual o presidente da Câmara rejeitará os pedidos contra Dilma e a oposição recorrerá ao plenário.
CONTRAPONTO
Lá vem o pato
Durante a entrega da pauta de reivindicações dos sindicalistas à Fiesp, nesta terça-feira, o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, disse à direção da entidade que os trabalhadores não abrem mão do aumento real de seus salários, não admitindo “pagar o pato” da crise econômica, em alusão à campanha da Fiesp contra a CPMF.
–Mas alguém sempre paga. Quem vai? –perguntou um dos representantes da entidade.
O sindicalista respondeu, para risada geral:
–O pato que eu conheço quem está pagando é o São Paulo e também o Corinthians –referindo-se ao jogador que tem seu salário bancado pelos dois times paulistas.