Dono da UTC aponta cartel e complica Odebrecht e Andrade Gutierrez
Bomba pra todo lado Além do conteúdo explosivo para políticos de vários partidos, a delação premiada de Ricardo Pessoa, da UTC, deve complicar também a situação da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, as duas maiores empreiteiras do país e últimas a terem executivos presos na Operação Lava Jato. Nos depoimentos, Pessoa confirma a existência do cartel que dividia contratos na Petrobras e pagava propinas. Ele deve detalhar o funcionamento do clube em novos depoimentos ao juiz Sergio Moro.
Faltou? Quem teve acesso à delação de Pessoa estranhou não ver reproduzida a conversa —que ele narrou em bilhete quando estava preso— em que Luciano Coutinho, presidente do BNDES, teria lhe pedido doação à campanha de Dilma Rousseff.
Quando e onde A cobrança teria ocorrido, segundo Pessoa contou no bilhete e repetiu a pessoas próximas, após reunião para tratar de empréstimo ao consórcio do aeroporto de Viracopos, do qual a UTC fazia parte, no prédio do banco, em São Paulo, em outubro de 2014.
Terremoto Além do receio de que a menção à campanha à reeleição reforce a pressão pelo impeachment de Dilma, o governo acredita que a citação a ministros do Planalto por Pessoa aprofunda a instabilidade política e a incerteza do mercado.
Carta-fiança Ministros e dirigentes do PT lembram que Dilma só nomeou Edinho Silva (Secom) porque ele garantiu que havia um “cordão sanitário” na tesouraria da campanha de 2014.
Pra já Humberto Costa (PT-PE) propôs a Lula que seu encontro com as bancadas petistas ocorresse em um jantar daqui a três semanas. O ex-presidente pediu urgência e avisou que voaria para Brasília na segunda-feira.
Tapete mágico O governo vai trocar 27 capachos em fibra vinil personalizados com as siglas PR (Presidência da República) e VPR (Vice-Presidência da República). O preço total é de R$ 53,4 mil, e o mais caro custa R$ 14,4 mil.
Na janelinha Secretário de Segurança Pública de Geraldo Alckmin, Alexandre de Moraes vai deixar o PMDB e se filiar ao PSDB. Aliados do governador dizem que, com o gesto, ele passa a ser alternativa para disputar a Prefeitura de São Paulo em 2016.
Curtiu? A criação de uma página no Facebook, há pouco mais de duas semanas, foi vista por tucanos como mais um indício de sua disposição em entrar na corrida eleitoral.
Vai ficando Para evitar que tucanos como Andrea Matarazzo deixem o partido caso não consigam concorrer, caciques do PSDB tentam adiar a decisão sobre a capital até depois de outubro —limite para trocas partidárias.
Semear Alckmin entrou em campo para impedir o ingresso do PV na aliança de Fernando Haddad. O governador pode nomear o presidente da sigla, Luiz Penna, na Secretaria do Turismo, que já é da cota da sigla.
Quero mais Aliados de Alckmin levaram a Aécio Neves (PSDB-MG) pleito de que Duarte Nogueira, secretário de Logística, ou o deputado Eduardo Cury (SP) tenham vaga na Executiva nacional.
Terapia de casal Dirigentes de PTB e DEM voltaram a falar sobre a fusão dos dois partidos. Democratas querem que os petebistas aceitem exigências antes de aprofundar as conversas.
Telhado Auxiliares de Haddad perceberam que ele poderia voltar atrás na disposição de vetar a lei que proíbe a venda de foie gras na sexta da semana passada, quando ele disse que precisava pensar melhor sobre o assunto.
Proibidão Pesou mais na decisão do prefeito a venda de artigos de pele de animais criados para esse fim. Ativistas mostraram a ele um vídeo de um animal sendo despelado vivo.
TIROTEIO
O foie gras pagou o pato de Haddad não ter o que mostrar em dois anos e meio de governo. É uma gestão que se alimenta de factoides.
DE JOSÉ SERRA (PSDB-SP), senador, sobre o prefeito de São Paulo ter sancionado a proibição à produção e comércio de foie gras e produtos de pele de animais.
CONTRAPONTO
Relacionamento aberto
Em audiência no Senado na última quinta, o ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento) foi questionado pela oposição sobre as amarras impostas pelo Mercosul.
—Tudo bem que o Mercosul é um casamento indissolúvel, mas nada impede que a gente sempre discuta a relação… —respondeu, sobre as possibilidades de aliar a participação no bloco à expansão de acordos bilaterais.
Ao final, Tasso Jeressaiti (PSDB-CE) arrancou risos:
—Depois de anos discordando do governo, é até constrangedor reconhecer que o sr. está no caminho certo!
Aloysio Nunes (PSDB-SP) arrematou:
—É, ministro, se todos fossem iguais a você…