Decisão de agência abala apoio do PIB e da classe C a Dilma, avaliam aliados

Painel

De ponta a ponta Congressistas do PT e do PMDB fizeram a mesma avaliação diante da retirada do grau de investimento do Brasil pela Standard & Poor’s. A decisão da agência fará Dilma Rousseff perder o apoio das duas pontas mais refratárias ao impeachment: o empresariado e as classes C e D. O sistema financeiro é, hoje, o principal lastro de Joaquim Levy. No outro extremo, o agravamento do desemprego e da recessão pode levar o eleitorado petista a engrossar as manifestações pelo “fora Dilma”.

Septicemia Um senador petista, desolado, descrevia o quadro do governo Dilma Rousseff como o de um “paciente terminal”: “Uma hora para de funcionar um rim, dali a pouco é o coração que dá sinal de que vai pifar”.

Hora De Michel Temer no jantar com governadores e congressistas do PMDB, na terça: “O momento não é de partido, não é de governo, é de pensar no país. Isso é que deve guiar nossas ações”.

Sangue na água No dia seguinte à bomba da Standard & Poor’s, o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) participa, de manhã, de audiência pública no maior auditório da Câmara, aberta a deputados e senadores.

Golaço O convite para que Barbosa fosse falar sobre o Orçamento de 2016 foi feito pela deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ). Os líderes aliados tentavam, às pressas, armar alguma blindagem.

Mais essa O anúncio de que as emendas a que cada parlamentar terá direito serão contingenciadas em R$ 555 mil irritou os deputados, que já tinham sido autorizados a avisar aos municípios que seriam contemplados.

Origens 1 Eduardo Cunha (PMDB-RJ) saiu da reunião com governadores do partido na terça-feira decidido a dar urgência ao projeto de lei que altera o modelo de partilha adotado na no pré-sal.

Origens 2 A mudança do modelo de partilha pelo de concessão, que desagrada ao Planalto, é defendida por aliados, como os governadores Luiz Fernando Pezão (RJ) e Paulo Hartung (ES).

Teta Do governador José Ivo Sartori (RS) na reunião com os governadores sobre a possibilidade de aprovação de projetos que oneram os cofres públicos: “Não adianta matar a vaca, senão você não tem de onde tirar leite”.

Incógnito O juiz Sergio Moro teve recepção discreta no Senado, onde participou de audiência nesta quarta. Precisou preencher cadastro na portaria e passar pelo detector de metais da Casa.

Reforço O senador Elmano Férrer (PI) está de saída do PTB rumo ao PMDB. Ele se junta a Blairo Maggi (MT), que sai do PR, e a Marta Suplicy (sem partido-SP), que também migram para o partido do vice Michel Temer.

Meia volta… Alexandre de Moraes (Segurança Pública) anunciou à cúpula do PSDB que desistiu de se filiar no evento que o partido realiza nesta quinta-feira.

… volver O secretário deixou em aberto a possibilidade de ingressar na sigla até o fim do mês, prazo para quem quiser ser candidato em 2016.

Cautela Aliados do governador Geraldo Alckmin temiam que a filiação com estardalhaço do secretário passasse a impressão de que seu nome seria imposto “de cima para baixo” como candidato.

Freio Moraes comunicou a outros pré-candidatos tucanos à Prefeitura de São Paulo a decisão de não se filiar agora. A um deles, disse que devem “fortalecer Alckmin”.

2018 é aqui Aécio Neves (MG), presidente nacional do partido, confirmou a presença no ato de filiações do PSDB paulista. Vai aproveitar a ida a São Paulo para uma conversa com Alckmin sobre o quadro nacional.

Rosa 1 Depois de o Senado aprovar a cota para as mulheres no Legislativo, a bancada feminina vai fazer pressão para que o texto também passe na Câmara, que o rejeitou em junho por 15 votos.

Rosa 2 A frente feminina pretende se reunir com Eduardo Cunha para cobrar que a cota de 10% já passe a valer para as eleições de 2016.


TIROTEIO

É mais uma ação inclusiva do governo. A presidente Dilma não quer deixar ninguém fora do mau humor que reina no país.

DO SENADOR ROMERO JUCÁ (PMDB-RR), sobre o decreto da presidente Dilma Rousseff que provocou atrito com os militares.


CONTRAPONTO

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A criação de novos impostos para resolver o rombo nas contas públicas dividiu peemedebistas em jantar na terça no Palácio do Jaburu. Enquanto os governadores defendiam a criação de algum tributo cuja arrecadação seja dividida com os Estados, deputados e senadores diziam que não há clima para tais medidas serem aprovadas.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recorreu a um série antiga para exemplificar o nó:
–É mais fácil o sargento Garcia prender o Zorro que a Câmara aprovar algum novo imposto hoje!