Kroll apontará discrepâncias entre apurações e delações da Lava Jato
Tira-teima em casa Pessoas que tiveram acesso ao relatório produzido pela Kroll para a CPI da Petrobras relatam que a empresa identificou indícios de discrepâncias “significativas” entre o que ela apurou e delações feitas por investigados na Lava Jato. O resultado da primeira fase da apuração da consultoria deve ser apresentado à comissão nesta semana –e será usado para respaldar a crítica do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), investigado na operação, para questionar o teor das delações.
Bula O relatório prévio da Kroll será o ponto de partida para definir quais serão os alvos prioritários da empresa na segunda fase da contratação, caso a comissão decida prorrogar o acordo.
Colateral Integrantes da CPI avaliam que as delações feitas à Justiça não serão anuladas ainda que o colaborador tenha omitido informações. O que pode perder efeito, dizem, é o benefício obtido com os depoimentos.
Memória… As delações também são alvos de advogados contrários ao princípio. Em uma petição antes de Renato Duque começar a negociar a colaboração, seus defensores comparavam o recurso à doença de Alzheimer.
… curta Para a defesa do ex-diretor da Petrobras, os depoimentos dos delatores “são complementados no tempo, como se o criminoso tivesse o mal de Alzheimer”, “eivados de contradições e oportunismos” e “tomados sem contraditório”.
Viadutos Emilio Odebrecht está preocupado com a reconstrução da imagem da empresa no pós-Lava Jato. Desde a prisão do filho Marcelo já teve várias conversas com Lula e também com Fernando Henrique Cardoso.
Menos é mais Com as defecções de PDT e PTB, o Planalto trabalha com a perspectiva de rearranjar sua base de sustentação no Congresso para que ela fique menor, mas mais confiável.
Davi e Golias Partidos aliados apontam o PT como principal entrave à conclusão das trocas nos cargos de segundo e terceiro escalões em curso para acalmar a base aliada no Congresso.
Encolheu “Eles tinham um espaço quando Dilma tinha 90% de aprovação. Precisam ter consciência de que, agora, o governo deles está com 7%”, diz um ministro.
Quem dá mais O Vem pra Rua estima que o programa de rádio e TV do PT na semana passada terá mais influência para inflar os protestos do dia 16 que a convocação feita pelo PSDB em suas inserções comerciais.
Mesma tecla Rogério Chequer, porta-voz do movimento que ajuda a organizar os atos, diz que o partido de Dilma Rousseff “continua não assumindo seus erros”.
Pegou gosto Depois do ato de apoio a Lula na semana passada, o ex-ministro Luiz Dulci, diretor do instituto do ex-presidente, começou a articular com centrais sindicais um evento com o mote de defesa da democracia.
Chão de fábrica Geraldo Alckmin convocou para esta segunda reunião de emergência do governo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para discutir demissões anunciadas pela Mercedes-Benz em São Bernardo.
Água mole… Depois do comunicado da Executiva do PT com críticas ao aumento da taxa de juros, a Fundação Perseu Abramo, ligada do partido, voltou a distribuir boletim condenando a política econômica do governo.
… em pedra dura O texto diz que é necessário “enriquecer” o debate sobre a origem da inflação, “hoje restrito ao velho tripé macroeconômico e seu diagnóstico de demanda, que pouco condiz com a realidade nacional”.
Sem aval Dani Dayan, escolhido como novo embaixador de Israel no Brasil, foi anunciado pelo premiê Benjamin Netanyahu sem o “agrément” do Itamaraty –consulta prévia que é praxe nas relações diplomáticas.
Histórico A decisão causou novo mal-estar diplomático, depois que um assessor da chancelaria israelense chamou o Brasil de “anão diplomático” no ano passado.
TIROTEIO
O PSDB diz que quer o poder pelas eleições. Isso é só em 2018. Se insistirem na tese, vou concluir que eles estão satisfeitos com Dilma.
DO DEPUTADO LÚCIO VIEIRA LIMA (PMDB-BA), da ala oposicionista do partido, para quem a opção em caso de saída da presidente seria Michel Temer assumir.
CONTRAPONTO
Tensão pós-prova
O Inep divulgou na última quarta-feira o resultado por escola do Enem de 2014. O levantamento apontou novos indicadores, como a prática de colégios privados “importarem” alunos de outras unidades para fazer o exame.
No final da entrevista, o ministro Renato Janine (Educação) se mostrou aliviado com a divulgação dos dados, após atraso:
–Eu cheguei a sonhar com a manchete dos jornais: ‘MEC enrola, mas publica dados’ –disse, entre risos, diante dos jornalistas que cobriram o evento.