Prazo maior não melhora situação de Dilma, avaliam ministros do TCU
Intransferível O prazo maior para defesa não deve significar vida mais fácil para Dilma Rousseff no julgamento das contas do governo de 2014 pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Na avaliação dos ministros, as pedaladas apontadas no voto do relator Augusto Nardes poderiam ser atribuídas à equipe econômica do primeiro mandato. Mas as indicadas na segunda leva de irregularidades seriam de responsabilidade direta da presidente, segundo parecer prévio dos técnicos do órgão.
Calendário 1 Depois do recebimento das explicações do governo, previsto para 11 de setembro, haverá uma semana para a área técnica examiná-las e uma para o relator elaborar um novo voto.
Calendário 2 Depois disso, os demais integrantes da corte teriam uma semana para analisar o relatório de Nardes. A data em discussão para o julgamento é 7 de outubro.
Quorum Com as novas datas, a composição do tribunal deve estar completa: o ministro Bruno Dantas, que estaria fora se o julgamento fosse em setembro, volta para a última sessão do mês.
Entre amigos O vice-presidente Michel Temer participa de evento nesta segunda-feira em São Paulo ao lado de Nardes, que recomendou a rejeição das contas de Dilma, e do juiz Sergio Moro, que conduz a Lava Jato.
Calendas Ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) acreditam que o processo de cassação da chapa de Dilma e Temer deverá levar ao menos seis meses. O julgamento ficaria para 2016.
Batata quente Luciana Lossio, que pediu vista do processo, disse a colegas que deve devolvê-lo ao plenário em, no máximo, duas semanas.
Revisionismo Uma ala do PT defende a realização de um congresso extraordinário do partido ainda este ano, depois do realizado em junho, em Salvador.
Mea culpa O grupo –que inclui deputados do Rio Grande do Sul– defende que a sigla use o encontro para assumir erros e dizer que falhou no combate à corrupção.
Berlinda Essa ala também cobra a expulsão de José Dirceu. A divulgação do laudo da Polícia Federal sobre a evolução patrimonial do ex-ministro, preso na Lava Lato, elevou a pressão.
Pixuleco A cúpula da CPI da Petrobras visitou Luís Roberto Barroso para tentar convencê-lo a liberar o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco para participar de acareação com João Vaccari Neto e Renato Duque durante a ida da comissão a Curitiba.
Atestado Os deputados levaram ao ministro três argumentos para derrubar o habeas corpus de Barusco, que alegou saúde frágil: sua defesa tinha concordado com a acareação, haverá médicos e é “irrazoável” que ele possa depor à Justiça, mas não à CPI.
Ideia fixa A CPI vai insistir na convocação de Marcos Valério na próxima reunião deliberativa, em setembro. A oposição acha que, condenado a 37 anos e preso há dois, ele não tem “nada a perder”.
Time 1 Otto Alencar (PSD-BA), que foi vice do ministro Jaques Wagner (Defesa) no governo da Bahia, será o presidente da comissão que o Senado instala na terça-feira para discutir a Agenda Brasil.
Time 2 A relatoria da comissão especial ficará com Blairo Maggi (MT), de saída do PR para o PMDB.
Ritmo de festa O PDT promete um evento grande no início de setembro para a filiação dos irmãos Gomes. Quer anunciar junto a chegada do prefeito de Fortaleza, Robero Cláudio (Pros), e de seis deputados federais.
Capa de revista A pré-candidatura de João Doria Jr. a prefeito de São Paulo começa a atrair famosos para o partido. Ronnie Von diz estar disposto a se filiar à sigla para ajudar “o amigo João”.
Três em um Os tucanos Bruno Covas, Ricardo Tripoli e José Aníbal, também pré-candidatos, discutem a possibilidade de se unir em torno de um único nome para as prévias, contra Doria e o vereador Andrea Matarazzo.
TIROTEIO
Quando escreveu o livro dos provérbios, Salomão não imaginou que previa o futuro de Dilma. Ela está escrava de suas mentiras.
DO DEPUTADO LÚCIO VIEIRA LIMA (PMDB-BA), sobre a presidente dizer que errou na avaliação da situação econômica durante a campanha eleitoral.
CONTRAPONTO
Ratoeira tributária
No jantar com o vice Michel Temer na quinta-feira, empresários reclamaram da alta carga tributária. Flávio Rocha, da Riachuelo, disse que o setor em que atua é “termômetro” do problema:
–A prevalecer a alta de tributos, o varejo será o primeiro a sentir.
Na sua vez de falar, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, usou uma metáfora para se referir ao assunto, provocando risos dos presentes:
–O governo tributa tudo que se move. O ratinho passou, cobra uma fatia do queijo dele!