Procurador pede áudios de reuniões de conselho da Caixa sobre ‘pedaladas’
Preto no branco O procurador da República Julio Oliveira, que atua junto ao TCU (Tribunal de Contas da União), requisitará nesta sexta-feira à Caixa Econômica Federal atas e áudios de reuniões do Conselho de Administração em que foram discutidas as “pedaladas” fiscais, atrasos de pagamentos de benefícios sociais pelo Tesouro para melhorar as contas públicas. A intenção é verificar a informação de que conselheiros se opunham sistematicamente à prática, alvo de processo no tribunal.
Água no chope Se comprovada a objeção do conselho às “pedaladas”, ficará comprometida a tese de defesa do governo, de que o expediente era corriqueiro mesmo antes da gestão Dilma Rousseff, e nunca foi questionado.
Rebobine O procurador junto ao TCU teme que a CEF alegue que as gravações das reuniões do conselho não são guardadas. Por isso pedirá também o registro por escrito das sessões.
Dinâmica… Depois do recuo sobre a proposta de sabatina de presidentes de empresas públicas, o Senado estuda incluir na Lei de Responsabilidade das Estatais mecanismo que permita que o Congresso dê um “voto de desconfiança” aos dirigentes que não cumprirem metas.
… de grupo Os senadores vão analisar se, nesse caso, a lei deve prever a demissão imediata da diretoria. As metas das empresas seriam estabelecidas em contratos de gestão que seriam fiscalizados pelo Senado.
Hiperativo Sem alarde, o Congresso criou comissão que vai regulamentar mais de 140 dispositivos da Constituição, como direito de greve no setor público e tipificação do terrorismo. O presidente é Luiz Sérgio (PT-RJ) e o relator, Romero Jucá (PMDB-RR).
Casa Cor A Câmara abriu licitação de R$ 1,6 milhão para comprar mesas, cadeiras e bufês para as salas de jantar de apartamentos dos deputados. Alega que o mobiliário se encontra em “estado precário de conservação devido ao uso por mais de 20 anos”.
SPC O governo acredita que dificilmente os projetos de seu novo pacote de concessões terão crédito para começar ainda em 2015.
Marcha lenta A equipe econômica estima que o financiamento dessas obras só deve entrar nos eixos em meados do ano que vem.
Patinação Com o ambiente econômico desfavorável e a demora no início de grandes obras, o núcleo do Planalto calcula que o desemprego ainda vai subir até o fim do ano e que os índices só devem melhorar no fim do primeiro semestre de 2016.
Trailer Apesar da ação preventiva de ministros e dirigentes, já circulam em listas de e-mails e redes sociais petistas textos-base de teses que serão apresentadas no congresso da sigla com duros ataques à política econômica.
Pressão 1 A Ordem dos Advogados do Brasil começou a atuar para tentar ampliar a reforma política aprovada na Câmara. A entidade propôs a deputados e senadores votar a criminalização de caixa dois, que ficou fora da proposta original.
Pressão 2 A OAB também apresentou a Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) uma proposta que torna crime a compra de apoio político em eleições, como o pagamento a líderes comunitários ou religiosos, por exemplo.
Terceiro… A ala do novo presidente do PSDB municipal de São Paulo, Mario Covas Neto, realizou em pleno feriado nova reunião para eleger a executiva. Os grupos de José Anibal e Bruno Covas não atenderam convocação e ficaram de fora do colegiado.
… turno A executiva foi composta com aliados de Zuzinha e Andrea Matarazzo, mas também de Julio Semeghini e dos deputados Ricardo Trípoli e Ramalho da Construção, que foram à reunião.
TIROTEIO
O PT não pode querer preservar Dilma e atacar Levy. Só há uma política econômica: não existe Levy sem Dilma e Dilma sem Levy.
DE JOSÉ GUIMARÃES (PT-CE), líder do governo na Câmara, sobre setores do PT quererem usar o congresso da sigla para atacar o ministro da Fazenda.
CONTRAPONTO
Tudo menos isso
Técnico do Tribunal de Contas de Pernambuco e depois secretário de Fazenda, Paulo Câmara foi escolhido para ser o candidato à sucessão de Eduardo Campos pelo PSB em 2014, sem nunca ter disputado uma eleição.
Nas primeiras viagens, era recebido com ceticismo.
–Vocês, políticos, só vêm aqui a cada quatro anos –era a frase que mais escutava.
Com o avanço da campanha, mais calejado, adotou uma resposta quando confrontado com a cobrança:
–Olhe, pode falar o que quiser para mim, menos isso: esta é a primeira vez que sou candidato! Há quatro anos nem pensava nisso!