Lewandowski e Renan evitam desgaste que salvaria Dilma de derrota
Dilma está só A fragorosa derrota do governo no Senado nesta terça-feira, com Dilma Rousseff fora do país, foi um nítido sinal da falta de respaldo da presidente nos dois outros Poderes. No STF, Ricardo Lewandowski tentou costurar acordo que reduzisse o impacto do reajuste do Judiciário, mas não quis interferir no Legislativo pedindo o adiamento da votação. Renan Calheiros (PMDB-AL), por sua vez, se recusou a retirar a proposta de pauta sem um pedido taxativo do Supremo ou do Planalto.
Torpedo Nos Três Poderes, havia consenso de que a aprovação, por unanimidade, dinamita o ajuste fiscal.
Em vão Lewandowski conversou ao longo do dia com ministros de Dilma para negociar a proposta alternativa. Mas o Senado entendeu que seu ofício sobre o assunto não assumia a responsabilidade pelo adiamento.
Expiatório Líderes governistas terminaram a noite irritados com Lewandowski. “Uma das três pessoas mais poderosas do país não conseguiu dialogar com seus servidores”, ironizava um senador.
Aluga-se Petistas atribuíram a derrota a um erro de articulação do governo. Enquanto o texto era aprovado, as luzes estavam apagadas no 4º. andar do Planalto, onde ficam a Casa Civil e a Secretaria de Relações Institucionais.
Ritmo… Renan já avisou a aliados que não terá pressa para votar o projeto que revê as desonerações, última etapa do ajuste fiscal, e praticamente descartou pautar o texto esta semana.
… de férias O peemedebista lembrou a senadores que devolveu a medida provisória sobre o tema, em março, porque não há urgência e que não há motivo para acelerar uma proposta que pode aumentar o desemprego.
Ontem 1 No debate na TV Bandeirantes no segundo turno de 2014, Dilma defendeu a delação premiada. Citou várias leis assinadas por ela —entre elas a nº 1250, que regulamenta o instituto— para dizer que isso possibilitou a investigação na Petrobras.
Ontem 2 Em entrevista à “Carta Capital” entre os dois turnos, disse, sobre o instituto: “Para obter provas, Justiça e Ministério Público se valeram da delação premiada, método legítimo, previsto em lei. E muito útil para desmontar esquemas de corrupção”.
Óleo quente De um senador, assegurando que o tom da reunião do ex-presidente com as bancadas foi ameno e trivial: “Foi uma conversa para fritar bolinhos”.
Calçadão O secretário paulistano de Transportes, Jilmar Tatto, defenderá em reunião do Conselho da Cidade nesta quarta-feira que o Minhocão, na região central, passe a ficar fechado para carros também aos sábados.
Planilhas A prefeitura no entanto, ainda deve fazer dois testes antes de anunciar sua decisão —um no próximo sábado e outro em agosto.
Sem fritura Embora esteja insatisfeito com a gestão de José de Filippi na Saúde, Haddad não vai demiti-lo agora. Avalia que passaria a impressão de estar jogando o petista aos leões depois que ele foi citado na Lava Jato.
Segue o jogo Em meio a acenos ao PMDB, a senadora Marta Suplicy, que deixou o PT para disputar a prefeitura paulistana, confirmou presença em eventos com a cúpula do PSB em Pernambuco, na quinta e na sexta. A sigla segue como possível destino.
Agenda A ex-petista deve participar da abertura de uma feira de artesanato e de um jantar oferecido pelo governador Paulo Câmara.
Pré-contrato O PMDB paulistano chegou a entendimento para que o secretário de Educação, Gabriel Chalita, permaneça à frente do diretório, na eleição de agosto. Os quatro vereadores da sigla integrarão a Executiva.
Visita à Folha Alexandre de Moraes, secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Lucas Tavares, diretor de Comunicação Social.
TIROTEIO
Ao comparar Joaquim Silvério dos Reis a Ricardo Pessoa, Dilma compara Tiradentes a Vaccari. A História de Minas merece respeito.
DE AÉCIO NEVES (MG), senador e presidente do PSDB, sobre a presidente ter equiparado o delator da Lava Jato ao traidor da Inconfidência Mineira.
CONTRAPONTO
Nos olhos de quem vê
Em debate sobre a redução da idade mínima para disputar eleições legislativas, o deputado Caio Narcio (PSDB-MG) elencou uma série de jovens parlamentares para sustentar que eles não eram o problema da Casa. Ao presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), arriscou:
—V. Exa. não é mais um jovem, mas com certeza o é de espírito! disse, arrancando risos.
Em meio a convites para integrar uma recém-inventada Frente Parlamentar pela Dignidade dos Deputados Idosos, Cunha respondeu, também aos risos:
—Sou jovem ainda! Se não totalmente de idade, sou de mentalidade.