Debate sobre diversidade sexual fica fora de plano de educação em SP

Painel

Cruzada religiosa A Câmara de São Paulo retirou do Plano Municipal de Educação todos os termos relacionados a diversidade sexual. O texto do relator, Paulo Fiorillo (PT), foi rechaçado após protestos de lideranças religiosas, que lotaram o plenário durante a votação, nesta quarta-feira. Foi retirada do projeto, por exemplo, a necessidade de reconhecer o nome social de educadores travestis e transgêneros. Havia ainda a proposta de conteúdos pedagógicos sobre diversidade sexual, também derrubada.

Careta A versão final do projeto, que estabelece metas e diretrizes para o ensino nos próximos dez anos, ficou muito próxima da original, mandada pelo ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD).

Genuflexório O arcebispo Metropolitano de São Paulo, dom Odilo Scherer, enviou ofício à Câmara dizendo que a arquidiocese via a discussão com “preocupação e perplexidade”. Para ele, tratar opção sexual nas escolas teria “consequências graves”.

Fumacê 1 A ausência do prefeito Fernando Haddad (PT) à audiência pública com o ministro Arthur Chioro (Saúde) sobre dengue virou um prato cheio para a senadora Marta Suplicy (sem partido-SP) criticar o potencial adversário em 2016.

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Fumacê 2 O senador Edison Lobão (PMDB-MA) disse que Haddad recusou o convite justificando que a cidade não enfrentava epidemia da doença, apenas o Estado. Marta elencou números para contradizer o prefeito.

Veja bem Haddad diz que, quando Lobão lhe telefonou, há mais de um mês, a cidade não tinha ainda 300 casos de dengue por 100 mil habitantes, que aponta epidemia. Ele, então, teria sugerido convidar o secretário estadual de Saúde, David Uip.

Contenção O governo orientou a base a barrar os requerimentos de convocação dos ex-ministros Erenice Guerra e Guido Mantega para a CPI do Carf. Se houver quórum governista nesta quinta-feira, a ideia é colocar os itens em votação para rejeitá-los.

Marcação Joaquim Levy (Fazenda) se reuniu nesta quarta-feira com Augusto Nardes, relator no TCU (Tribunal de Contas da União) das contas de 2014 de Dilma Rousseff. O governo teme derrota no julgamento, dia 17.

Mapa astral A equipe da presidente tem recebido alertas sobre um “ambiente hostil” à petista no tribunal. O vice-presidente Michel Temer fez um relato ao Planalto sobre o clima há duas semanas.

Letras miúdas O TCU rachou sobre se as “pedaladas” fiscais podem ser usadas como argumento de rejeição das contas de Dilma. Parte dos ministros diz que o relatório sobre a prática não estará pronto até quarta-feira e não pode ser considerado.

Na cadeira O ministro Walton Alencar encurtou viagem a Moçambique para comparecer à votação. José Múcio cancelou uma cirurgia. Colegas apontam pressão do Planalto para mobilizar os ministros, computados como pró-governo.

Meio… Joaquim Levy insistiu até o último minuto para que o projeto que revê as desonerações fosse votado nesta quarta. Argumentou que o adiamento seria um sinal negativo para o mercado.

… e mensagem O ministro alertou que o governo precisa demonstrar mais credibilidade e que os percalços no Congresso aumentam o risco de perda de grau de investimento do país. A ala política do Planalto ponderou que uma derrota seria pior.

Visita à Folha Patrick de Larragoiti Lucas, presidente do Conselho de Administração da SulAmérica, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Gabriel Portella, presidente, Solange Guimarães, superintendente de Comunicação Institucional, e Antonio Salvador Silva, presidente da CDI Comunicação e Marketing.


TIROTEIO

Temer acertou: Levy está mais para Cristo, pois será crucificado defendendo a chefe. O figurino de Judas é de Dilma, que traiu o país.

DE ANTONIO IMBASSAHY (PSDB-BA), deputado federal, sobre o vice-presidente ter afirmado que o ministro da Fazenda está mais para Jesus do que para Judas.


CONTRAPONTO

Telefone sem fio

Em audiência da Comissão de Infraestrutura do Senado com o ministro Nelson Barbosa (Planejamento), o presidente Garibaldi Alves (PMDB-RN) precisou se ausentar e cedeu o comando da sessão a Fátima Bezerra (PT-RN).
A certa altura, Ataídes Oliveira (PSDB-TO) interpelou a petista por não ter recebido a palavra, e ela se desculpou:
–Realmente não sei se V.Exa. estava inscrito porque o presidente precisou se ausentar… Ah, já retornou!–disse Fátima, aliviada, ao perceber a volta do peemedebista.
–Voltei para infelicidade dela, porque ela estava gostando da presidência! –brincou Garibaldi, sem perceber a saia justa entre a conterrânea e o tucano.