Tombini ameaça deixar governo Dilma caso BC perca status de ministério

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Novo front de crise Alexandre Tombini ameaça deixar o governo caso o Banco Central perca o status de ministério na reforma administrativa que Dilma Rousseff começa a esboçar. O presidente da instituição fez chegar ao Planalto a preocupação de ser alvo de uma enxurrada de ações em primeira instância de qualquer cidadão que se sentir lesado por decisões do BC. No recado, Tombini pediu apenas que Dilma mantivesse a equiparação, sem explicitar a intenção de deixar o posto caso haja a mudança.

Em branco Análise jurídica encomendada pelo DEM não aponta irregularidade no fato de o governo ter enviado o Orçamento de 2016 ao Congresso com previsão de deficit de R$ 30,5 bilhões.

Buzina Ainda assim, o partido vai usar a peça para desgastar Dilma, apontando discrepâncias entre o projeto enviado nesta segunda-feira e a Lei de Diretrizes Orçamentárias, de julho, que prevê superavit de 0,7% do PIB.

Desalento Antes da reunião com Dilma e a equipe econômica, petistas criticavam a peça. Diziam que a presidente abre mão de governar e dá munição para a oposição.

Vejam bem Na reunião com líderes da Câmara, Dilma insistiu na preocupação com o financiamento da saúde e com o rombo na Previdência. Ela pediu “responsabilidade” com os temas.

Aparece lá Rogério Rosso (DF), líder do PSD, sugeriu que a presidente fosse pessoalmente ao Congresso defender o Orçamento. Dilma ensaiou aceitar o convite, mas foi dissuadida por Aloizio Mercadante (Casa Civil).

Pra ajudar? Os movimentos sociais que organizaram os atos em defesa de Dilma no dia 20 se reúnem sábado, em Belo Horizonte, para criar uma frente em defesa de uma nova política econômica.

Time Estão no grupo Central de Movimentos Populares, MST e UNE, além das centrais sindicais CUT e CTB.

Sem cortes Eles voltam às ruas no Sete de Setembro para o Grito dos Excluídos, com a cobrança de que os cortes no Orçamento não atinjam os trabalhadores nem os programas sociais.

PS Os grupos também pedirão “fora Cunha” –alheios ao fato de que Dilma convidou o presidente da Câmara para conversar no Planalto.

Obstáculo Em depoimento nesta segunda-feira ao juiz Sergio Moro, em Curitiba, Augusto Mendonça, ex-executivo da Toyo Setal, disse que “a capacidade de diretores da Petrobras” de atrapalhar a obtenção de contratos com a estatal caso não houvesse pagamento de propina “era muito grande”.

Simples assim Questionado por Moro se foi ameaçado, Mendonça, que é réu colaborador, afirmou: “Sim, Pedro Barusco disse que se não pagássemos a obra não sairia. E pagamos no exterior”.

Novo alvo Irritada com a decisão de José Dirceu de permanecer calado em seu depoimento, a cúpula da CPI da Petrobras deve aprovar na próxima reunião deliberativa a convocação de Paulo Okamotto, do Instituto Lula.

O que… Membros da força-tarefa da Lava Jato esperam que o lobista Julio Camargo faça mais um aditivo à sua colaboração judicial.

…. vem por aí A expectativa é que ele informe negócios entre a Mitsui, uma das empresas que representava, e a diretoria financeira da Petrobras, na época comandada por Almir Barbassa, sobre os quais não falou até agora.

Visitas à Folha Andrea Matarazzo, líder do PSDB na Câmara Municipal de São Paulo, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava com Bia Murano, assessora de imprensa.

Eliseu Padilha, ministro da SAC (Secretaria de Aviação Civil), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Gustavo do Vale, presidente da Infraero, Guilherme Ramalho, secretário-executivo da SAC, e Thatiana Souza, assessora de imprensa.

Mendonça Filho, líder do DEM na Câmara dos Deputados, visitou a Folha. Estava com Fabiola Salvador, assessora de imprensa.


TIROTEIO

O que São Paulo espera é que Alckmin dê respostas às pragas da violência, dessa escassez de água e da corrupção no metrô.

DE EMÍDIO DE SOUZA, presidente do PT paulista, em reposta à declaração do governador Geraldo Alckmin (PSDB) comparando o PT a uma praga.


CONTRAPONTO

Consultoria presidencial

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O ex-ministro José Dirceu, preso na Operação Lava Jato sob a acusação de ter recebido dinheiro desviado da Petrobras travestido de consultoria, levou a sério a orientação de sua defesa de não responder a perguntas da CPI que investiga o escândalo na estatal.
–Com a queda do PIB, o senhor poderia ensinar à presidente Dilma como se arrecada R$ 39 milhões em tão pouco tempo –provocou Bruno Covas (PSDB-SP).
Nem assim Dirceu, conhecido pelo perfil combativo, saiu do script, surpreendendo os parlamentares.