Alckmin planeja usar gestão da crise hídrica para se cacifar ao Planalto

Painel

Vidas secas Geraldo Alckmin pretende transformar a crise hídrica paulista em um de seus principais ativos para se cacifar como candidato do PSDB ao Planalto em 2018. Ele disse a aliados que, se conseguir chegar ao fim do período de seca sem um racionamento, a gestão da crise —vista como ponto fraco na disputa pela reeleição— pode ser usada como case de sucesso. Para o tucano, apresentar-se como “o governador que resolveu a crise” pode lhe valer pontos, principalmente no Nordeste.

A união… Menos propensa a encampar a defesa da cassação de Dilma Rousseff pela Justiça Eleitoral, a ala alckmista do PSDB passou a dizer que o senador Aécio Neves (MG) se excedeu no discurso da convenção do partido, no último domingo.

… faz a força Com os desdobramentos da fala de Aécio, em que professou que os tucanos seriam governo “em breve”, defensores de Alckmin dizem que o mineiro deu margem para que o PT tentasse colar no partido a pecha de “golpista”.

Deixa ela Um senador da oposição ironiza a possibilidade de que o clima contra Dilma esfrie durante o recesso parlamentar. “Contamos com o próprio governo para evitar o arrefecimento. Eles produzem pautas negativas por conta própria, todos os dias.”

Sempre alerta Dirigentes do PT em São Paulo pretendem desdobrar o ato em defesa do governo, na terça, em reuniões periódicas. Veem a necessidade de uma “mobilização permanente” para mostrar respaldo ao governo.

Bicudo Fernando Haddad incluiu mais um ponto no rol de reclamações ao governo Dilma. A nova queixa é sobre a demora para a assinatura do termo de cooperação com a União para transferir a Ceagesp de lugar, firmado no fim de junho —três meses depois do esperado pela prefeitura.

Escaldado Celso Russomanno, nome do PRB para disputar a Prefeitura de São Paulo no ano que vem, prepara uma vacina para um dos problemas que lhe custaram a ida ao segundo turno na última disputa: a fragilidade de seu programa de governo.

Grife O deputado pretende procurar entidades de classe e organizações da sociedade civil para deixar a cargo delas a redação de parte das propostas que apresentará à Justiça Eleitoral.

Ideia fixa Com a condenação dos menores que participaram de um estupro coletivo no Piauí, na sexta, o senador José Serra (PSDB-SP) voltará a conversar com os líderes do Senado para tentar colocar em votação seu projeto de reforma do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Amplitude “Dois dos facínoras têm menos de 16 anos”, diz o tucano, apontando que não seriam enquadrados na redução da maioridade penal. O projeto do senador prevê internação de até dez anos para o menor que praticar crime hediondo.

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‌‌Toalha de mesa Agentes da carceragem da PF em Curitiba, onde Marcelo Odebrecht está preso, acham curioso seu zelo excessivo com limpeza. Em todas as refeições, o empresário coloca um guardanapo embaixo do prato.

Caçada Além dos vídeos que circulam na internet, os advogados do ex-ministro Guido Mantega entrevistaram pessoas e voltaram ao restaurante em que ele foi hostilizado para descobrir a identidade do agressor.

Limites Mantega pedirá indenização por danos morais. “A liberdade de expressão é garantida, mas se vence os limites, você responde por isso”, diz o advogado do petista, José Roberto Batochio.

Trem da alegria Na Rússia para formalizar o Brics Sindical, as centrais brasileiras acertaram com entidades chinesas uma visita ao país para tratar da vinda de mão de obra da China para o país, prevista no acordo firmado pelo governo em maio.


TIROTEIO

Michel Temer continuará na articulação política. Só quem não o conhece pode pensar que ele deixará o barco nesse mar bravio.

DO MINISTRO HENRIQUE EDUARDO ALVES (TURISMO), sobre a defesa feita por peemedebistas de que o vice-presidente abandonasse a articulação do Planalto


CONTRAPONTO

Discurso acaciano

Depois dos atropelos na votação da reforma política na Câmara, o assunto passou a ser discutido com mais calma no Senado.

Escolhido para relatar o texto que será votado em plenário, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) prometeu acatar todas as propostas que tiverem apoio dos colegas na comissão especial.

—Sou um escravo da maioria e da democracia! —disse, na sessão da última terça-feira.

A declaração motivou uma resposta bem-humorada de Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN).

—Não exageremos, senador! Não exageremos!