Dilma negocia MP com centrais para substituir reajuste a aposentados

Painel

O peso da caneta Decidida a vetar a extensão do reajuste do salário mínimo aos aposentados, Dilma Rousseff determinou que o governo abra negociações com as centrais sindicais para elaborar uma nova fórmula de aumento para a Previdência. Assim como no caso do fator previdenciário, ela vai editar uma medida provisória sobre o tema quando assinar o veto. Será a terceira medida de apelo popular a receber uma canetada presidencial —além das duas, há o reajuste do Judiciário na lista.

Gato escaldado Antevendo a derrota, Dilma ordenou as negociações para elaborar a nova fórmula para os aposentados antes mesmo da aprovação do texto no Senado, nesta quarta-feira.

Nem vem A emenda apresentada por Paulinho da Força (SDD-SP) ao programa de proteção ao emprego não conseguiu unanimidade nem na central que empresta o nome ao deputado —e apoiou o texto da medida provisória editada pelo Planalto.

Que não tem O deputado quer que a União arque com 100% da diferença com a redução do salário —e não 50%. Sindicalistas que negociaram o texto dizem que a intenção é apenas tumultuar.

Às armas O Planalto avalia que a reação de Dilma às articulações para tirá-la do poder conseguiu reduzir a temperatura do tema, juntamente com a viagem da presidente à Rússia e à Itália.

Promissória Em jantar no Palácio do Jaburu na segunda-feira, peemedebistas se diziam os avalistas de Dilma. “O PT só atrapalha. Se não fosse o PMDB, o governo já teria ido para o buraco”, discursou um cacique.

Ausente O grupo de Lula no PT diz que há um consenso em torno do ex-presidente caso a crise chegue ao ápice: se houver uma nova eleição, ele não será candidato. O petista identifica risco praticamente certo de derrota.

Ops! O economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, mandou sem querer para uma lista ampla de e-mails nesta quarta-feira convite para palestra no dia 13 sobre o atual cenário político com o consultor Alberto Almeida.

Vale este Diante do vazamento de um evento que deveria ser restrito, novo e-mail foi enviado 14 minutos depois informando que a palestra havia sido cancelada.

Riqueza… A Polícia Federal em São Paulo ouviu mais de 20 pessoas na investigação sobre o financiamento dado pelo Banco do Brasil para uma empresa da socialite Val Marchiori. Aldemir Bendine, hoje presidente da Petrobras, foi o último.

… de detalhes Bendine, que comandava o banco e é amigo de Marchiori, reiterou aos investigadores que a operação foi normal e seguiu as condições do mercado.

Sem pijama Graça Foster continua telefonando para dirigentes da Petrobras e até para Bendine, seu sucessor, para perguntar como vai a gestão da companhia e comentar os rumos da empresa na fase pós-Lava Jato.

Toda ouvidos A ex-presidente procurou integrantes da cúpula da petroleira para conversar sobre o plano de investimentos da estatal divulgado na última semana.

Salva caixa A direção do PT abriu campanha nos Estados e no Congresso para filiar funcionários comissionados e aumentar a arrecadação.

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Cigarra Com Fernando Haddad de recesso por conta de uma rinite, Eduardo Suplicy (Direitos Humanos) se divertia na manhã desta quarta-feira com o aplicativo Ant Smasher. Publicou no Twitter que esmagou dez formigas um placar modesto.

Claque Geraldo Alckmin teve reforço em sua audiência no Congresso: os quatro secretários-deputados assumiram o mandato para formalizar emendas ao Orçamento e aplaudir o chefe.


TIROTEIO

Dilma passou uma rasteira nas pessoas com deficiência e cedeu ao lobby empresarial que já havia sido derrotado pelo Congresso.

DA DEPUTADA MARA GABRILLI (PSDB-SP), sobre os vetos de Dilma Rousseff à Lei Brasileira da Inclusão, como à reserva de vagas em pequenas empresas.


CONTRAPONTO

Dança das cadeiras

Ao final da audiência em que Geraldo Alckmin falou sobre crise hídrica, o senador Aécio Neves teceu elogios ao paulista e disse que ele ainda alçaria voos muito maiores na política. Já do lado de fora, o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) fez piada com a interpretação de que a fala era uma referência à Presidência da República.

—Só uma pessoa ficou preocupada com a frase: o Benedito Braga, nosso secretário de Recursos Hídricos.

Com a cara de interrogação de Alckmin, ele explicou:

—É que, como o sr. tomou gosto pelo assunto, o voo maior pode ser a chefia do Conselho Mundial da Água —brincou, em referência ao cargo ocupado por Braga.