Ala do PMDB ligada a Temer blinda Levy e articula saída de Mercadante
O contra-ataque A ala do PMDB ligada ao vice Michel Temer decidiu blindar Joaquim Levy e pressionar pela mudança no núcleo palaciano do governo. O partido aliado e setores do próprio PT esperavam contar com o apoio de Lula, que esteve nesta quinta-feira em Brasília, para convencer Dilma Rousseff que é “insustentável” manter Aloizio Mercadante. O grupo atribui ao titular da Casa Civil as “intrigas” para desestabilizar o ministro da Fazenda, depois de ter atuado para esvaziar o poder de Temer.
Calendário Apesar da sustentação a Levy no curto prazo, peemedebistas têm um cronograma detalhado para o rompimento com Dilma.
Ponta… Senadores e deputados ligados à cúpula do PMDB calculam que até o congresso do partido, em 15 de novembro, a crise econômica terá se agravado, levando às ruas as classes C e D.
… do lápis Neste cenário, o encontro se tornaria o momento de ruptura e do apoio da sigla à saída de Dilma, via impeachment ou renúncia.
Pacto Os caciques da sigla tentam convencer a ala aecista do PSDB de que um governo de transição comandado por Temer seria a melhor saída da crise política e econômica.
Gás Três pontos precipitaram a mobilização pró-impeachment da oposição: o ensaio desastrado da volta da CPMF, que indispôs Dilma com o empresariado, o Orçamento deficitário e o pedido de Hélio Bicudo, fundador do PT, pela saída da presidente.
Vale este Congressistas com trânsito na área econômica receberam a informação de que a reavaliação do PIB de 2014 deve apontar queda também no ano passado.
Eu avisei A declaração de Levy na Câmara de que o país passa por uma situação semelhante à do início dos anos 1980 foi vista como uma vacina para o cenário de três anos de seguidos de recessão.
Abatido Quem conversou com o titular da Fazenda nos últimos dias relatou desânimo com trapalhadas como a da CPMF, da qual não participou. Levy diz que a melhor forma de discutir o Orçamento é com reformas estruturais.
Onde pega O ministro defende o corte de programas do governo que não “performam” e, no entanto, drenam recursos orçamentários que poderiam ser poupados.
Agora é… Depois de promover um “roadshow” do Lula inflável, o Movimento Brasil Livre mandou confeccionar um boneco gigante do prefeito Fernando Haddad –em retaliação a sua tentativa de proibir a exibição do “Pixuleco”, apelido do balão do ex-presidente, em São Paulo.
… moda O “Raddard”, como foi batizado o protótipo do Haddad inflável, vai segurar uma plaquinha de 50 km/h, numa alusão ao limite de velocidade nas marginais.
Rachou Irritados com a participação da direção do PT na frente por uma nova política econômica, que será lançada sábado, em Belo Horizonte, alguns movimentos sociais desistiram de integrá-la.
Letras miúdas A Intersindical e movimentos ligados ao PSOL dizem que a frente abriu espaço para “um forte protagonismo do PT” e deixou a crítica ao ajuste fiscal “como nota de rodapé”.
Vale-coxinha 1 Geraldo Alckmin criticou a decisão do PSDB de cobrar R$ 20 mil de inscrição dos pré-candidatos a prefeito de São Paulo.
Vale-coxinha 2 O governador acha que o critério é antidemocrático –pois restringe a participação a quem pode arcar com a taxa– e reforça o estigma de partido de elite.
Visita à Folha Jorge Abrahão, diretor-presidente do Instituto Ethos, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Caio Magri, diretor-executivo de Operações, Práticas Empresariais e Políticas Públicas, e Cristina Spera, assessora de imprensa.
TIROTEIO
A companheirada no Ministério do Trabalho fica ‘de boa’ enquanto zomba dos milhões de desempregados que Dilma produziu.
DE RONALDO CAIADO, líder do DEM no Senado, sobre o ministério ter pregado numa rede social o “deboísmo” (ficar “numa boa”) no ambiente de trabalho.
CONTRAPONTO
Muito cacique para pouco índio
Os deputados Campos Machado (PTB) e Chico Sardelli (PV) tiveram discussão acalorada na reunião de líderes da Assembleia paulista nesta quarta-feira, quando foi colocada em pauta a proposta que amplia o número de integrantes da mesa diretora da Casa.
Sardelli ameaçou obstruir todas as votações caso a proposta não fosse aprovada. Campos Machado rebateu:
–Neste momento de recessão, seria loucura!
E prosseguiu:
–Imaginem a Assembleia paulista com um presidente, quatro vices e oito secretários. Daqui a pouco não terá ninguém para sentar no plenário!