Mercadante obtém aval para ficar no ministério e se reaproxima de Lula
Vai ficando Pressionada a promover mudanças no ministério, Dilma Rousseff não cogita tirar Aloizio Mercadante da Casa Civil. Alvo constante de críticas de partidos aliados e de setores do PT, o ministro se reaproximou do ex-presidente Lula –que antes fazia reparos à sua atuação, mas na sexta-feira defendeu que ele deve ficar no governo para ajudar Dilma a superar a crise. Na reunião de domingo, o vice Michel Temer disse que o petista tem ajudado a tentar recompor a governabilidade.
Mapa… O Planalto dá como certo que as manifestações no eixo Rio-São Paulo e em Brasília no domingo devem ter grandes proporções. O receio é que os atos no Nordeste e em pequenas e médias cidades do país também sejam representativos.
… da guerra Na análise de auxiliares do governo, a adesão em todo o país reforçaria que a avaliação negativa de Dilma é nacional, o que complicaria a tentativa de recompor a base aliada, sensível ao termômetro das ruas.
Mochila Lula começa na sexta-feira, em Brasília, a agenda de viagens para falar sobre educação, numa tentativa de recuperar a própria imagem, arranhada pela Lava Jato e as investigações sobre empréstimos do BNDES.
Mais embaixo Líderes de bancadas refutam a tese de que só a troca de ministros trará de volta o apoio ao governo na Câmara. O problema é o preenchimento de cargos nos Estados, base eleitoral dos deputados.
Chamego 1 No Recife para a homenagem a Eduardo Campos, Jaques Wagner (Defesa) conversou com líderes do PSB para tentar reaproximar o partido do governo.
Chamego 2 Empenhado, o ministro discursou que não tinha vergonha de dizer que Campos era “um homem muito bonito”, com “aquele sorriso e aqueles olhos”.
Verão passado O apelo não surtiu efeito imediato. Ainda pesam a eleição de 2014 e as críticas do PT ao ex-governador e Marina Silva.
Círculo vicioso A deterioração das contas de municípios criou um problema extra para o Planalto. Sem recursos, prefeituras perdem os certificados exigidos para firmar convênios com o governo –o que impede a liberação de emendas e agrava a revolta na base aliada.
Febre Dias depois de se reunir com Lula, Miguel Torres, presidente da Força Sindical, se encontrará com Temer. A central quer “sentir a temperatura” e ouvir a análise do vice sobre a crise.
Que crise? O prefeito Fernando Haddad reativou a diretoria de projetos especiais da SPTuris para abrigar Antonio Pinto (PT), com salário de R$ 18 mil. Ele deixou a secretaria da Igualdade Racial em junho para abrir mais espaço ao PC do B no governo.
Jogo duplo Com a nomeação, Haddad pretende agradar o PT e também atrair o PDT para a aliança em torno de sua reeleição, já que Toninho, como é conhecido, é ligado a Netinho de Paula.
O baile todo A principal função de Pinto na SPTuris será retomar a organização dos “rolezinhos” e pancadões legalizados pela cidade.
Dança… Haddad mudou a coordenação do programa Braços Abertos, de combate ao crack. Saiu o capitão da Polícia Militar Renato Lopes Gomes da Silva e entrou Benedito Mariano, que foi secretário de Segurança Urbana no governo Marta Suplicy.
… das cadeiras O capitão pediu para voltar à guarda do prefeito após a operação de 29 de abril na cracolândia, que acabou em confronto entre polícia e usuários.
Visita à Folha Luiz Barretto, presidente do Sebrae Nacional, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Denise Chaves, assessora de imprensa, e Joana Bona, gerente-adjunta de marketing.
TIROTEIO
Estamos vivendo a síndrome do dominó. Muita gente querendo derrubar muita gente. No final todo mundo pode cair.
DO DEPUTADO ROGÉRIO ROSSO (PSD-DF), sobre a crise política e os diferentes interesses dos que discutem o afastamento de Dilma Rousseff.
CONTRAPONTO
Habeas corpus parlamentar
Em discurso na Assembleia, semana passada, Carlos Giannazi (PSOL) disse que, se a Lava Jato chegasse a São Paulo, “o primeiro a ser preso” seria José Serra.
Depois de esperar dez minutos uma reação da bancada do PSDB, Campos Machado (PTB) pediu a palavra.
–Estranho o silêncio tucano ante tamanha leviandade –disse, depois de elogiar a “seriedade” do senador.
Após mais dez minutos, os tucanos Barros Munhoz e Vaz de Lima ocuparam a tribuna para defender Serra.
Campos, aliviado, comentou com colegas:
–Ainda bem. Se eles demoram mais um pouco, o Giannazi ia sair daqui se achando o Sérgio Moro…