PF deve ampliar investigação no futebol para além dos alvos do FBI

Painel

Pontapé inicial O inquérito aberto pela Polícia Federal sobre evasão de divisas dos brasileiros envolvidos no esquema de corrupção da Fifa não ficará restrito aos alvos identificados pelas autoridades norte-americanas. A PF pode requerer buscas em empresas e federações que ainda não apareceram no escândalo. A papelada recolhida na Klefer, de Kleber Leite, será apenas o ponto de partida da apuração. A Procuradoria-Geral da República também pode abrir investigação à parte sobre o caso.

Árbitro José Eduardo Cardozo (Justiça) atuava ontem para evitar uma nova batalha entre a PF e a PGR pelos holofotes das investigações do escândalo do futebol no país.

Outono… Parlamentares da bancada da bola ligados a Ricardo Teixeira revelam receio de que o ex-presidente da CBF seja atingido em cheio pela investigação nos EUA.

… do patriarca Também demonstram irritação com as declarações de Marco Polo Del Nero, atual presidente, que atribuiu os desvios unicamente a gestões anteriores.

Iceberg Rodrigo Janot e Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não se cumprimentaram em solenidade no TSE nesta quinta. O presidente da Câmara, no entanto, saudou o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF.

Bolsa de futuros Aécio Neves (MG) disse a aliados que evitou impor sua posição à bancada da Câmara na discussão da reforma política para poupar capital para conduzir a sucessão no diretório nacional do PSDB.

Cartela de ações Ele sente que o grupo de Geraldo Alckmin (PSDB) busca mais espaço na Executiva e não quis se indispor com parte da bancada que pode ser importante nas negociações.

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PornHub O deputado João Rodrigues (PSD-SC), notabilizado por assistir a um vídeo pornô na sessão da reforma política, foi incluído em grupo do baixo clero no WhatsApp que mistura conversa política e outros filmes do gênero.

Longo inverno O Planalto projeta que a queda íngreme do nível de emprego se estenderá por um bom tempo, aumentando a deterioração da imagem de Dilma Rousseff e do ambiente político.

Torniquete A esperada recuperação de comércio e varejo no segundo semestre deve apenas estancar a sangria, sem reverter a curva.

Sangria Já a reversão das desonerações da folha de pagamento este ano, que vai pressionar os setores que haviam sido beneficiados, causará mais demissões.

Boca do caixa Ricardo Lewandowski aproveitou encontro com Dilma no Planalto para pedir apoio ao reajuste dos servidores do Judiciário. O presidente do STF argumentou que a defasagem salarial pode gerar situações graves e paralisações, que afetarão a máquina pública.

Seca Geraldo Alckmin reuniu todo o secretariado nesta quinta. Alertou para a frustração de receitas do Estado no primeiro semestre. Só em maio foram arrecadados R$ 700 milhões a menos que o previsto, relatou.

Volume morto A crise hídrica, que no início do ano dominava os encontros do governador com auxiliares, foi abordada lateralmente.

Lá e cá O governo paulista demonstra preocupação com projetos que alteram carreiras do Judiciário estadual, em tramitação na Assembleia. O impacto dos três textos é de R$ 250 milhões anuais, segundo o Executivo, o que exigiria suplementação orçamentária para o TJ.

De sobra Em meio à crise, deputados paulistas desengavetaram PEC que eleva de R$ 25,3 mil para R$ 30,5 mil o teto dos salários dos servidores da Assembleia —vencimento maior que o dos parlamentares. O texto deve ser votado na próxima semana.


TIROTEIO

Em nome da transparência, quero ver os partidos divulgando nas bandeiras, sedes e sites o nome das empresas que os financiam.

DO DEPUTADO CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), sobre aprovação de emenda que inclui na Constituição autorização para doações eleitorais feitas por empresas.


CONTRAPONTO

Faz parte do meu show

Enquanto o governo disputava voto a voto a aprovação da medida provisória que altera o seguro-desemprego no plenário, senadores da base aliada e da oposição travavam uma disputa política até nos bastidores.

Fátima Bezerra (PT-RN) provocou o líder tucano, Cássio Cunha Lima (PB):

—Se o PSDB tivesse ganhado a eleição, isso aqui não seria um ajuste fiscal, seria um desmonte!

Romero Jucá (PMDB-RR), que apoiou Aécio Neves (PSDB-MG) na corrida presidencial, interveio:

—Não seria, não, porque eu é que iria conduzir e não ia deixar isso acontecer!