Com saída de Temer, pasta da articulação política pode ser extinta
Rascunho de reforma Com a saída de Michel Temer e Eliseu Padilha da articulação política do governo, a expectativa é que Dilma Rousseff use a anunciada reforma administrativa para extinguir a Secretaria de Relações Institucionais. Com isso, a negociação do dia a dia de cargos, votações no Congresso e emendas seria diluída entre a Casa Civil e os ministérios das Cidades e do Planejamento. O obstáculo a esse desenho seria a volta de Aloizio Mercadante, desgastado com a base aliada, ao balcão da política.
Exemplo A piada nesta segunda na Esplanada depois do anúncio-surpresa da extinção de ministérios era que a presidente resolveu dar mais uma contribuição, agora doméstica, para a explosão do desemprego.
#chateado Na conversa com Dilma nesta segunda, Temer se queixou de ter sido tratado com “desconfiança” por setores do Planalto quando falou que era preciso “alguém” para reunificar o país.
Carapuça Dilma, então, respondeu que nunca teve desconfiança do vice. E, diante do titular da Casa Civil, emendou: “O Mercadante sabe! Já falei isso para ele”.
Bloco do… Ao propor tocar a macropolítica do governo Temer deixou claro que não aceitará dividir a tarefa com outros palacianos.
… eu sozinho Um parlamentar de oposição brinca com as novas atribuições do peemedebista: “Macropolítica é função da presidente. Sinal mais claro de que ele quer o lugar dela não existe”.
Check-in A partir de setembro, embora ainda vá acumular por um mês as funções de sua pasta com costura política, Eliseu Padilha voltará a despachar na Secretaria de Aviação Civil.
No show O ministro, que se “mudou” para a Vice-Presidência, não despacha na sede da secretaria há quatro meses. Apareceu apenas para algumas solenidades. Tadeu Filippelli e Rodrigo Loures, assessores de Temer, continuarão auxiliando Padilha.
Defesa 1 No almoço com deputados paulistas nesta segunda-feira, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) repetiu que a denúncia de Rodrigo Janot contra ele é fraca, amparada só na delação premiada.
Defesa 2 O presidente da Câmara insistiu no argumento de que o procurador-geral não apresentou provas como, por exemplo, sua evolução patrimonial ou quebra de sigilos telefônicos e bancários.
Lateral O Ministério Público Federal sustenta que o enriquecimento pessoal de Cunha não é o objeto desta denúncia, e que o destino da eventual vantagem indevida auferida é irrelevante.
Saída Wilson Poit comunicou ao prefeito Fernando Haddad que vai deixar a Secretaria Especial de Turismo e a presidência da SP Negócios e voltar à iniciativa privada.
Vácuo Poit é a principal ponte de Haddad com o empresariado. Coube a ele a articulação de PPPs como a do Anhembi, da iluminação pública e da arena multiuso ao lado do Sambódromo.
Nos ares Será assinado nesta terça, em Londres, o contrato de compra dos 36 caças Grippen para a FAB. A Defesa conseguiu aprovar crédito no Senado que excluiu a necessidade de sinal.
Em terra Com a instabilidade política, o ministro Jaques Wagner ficará no Brasil e não participará do ato.
Visita à Folha Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Julio Bitelli, chefe de gabinete, e Nelson Tabajara de Oliveira, chefe da assessoria de imprensa.
Rogerio Chequer, coordenador do movimento Vem Pra Rua, visitou ontem a Folha. Estava com Mari Botter, assessora de imprensa.
TIROTEIO
É bom instalar detector de metais na CCJ. Não custa lembrar que já houve um Collor que atirou em um desafeto no Senado.
DE BETO ALBUQUERQUE, vice-presidente do PSB, sobre o clima para a sabatina de Rodrigo Janot, a quem Fernando Collor voltou a atacar nesta segunda-feira.
CONTRAPONTO
Melhor que nada
Discursando sobre a grave crise econômica atual, em contraposição aos inúmeros pedidos que recebe diariamente, o governador Geraldo Alckmin lembrou, em visita a Guarantã, de quando era prefeito de Pindamonhangaba e do conterrâneo Teté, famoso pelos pedidos.
–Era só me encontrar que ele já vinha pedindo: me dá um dinheiro, doutor! –contou o tucano.
Diante da recusa, disse Alckmin, Teté insistia:
–Então me dá um cigarro!
–Não é cigarro, é colírio isso aqui no meu bolso–respondia Alckmin, segundo seu próprio relato.
–Então pingue um pouquinho aqui!